Pesquisa revela que população da Região Sudeste está menos disposta a agir pela saúde do oceano

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Imagem: Divulgação

  • Estudo pioneiro da Fundação Grupo Boticário, UNESCO e Unifesp revela que 23% dos moradores de SP, RJ, MG e ES não estão dispostos a contribuir com a sustentabilidade dos mares
  • Ao refletir sobre o impacto que provocam no oceano, 56% dos moradores do Sudeste têm ciência de que são responsáveis de alguma forma, enquanto 42% dizem não impactar em nada o ambiente marinho
  • Em relação à influência dos mares no dia a dia das pessoas, 70% do Sudeste compreendem que há impactos diretos e indiretos; para 27% não há qualquer interferência
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Maio de 2023 – A ligação do mar com o turismo é praticamente imediata. Viagens para o litoral chegam a motivar cinco em cada 10 brasileiros, segundo a PNAD Contínua Turismo 2020-2021 (IBGE), divulgada em julho do ano passado.

“O turismo em áreas naturais tem grande força no Brasil, atraindo brasileiros e estrangeiros. Nosso país é reconhecido pelas belas paisagens e praias. Entender como esse turismo ocorre é de extrema importância para inibirmos a prática predatória, que coloca em risco ecossistemas e a biodiversidade. Esse resultado destaca o desafio de desenvolver uma cultura oceânica que engaje e demonstre como isso pode ser feito, reforçando como este ambiente influencia e é influenciado pelas ações da sociedade”, afirma Fábio Eon, coordenador de Ciências da UNESCO Brasil.

O estudo Oceano sem Mistérios identificou também que 64% da população do Sudeste diz ser adepta do turismo responsável, abaixo dos 68% da média nacional. A pesquisa mostra ainda que 92% dos moradores do Sudeste já visitaram praias (8% nunca estiveram perto do mar), no entanto, uma parcela da população da região diz nunca ter estado em outros ecossistemas marinhos, como falésias (80% nunca visitaram), recifes de corais (78%), restingas (75%), estuários (74%), dunas (70%) e costões rochosos (57%).

Ao escolher o litoral para descansar, divertir-se e recarregar as baterias, paulistas, cariocas, capixabas e mineiros seguem o padrão da maioria dos brasileiros. Aproveitam para mergulhar e curtir as ondas (49%), caminhar (33%), tomar banho de sol (22%), aproveitar a gastronomia local (19%) e praticar esportes (17%).

Todos dependemos do oceano

O oceano abriga a maior biodiversidade do planeta e é fundamental para a regulação do clima, pois absorve mais de 30% das emissões de dióxido de carbono (CO2) e 90% do excesso de calor gerado pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

“O oceano contribui diretamente com cerca de US$1,5 trilhão para a economia mundial, sendo que apenas o setor de alimentos gera em torno de 237 milhões de empregos no mundo”, frisa Ronaldo Christofoletti, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), copresidente do Grupo Assessor de Comunicação para a Década do Oceano da Unesco.

O especialista enfatiza a importância de informar e conscientizar a sociedade sobre a influência do oceano na vida de todos.

“Os mares geram alimentos, energia, minerais, fármacos e milhões de empregos ao redor do mundo em diferentes atividades econômicas. São imprescindíveis para o transporte e o comércio internacional, além de importantes para o nosso lazer e bem-estar. Cuidar do oceano é cuidar da nossa saúde”, salienta Christofoletti.

Nesse caminho, a ONU declarou o período de 2021 a 2030 como a Década do Oceano, que tem como um dos principais objetivos, justamente, incentivar a geração de conhecimento para a sociedade. A pesquisa aponta, porém, que apenas 0,3% dos brasileiros estão informados sobre a Década, enquanto 6% apenas ouviram falar sobre o assunto e 93% ainda não conhecem nada sobre o tema, o que demonstra a importância da comunicação para mudar essa realidade.

“O estado de conservação do oceano é bastante preocupante. Uma avaliação global da ONU mostrou que precisamos de ações urgentes para reverter o quadro de degradação e ameaça à biodiversidade e aos ecossistemas”, alerta Fábio Eon, coordenador de Ciências da UNESCO Brasil.

Mais sobre a pesquisa

O levantamento foi realizado pela Zoom Inteligência em Pesquisas. Foram 2 mil entrevistados, dos quais 850 residem na região Sudeste – 43% da amostra nacional, proporcional à população de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santos: 89.632.612 habitantes (IBGE/2021). Entre os respondentes, 62% vivem em capitais e 41%, em cidades litorâneas. A margem de erro é de 2,2%, com nível de confiança de 95%. A publicação “Oceano sem Mistérios: A relação dos brasileiros com o mar” está disponível para download.

Sobre a Fundação Grupo Boticário

Com 32 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no País. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil , somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera.

Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.

Sobre a Rede de Especialistas em Conservação da Natureza

A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores.

Site oficial: www.fundacaogrupoboticario.org.br

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