Espécie exótica ameaça carnaubais e flora da caatinga no sertão

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Praga: bicudo-do-algodoeiro
Praga: bicudo-do-algodoeiro

Imagem: Internet

Quem sempre trabalhou ou trabalha no campo deve conhecer ou pelo menos ter escutado, sobre a praga que causou danos irreparáveis à produção de algodão do Ceará, o bicudo-do-algodoeiro.

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Neste momento, agricultores cearenses estão “deveras” preocupados com o impacto devastador da unha-do-diabo (Cryptostegia madagascariensis) sobre a carnaúba.

“Vamos trabalhar a médio e longo prazo para buscar uma solução”, disse Artur Bruno, titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), sobre a questão que reuniu na tarde desta segunda-feira (2/5), no auditório da Sema, grupo multidisciplinar formado por 35 pessoas, para discutir o problema.

A reunião foi uma iniciativa de agricultores, produtores, sindicalistas e políticos das regiões produtoras da Copernicia prunifera ou carnaúba, no estado do Ceará. Para o agrônomo, Raimundo Ribeiro Sales, presidente da Câmara Municipal de Miraíma, na Mesorregião do Noroeste cearense, é preciso uma ação urgente.

“É a única atividade sustentável do meu município, se chove produz se não chove produz também, além de remunerar bem os agricultores. A urgência é cuidar da carnaúba, pois a madagascar está acabando não apenas os carnaubais, mas está atacando todas as espécies nativas”, afirmou.

O representante da Irauçuba, vereador Francisco Xavier Azevedo, alertou para o risco econômico, além do ambiental.

“Em Irauçuba não é diferente, até o pasto está sendo afetado, nem a malícia pega. O meu município já realizou audiência pública para explicar a problemática”, afirmou.

A unha-do-diabo é uma trepadeira exótica e invasora, importada cerca de 40 anos de Madagascar, como planta ornamental, cresce em volta do tronco da carnaúba, sufocando-a e impedindo a absorção de luz solar, matando a palmeira. O mesmo acontece com outras plantas nativas do ecossistema único da Caatinga.

Urgência

O sindicalista Jailson Monteiro, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Senador Sá, disse que na sua cidade, “tanto na zona urbana como na rural, a presença da invasora é muito forte, a planta está parada e não sabe se defender”. Ele também destacou a educação ambiental, as parcerias e a divulgação do tema. “Não podemos falar em Desenvolvimento Sustentável, no Ceará, sem a carnaúba“, declarou. Para José Almir Barros, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Morrinhos, é preciso agir rapidamente para não perder o recurso natural tão importante. “Estamos falando de uma atividade econômica, de cultura e de meio ambiente e o estado “, afirmou.

O representante da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) declarou que a instituição está acompanhando o debate e que a pesquisa pode ser um caminho.

“Estamos preocupados! Havemos de encontrar mecanismos biológicos para o controle dessa invasora”, disse.

Também lembrou que a indústria, por ser um setor que pode contribuir muito para a erradicação da praga, deve ser chamada. Atualmente, a cera de carnaúba é o sexto maior produto da pauta de produção e exportação do Ceará.

Crédito: Imprensa

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