Imagem: Ocha/Otto Bakano – Mortes podem ser evitadas com apoio internacional urgente | Cerca de 2,8 milhões de menores sofrem com subnutrição aguda grave; Unicef usou Semana Mundial da Água para destacar apelos subfinanciados nas duas regiões.
Setembro de 2022 – Crianças do Chifre da África e do Sahel enfrentam desnutrição grave e risco de doenças transmitidas pela água. Em 23/08, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou para um possível número “arrasador” de mortes por causa da situação, que pode ser evitada com apoio internacional urgente.
Uma nota sobre a Semana Mundial da Água revelou que mais de 2,8 milhões de crianças sofrem de subnutrição aguda grave nas duas regiões. A proporção do risco de morte por doenças transmitidas pela água é 11 vezes mais alta do que em menores bem nutridos.
Mortalidade infantil
A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, lembra que “a história mostra que quando altos níveis de desnutrição aguda grave em crianças se combinam com surtos de cólera ou diarreia, a mortalidade infantil aumenta de forma dramática e trágica.”
Para a chefe da agência, “quando a água não está disponível ou não é segura, os riscos para as crianças se multiplicam exponencialmente”. Mas para o caso do Chifre da África e do Sahel, “milhões de crianças estão a apenas uma doença de uma catástrofe”.
O número de vítimas da seca sem acesso a uma fonte confiável de água potável aumentou de 9,5 milhões em fevereiro para 16,2 milhões em julho na Etiópia, no Quênia e na Somália.
A situação coloca crianças e suas famílias em risco crescente de contrair doenças como cólera e diarreia. Quase todos os distritos somalis afetados pela seca notificaram um cumulativo de 8,2 mil casos de diarreia aguda e de cólera no primeiro semestre deste ano.
Maior risco
Crianças com menos de cinco anos são quase dois terços das vítimas. De junho de 2021 ao mesmo período deste ano, a atuação do Unicef com parceiros tratou mais de 1,2 milhão de casos de diarreia no grupo etário nas regiões de Afar, Somali, SNNP e Oromia na Etiópia.
No caso do Sahel, a disponibilidade do recurso também diminuiu mais de 40% nos últimos 20 anos. A situação deveu-se a fatores como alterações climáticas e conflitos que expõem milhões de crianças e famílias em maior risco de doenças transmitidas pela água.
A África Ocidental e Central registrou o pior surto de cólera da região nos últimos seis anos no ano passado. O total inclui 5.610 casos e 170 mortes do Sahel Central.
Apelos subfinanciados
Tanto no extremo oriental africano como no Sahel, o Unicef oferece auxílio essencial e serviços em diversos setores par a resiliência de crianças que precisam urgentemente de ajuda e suas famílias.
As ações envolvem oferecer serviços para melhorar o acesso a água diante das condições climáticas, serviços de saneamento e higiene, perfurações para a criação fontes fiáveis de águas subterrâneas.
O trabalho envolve alargar sistemas solares, rastrear e tratar crianças com subnutrição e serviços de prevenção.
A agência da ONU diz contar com 3% de fundos do apelo para melhorar a resiliência das famílias a longo prazo na região do extremo leste da África. Outros alvos são impedir mais mortes devido à seca nos próximos anos.
Já para o Sahel Central, o valor para a resposta às necessidades das crianças e famílias vulneráveis chega a 22% para atuar em iniciativas dos setores de água, saneamento e higiene.
Site oficial: https://news.un.org/pt/
Crédito:
Imprensa | Nações Unidas – ONU News