O que as empresas estão fazendo para frear a torrente de plásticos?

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Foto: Voluntária ajuda em coleta de plástico numa praia de Watamu, no Quênia.

Diante das consequências inegáveis da poluição por plásticos, pessoas de todo o mundo estão rejeitando os produtos descartáveis e se comprometendo com estilos de vida mais sustentáveis.

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Os governos também estão atuando: mais de 50 países se uniram à campanha Mares Limpos da ONU Meio Ambiente, o maior movimento mundial de luta contra o lixo marinho.

As empresas não podem ignorar esse protesto público. Muitas indústrias estão elaborando planos para eliminar os plásticos de uso único, utilizar mais plástico reciclado em suas embalagens e trabalhar em uma reciclagem mais efetiva. O relato é da ONU Meio Ambiente.

Diante das consequências inegáveis da poluição por plásticos, pessoas de todo o mundo estão rejeitando os produtos descartáveis e se comprometendo com estilos de vida mais sustentáveis.

Os governos também estão atuando: mais de 50 países se uniram à campanha Mares Limpos da ONU Meio Ambiente, o maior movimento mundial de luta contra o lixo marinho.

As empresas não podem ignorar esse protesto público. Muitas indústrias estão elaborando planos para eliminar os plásticos de uso único, utilizar mais plástico reciclado em suas embalagens e trabalhar em uma reciclagem mais efetiva.

A pressão não provém apenas dos consumidores. Segundo a agência Bloomberg, um grupo de 25 investidores que administra mais de 1 trilhão de dólares em ativos exigiu que Nestlé, PepsiCo, Procter & Gamble e Unilever reduzam seu uso de embalagens plásticas.

A solicitação, apoiada pela organização sem fins lucrativos As You Sow, pede que as empresas divulguem o uso anual de embalagens plásticas, estabeleçam metas de redução e facilitem a reciclagem e a transição para embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis o mais rápido possível.

A necessidade de atuar urgentemente é inegável: os humanos produziram cerca de 8,3 bilhões de toneladas de plástico desde a década de 1950 e a previsão é de que esta cifra aumente para cerca de 34 bilhões de toneladas em 2050. Estima-se que a produção de plástico cresça 40% na próxima década, com companhias de combustíveis fósseis investindo milhões de dólares em novas indústrias de fabricação de plástico nos Estados Unidos.

As empresas que usam plásticos claramente têm um papel fundamental a desempenhar para mudar essa dinâmica insustentável. A indústria de bens de consumo é particularmente consciente de que os clientes já estão rejeitando os produtos das empresas que não evitam o uso de plástico descartável.

A esperança é que esta nova realidade possa gerar inovação e oportunidades. Muitas empresas, grandes e pequenas, estão promovendo mudanças.

Em abril, a gigante suíça dos alimentos Nestlé disse que suas embalagens plásticas seriam 100% recicláveis ou reutilizáveis até 2025. A empresa quer fomentar o uso de plásticos que permitam melhores taxas de reciclagem e eliminem ou mudem as combinações complexas que dificultam a reciclagem.

A Unilever também se comprometeu a garantir que todas suas garrafas plásticas sejam totalmente reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025. A empresa apoia a iniciativa para uma Nova Economia do Plástico da Fundação Ellen MacArthur e pretende publicar até 2020 toda a gama de materiais plásticos utilizados em seus processos de produção de embalagens para ajudar a criar um protocolo para a indústria.

No marco do Dia Mundial do Meio Ambiente, a Volvo anunciou que ao menos 25% dos plásticos utilizados em seus novos modelos de automóveis a partir de 2025 serão fabricados com materiais reciclados.

A gigante de bebidas Coca-Cola, que utiliza cerca de 120 bilhões de garrafas por ano, lançou em janeiro sua campanha World Without Waste, e se comprometeu a reciclar uma garrafa ou lata utilizada para cada nova vendida a partir de 2030. Para este ano, também prometeu aumentar em 50% a quantidade de conteúdo reciclado em garrafas plásticas e está testando diferentes técnicas de coleta para reciclar seus produtos, incluindo o apoio aos esforços dos governos e da indústria.

O McDonald’s disse que produzirá todas as suas embalagens a partir de fontes renováveis e recicláveis até 2025.

A Dell disse que suas embalagens não gerarão nenhum tipo de rejeito até o ano de 2020, utilizando materiais de fontes sustentáveis. A empresa de equipamentos de informática já utiliza lixo marinho plástico reciclado e outros materiais como o bambu, e pretende que todas suas embalagens estejam finalmente aptas à compostagem ou coleta doméstica.

A marca de água mineral Evian, da Danone, disse que fabricará todas as suas garrafas com plástico reciclado até 2025.

A rede britânica de supermercados Iceland prometeu eliminar as embalagens plásticas de seus produtos próprios até o fim de 2023.

A Procter & Gamble, que fabrica o xampu Head & Shoulders, produziu no ano passado a primeira garrafa de xampu reciclável, fabricada com até 25% de plástico recuperado de praias. Além disso, se comprometeu a fazer com que todas as suas embalagens sejam recicláveis ou reutilizáveis até 2030. Sua marca de detergente Fairy Liquid já produziu uma nova garrafa de plástico, feita com material 100% reciclado e 10% de lixo marinho plástico. As garrafas foram produzidas em associação com a empresa de soluções para resíduos de difícil reciclabilidade TerraCycle.

A rede de móveis sueca IKEA se comprometeu a eliminar gradualmente os produtos de plástico de um só uso de suas lojas e restaurantes até 2020. A empresa disse estar comprometida com a eliminação dos plásticos a base de petróleo e quer garantir que todos seus produtos de plástico sejam feitos com materiais reciclados.

Na Grã-Bretanha, o Pacto de Plásticos do Reino Unido busca aproveitar este movimento a favor da mudança. Cerca de 60 empresas, entre elas Coca-Cola, Pepsi, P&G, Unilever e Nestlé, aderiram ao pacto, que inclui metas para eliminar embalagens problemáticas ou desnecessárias mediante redesenho, inovação ou modelos alternativos de entrega, e garantir que 70% das embalagens plásticas efetivamente sejam recicladas ou compostadas.

Em colaboração com a Fundação Ellen MacArthur, a organização de sustentabilidade WRAP lançou o pacto em abril, com a esperança de criar um impulso para uma mudança sistêmica na forma com a qual utilizamos o plástico.

Alguns ativistas argumentam que pelo fato de os objetivos de reciclagem serem voluntários, é necessária legislação para obrigar as empresas a usar plásticos de forma mais sustentável. Peter Skelton, que lidera o pacto por parte da WRAP, disse que a legislação é uma parte importante do quebra-cabeças, e que o apoio do governo pode ser uma ferramenta poderosa, mas que não é a solução definitiva.

“As empresas estão sob tanta pressão dos acionistas, sócios, consumidores e ONGs que só querem saber qual é a melhor solução. Não precisam de mais pressão em termos de legislação, porque veem que os plásticos estão sob ameaça”, disse Skelton.

Uma forma na qual os governos poderão ajudar a explorar essa consciência corporativa seria oferecendo incentivos financeiros para as empresas que exploram alternativas ao plástico. Isso poderia incluir reembolsos de impostos, fundos de pesquisa e desenvolvimento, incubação de tecnologias, alianças público-privadas e apoio a projetos que reciclem artigos de um só uso e convertam os resíduos em recursos. O objetivo seria impulsionar a inovação empresarial.

Em um relatório recente, a ONU Meio Ambiente examinou o potencial de substituir os plásticos convencionais com uma gama de materiais naturais, como papel, algodão, madeira, algas e fungos, e tecnologias alternativas, e biopolímeros de nova geração, fabricados a partir de fontes de biomassa. Também destacou empresas, de multinacionais a pequenos empreendimentos, que estão inovando nesse campo.

Por exemplo, uma empresa com sede em Nova Iorque desenvolveu garrafas compostáveis que utilizam rejeitos orgânicos e micélio fúngico. O material pode ser modelado e usado para enviar produtos de alto valor, incluindo computadores Dell.

O relatório concluiu que as empresas devem incluir a sustentabilidade em seus modelos comerciais, às vezes inspirando-se nas comunidades locais, para encontrar alternativas ao plástico disponíveis a partir de plantas e animais. A inovação e o espírito empresarial são fundamentais. Sem dúvida, este é precisamente o domínio no qual devem brilhar as empresas líderes do mundo.

Crédito:
ONU Meio ambiente
nacoesunidas.org

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