Fortalecendo a Sustentabilidade #9 – Cidades Sustentáveis

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Foto: Divulgação | Eng. Reginaldo dos Santos Almeida - Sócio diretor da ECOLBIO Consultoria e Assessoria Ambiental
Foto: Divulgação | Eng. Reginaldo dos Santos Almeida - Sócio diretor da ECOLBIO Consultoria e Assessoria Ambiental

Imagem: Divulgação | Por Reginaldo Almeida, Engenheiro Ambiental, sócio diretor da Ecolbio, uma empresa especializada em Consultoria, Assessoria Ambiental e Gestão de Projetos. É colunista do editorial AMBIENTAL MERCANTIL SUSTENTABILIDADE

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Setembro de 2024 – A palavra sustentável é um adjetivo que significa aquilo que se consegue sustentar, manter, dar sustentação. Muito embora esse termo esteja sendo utilizado nas diversas pautas globais, então, o quem vem a ser uma cidade sustentável para você? Existem vários conceitos sobre o que é uma cidade sustentável no mundo, entretanto, entendemos que para ser uma cidade sustentável, é preciso que a mesma seja projetada pensando nos impactos socioambientais, considerando o método de desenvolvimento, otimizando os padrões de consumo, respeitando e cuidando dos recursos naturais e das gerações futuras.

Devido ao aumento da população mundial e do êxodo das pessoas proveniente das zonas rurais, vem cada vez mais crescendo a ocupação urbana nas capitais e tornando-se um grande desafio para o poder público em relação a sustentabilidade. As cidades sustentáveis surgem como uma saída para mitigar os impactos ambientais, sociais e econômicos causados pela urbanização desenfreada e pelas mudanças climáticas.

Como grande parte da população mundial vive em zonas urbanas, as cidades se tornaram o epicentro de problemas sociais e ambientais como poluição, e, uso descontrolado dos recursos naturais, isso envolve um avanço completo nas questões que integra planejamento urbano eficiente, mobilidade urbana, uso responsável dos recursos naturais, eficiente energética, gestão de resíduos, ascensão dos espaços verdes, e a utilização de tecnologia inovadora para melhorar a qualidade de vida da população.

O olhar para as cidades sustentáveis é uma realidade onde não se pode subestimar sua importância na sobrevivência do planeta, contribuindo com à redução dos Gases de Efeito Estufa – GEE, melhoria na qualidade de vida dos cidadãos, uma eficaz gestão na saúde, no controle de desastres naturais e promoção de uma economia inclusiva para a população com maior vulnerabilidade social.

A ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis tem como objetivo principal, tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis, contudo, esse processo de transição é de longo prazo, e requer uma participação mais efetiva do governo, empresas, comunidades e também da sociedade para se discutir e implementar ações que possam contribuir de forma sustentável para o futuro da cidade.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente 55% da população mundial vive em áreas urbanas, e a perspectiva é que esta proporção aumente para 70% até 2050.

Esses dados indicam que o modelo atual não irá suportar o adensamento populacional previsto para as próximas décadas. Diante desse fato, faz-se necessário uma intervenção nos modelos de gestão e administração pública nos municípios de pequeno porte, garantindo à população possibilidade de continuar morando na região com acesso a todos os serviços e benefícios que tem na capital, sem precisar migrar para as grandes metrópoles em busca de novas oportunidades

Devemos considerar que para se ter uma cidade sustentável, alguns pontos devem ser levados em conta, pois são essenciais e não podemos deixar de abordar dentro de um processo de mudança no paradigma da administração pública. Entre eles podemos destacar:

  1. Políticas Públicas
  2. Planejamento Urbano sustentável
  3. Áreas Verdes
  4. Uso Sustentável da Área Mista
  5. Planejamento para Desastres Naturais
  6. Mobilidade e Acessibilidade
  1. Políticas Publicas

O poder público tem a responsabilidade de criar inciativas, programas e leis que possa estabelecer as regras que devem ser seguidas, porém, ele não é o único responsável pela criação da cidade sustentável, mas exerce um papel importante nesse processo, pois, além de atuar como mecanismos de fomento de boas práticas que ajudem a sociedade a preservar e conservar o meio ambiente, com ações que contemplam o meio ambiente, educação, trabalho, saúde, lazer, assistência social, cultura, moradia e transporte.

2. Planejamento Urbano Sustentável

O planejamento urbano sustentável é de suma importância na criação de um modelo de cidade sustentável, visto que essa abordagem tem que está integrada com os princípios fundamentais do tripé da sustentabilidade, que são meio ambiente econômico e social, que irão proporcionar uma boa gestão das áreas urbanas.

3. Áreas Verdes

Nos grandes centros, a urbanização devastou matas e florestas, e como consequência dessas ações vários problemas ambientais sugiram em decorrência desse impacto, como poluição do ar, erosão do solo e poluição dos rios urbanos, contudo, uma cidade sustentável precisa ser arborizada, pois, melhora as ilhas de calor e a qualidade do ar, com criação de jardins, telhados verdes, corredores ecológicos e bacias de retenção de água.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda-se que haja um mínimo de 12 metros quadrados de área verde por habitante em zonas urbanas, esse índice de área verde é a relação entre a quantidade de habitantes de uma cidade e a área de espaços verdes de uso público, como parques e praças. No Brasil, estima-se que menos de 7% das áreas urbanas são cobertas por vegetação.

4. Uso sustentável de área mista

Uma cidade sustentável de área mista, proporciona melhor densidade no uso do solo em zonas urbanas, e dessa forma conectar as áreas residenciais, comerciais e de lazer, promovendo uma harmonia e integração desses espaços oportunizando benefícios como redução de gases de efeito estufa (GEE), incentivo à economia local e formação de comunidades mais integradas.

5. Planejamento para Desastres Naturais

Para enfrentar os desastres naturais, as cidades precisam ser planejadas, pensando em como evitar inundações, terremotos e tempestades. A seguir, listamos algumas ações que devem ser adotadas para tornarem essas cidades mais resistentes,

  • Construção de infraestruturas robustas e flexíveis;
  • Elaborar sistemas de alerta precoce;
  • Elaborar planos de evacuação;
  • Criação de áreas de amortecimento, como zonas de inundação controlada e manguezais urbanos.

6. Mobilidade e acessibilidade

A mobilidade urbana prevê um sistema de transporte coletivo eficiente, confiável, capaz de atender as necessidades de deslocamento da população em um curto espeço de tempo, com modal sustentável e que seja movido preferencialmente por energia não poluente. É importante que nessa cidade seja criado possibilidade que permita a circulação de veículos de propulsão humana como bicicletas e patinetes. Cabe ao poder público a construção de ciclovias, permitindo á sua população utilizar esse meio de transporte, reduzindo o número de veículos nas vias urbanas, e, consequentemente, diminuindo os congestionamentos nos horários de pico.

Em 2023, a revista canadense Corporate Knights que divulgou os resultados da pesquisa Sustainable Cities Index, avaliando o índice quantitativo no desenvolvimento sustentável dos centros urbano, revelando as cidades mais sustentáveis do mundo, considerando aspectos ambientais e de mobilidade urbana. Segundo o site (https://cwbus.com.br/2023/10/09/cidades-mais-sustentaveis-do-mundo/), citamos alguns exemplos como:

  1. Estocolmo (Suécia)
  2. Oslo (Noruega)
  3. Copenhague (Dinamarca)
  4. Lahti (Finlândia)
  5. Londres (Reino Unido)
  6. Auckland (Nova Zelândia)
  7. Sydney (Austrália)
  8. Berlim (Alemanha)
  9. Winnipeg (Canadá)
  10. Vancouver (Canadá)

No Brasil, alguns centros urbanos já investem em políticas públicas voltadas para a sustentabilidade, às cidades são conhecidas por implementarem práticas de gestão urbana sustentável, mobilidade, eficiência energética e preservação ambiental, assim, podemos destacar as 10 cidades mais sustentáveis no ano de 2023.

  1. Curitiba (Paraná)
  2. São Caetano do Sul (SP)
  3. Brasília (DF)
  4. Florianópolis (SC)
  5. Maringá (PR)
  6. Barueri (São Paulo)
  7. Goiânia (GO)
  8. Santos (SP)
  9. Erechin (RS)
  10. São Paulo (SP)

Portanto, para que uma cidade seja considerada sustentável, é preciso que a mesma seja projetada, pensando nos impactos socioambientais, refletindo o método para o desenvolvimento, otimizando os padrões de consumo, respeitando, cuidando dos recursos naturais e garantindo à sobrevivência de gerações futuras.

Sobre o colunista

Reginaldo Almeida, Engenheiro Ambiental

Reginaldo dos Santos Almeida é graduado em Engenharia Ambiental e Sanitária, Pós-graduado em Direito Ambiental, Pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho. Possui especialização em Higiene Ocupacional pela UFBA, é especialista em Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa – GEE, Consultor Ambiental/ESG, Auditor interno nas ISOs 9001, 14001 e 45001 e Auditor Selo Verde.

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Os artigos de nossos colunistas representam suas opiniões e visões pessoais, não necessariamente refletindo a redação da Ambiental Mercantil.

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