OPINIÃO DE ESPECIALISTA: Quais serão os desafios para a ampliação da oferta de energia renovável no Brasil?

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Imagem: Divulgação | Por Marcus Fireman, sócio-fundador da Climb Consulting, para seção OPINIÃO DE ESPECIALISTA AMBIENTAL MERCANTIL

PRÊMIO INTERNACIONAL 2023

PRÊMIO INTERNACIONAL 2023

Ambiental Mercantil recebe prêmio de sustentabilidade ambiental 2023 pela renomada Build Magazine da Inglaterra

Janeiro de 2023 – Em novembro de 2022, aconteceu a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27) e o Ministério de Minas e Energia Brasileiro apresentou ao mundo seus planos para ampliar a oferta de energias renováveis, colocando o Brasil como o país da energia verde.

De acordo com o Ministério, políticas públicas estão sendo criadas para acelerar o desenvolvimento da eólica offshore no país, o que pode aumentar nossa capacidade de geração — uma vez que a costa brasileira tem uma capacidade de geração de 700 GW.

É claro que observo essa iniciativa brasileira com excelentes olhos, mas como especialista em planejamentos ágeis, me chama atenção os desafios enfrentados para aplicação desses planos. Afinal, quando observamos processos produtivos, é preciso olhar para os pontos estruturantes a serem trabalhados.

Vejamos, após a resolução normativa publicada no primeiro semestre, o Brasil observou uma corrida por licenciamento de novos projetos eólicos offshore. Atualmente, cerca de 65 projetos estão em processo de licenciamento ambiental. E este é só o primeiro passo, ainda existem alguns gargalos a serem vencidos.

Se analisarmos o contexto internacional, a previsão é de um mercado europeu bastante aquecido — como reflexo das consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Na União Europeia, áreas propícias para energia eólica e solar já foram mapeadas para terem um processo acelerado de licenciamento, o que pode prejudicar os planos brasileiros, uma vez que parte dos componentes das torres eólicas é importada.

Um segundo ponto que podemos identificar como gargalo é o próprio processo de licenciamento brasileiro, existem hoje diferenças no fluxo de processos entre estados brasileiros, e o aquecimento previsto para os próximos anos irá precisar de uma ampliação de equipe técnica por parte dos órgãos ambientais.

É inegável que estes planos são benéficos para nossa economia e desenvolvimento, principalmente para o Sul do país. Hoje, a maior parte das fábricas de Torres estão concentradas no interior do nordeste, mas parte desses novos projetos de eólica offshore em licenciamento, estão na costa do Rio Grande do Sul, o que sinaliza um movimento direcionado de novas fábricas na região reduzindo assim o custo logístico e impactando no desenvolvimento local.

O Brasil tem um grande potencial para ser o “país das energias verdes”, mas é preciso enxergar claramente todos os obstáculos que nos atrapalhem de alcançar o objetivo final que é se tornar a maior fonte de energia renovável do mundo.

Sobre o autor

Marcus Fireman é Engenheiro Civil graduado pela UFAL (Universidade Federal de Alagoas); Mestre em Gestão da Construção com ênfase em Lean pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Doutorado em andamento em Gestão da Construção com ênfase em Lean Construction pela UFRGS. Co-fundador da empresa Climb Consulting, foi um dos idealizadores do Fórum de Inovação da Construção; Palestrante em congressos e workshops nacionais sobre a aplicação do Lean Construction.

Site oficial: https://www.climbgroup.com.br

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