Foto: fornecida por Rodrigo Tavares, lançamento da Captur à imprensa, no Maison Renault em São Paulo
Montadora brasileira utiliza conceito de economia circular na gestão de resíduos
A Renault do Brasil, uma das maiores montadoras do país, vai marcar presença na Ambiental Mercantil Expo Bahia 2017, que acontece nos dias 23,24 e 25 de maio de 2017.
A empresa será representada por Rodrigo Tavares, Supervisor de Controle Ambiental e Prevenção de Riscos Industriais. Na feira, ele fará uma palestra com o tema “Aplicação da Economia Circular na Gestão de Resíduos de Indústria Automobilística de Grande Porte”.
Rodrigo encontrou um espaço na apertada agenda para nos conceder a entrevista, feita via whatsapp. Antes de falar sobre a participação na feira, ele comentou sobre o projeto de gestão de resíduos da Renault do Brasil. Segundo ele, a montadora gera cerca de 57 diferentes tipos de resíduos, com exceção dos metálicos. “Em cada um deles nós temos formas diferentes de trabalhar”, disse ele, complementando que desde o ano passado a Renault do Brasil trabalha com os conceitos de economia circular e economia compartilhada.
Economia circular é aquela que propõe um reaproveitamento sistemático de tudo o que é produzido. Já a economia compartilhada é a prática de dividir o uso ou a compra de serviços facilitada. Grandes empresas como Uber e Airbnb são exemplos de economia compartilhada.
Como exemplo, Rodrigo citou a identificação de um potencial muito grande de reutilização interna dos pallets de madeira. A montadora gerava cerca de sete mil toneladas de pallets de madeira por ano, acarretando em pouca receita. Os pallets de madeira então passaram a ser reutilizados internamente.
Já resíduos como sucata de papelão são vendidos para recicladoras de papel e transformados em matéria-prima novamente. “Temos também alguns resíduos contaminados, como por exemplo, borra de tinta. Encaminhamos para co-processamento, porque é uma tecnologia de geração de energia e matéria-prima para cimento.”
A Renault do Brasil é integrante do grupo CE100 (Circular Economy One Hundred), grupo de 100 empresas no mundo que participam do conceito de economia circular, liderado pela Fundação Ellen MacArthur. “Empresas como Nike, McDonald’s e Renault fazem parte deste grupo”.
Desde que assumiu o cargo na Renault do Brasil, em 2014, Rodrigo conseguiu reduzir em 20% a geração de resíduos por veículo, representando uma receita de pelo menos seis dígitos. A redução de despesas, segundo Rodrigo, trouxe valores bastante significativos para a montadora.
“A utilização do conceito de economia circular aumentou em cerca de 210% nossas receitas, com a venda de resíduos”.
Segundo o site da Renault, a montadora produziu cerca de 200 mil veículos por ano, entre 2010 e 2015. Preocupada com o meio ambiente, a Renault do Brasil produz veículos cada vez menos poluentes. A política ambiental em suas próprias instalações ajuda a preservar a qualidade de vida dos cidadãos e a natureza.
EXPECTATIVAS AMBIENTAIS E FINANCEIRAS
Por conta de todo o trabalho na economia circular, a Renault do Brasil foi indicada ao TDC (Total Delivery Cost) Awards Groupe Renault 2016. Trata-se de um reconhecimento anual que seleciona grandes projetos das plantas da Renault ao redor do mundo que geraram bons resultados.
“Nosso projeto de economia circular e reuso de embalagens foi indicado a este prêmio”.
A planta vencedora foi a própria Renault do Brasil, com o programa Copa Custos, uma espécie de Copa do Mundo de projetos de redução de custos.
“Como este projeto foi pioneiro no Brasil, ele foi o vencedor deste prêmio”.
Sobre a palestra na Ambiental Mercantil Expo Bahia 2017, Rodrigo tem uma expectativa na área ambiental e outra na área financeira.
“Eu gostaria de mostrar que uma área de meio ambiente pode ser muito superavitária. Pode trazer muitas receitas a uma empresa ou minimizar suas despesas. Tenho também a expectativa ambiental, de mostrar como o que nós chamamos de resíduos podem ser materiais com alto valor de utilidade e alto valor agregado também”.
Localizada em São José dos Pinhais (PR), a Renault do Brasil tornou-se, no ano passado, a sexta planta do Grupo Renault Aterro Zero. A montadora evita o envio de resíduos para aterros sanitários. A montadora também ostenta o título de primeira planta mista do Grupo Renault a ser Aterro Zero.
“Uma planta mista produz veículos de passeio, utilitários e motores. Nenhuma planta do Grupo Renault conseguiu isto ainda. Nós somos os primeiros”, segundo Rodrigo.
Garanta já a sua participação. Faça já a sua inscrição no Simpósio de Resíduos Sólidos.
Por Angela Schreiber, jornalista freelancer, escreveu com exclusividade sobre a Renault do Brasil para o portal de NOTÍCIAS AMBIENTAL MERCANTIL.