PMEs conseguem economia de até 20% na conta de luz com adoção da Geração Compartilhada

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PMEs conseguem economia de até 20% na conta de luz com adoção da Geração Compartilhada

Por Tatiana Lima, Jornalista | Imagem: Adolfo CJ, Pixibay

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Modalidade, que não demanda investimentos ou alterações físicas, representa fôlego financeiro em meio à pandemia

Em meio à pandemia do Novo Coronavírus e à retração econômica, as empresas buscam formas para reduzir seus custos e manter a sustentabilidade dos negócios. Dentro desse contexto, alguns empresários descobriram a chamada Geração Compartilhada, uma modalidade que foi regulamentada pela Aneel há cerca de cinco anos e que beneficia consumidores com contas de luz entre R$1.200 e R$ 20 mil. A economia na fatura pode chegar a até 20%.

A Panificadora Manchester, localizada em Joinville (SC), é um dos empreendimentos que aderiu ao modelo. Há cerca de um ano, a conta de luz era o maior custo fixo da empresa, no valor de aproximadamente R$ 20 mil.

“Depois que aderimos à Geração Compartilhada, a conta de luz diminuiu, em média, 10%. Em alguns meses, a redução foi até maior; mas em outros foi menor, em função do volume de chuvas”, explicou o administrador do panificadora, Carlos Roberto Shigeoka.

Ele destacou que a economia de 10% na conta de luz já viabilizou um aporte importante na modernização do maquinário e em campanhas de marketing. Shigeoka atribui um crescimento nas suas vendas a essa redução na conta de luz.

“Em meio à pandemia, nós conseguimos divulgar o nosso serviço de delivery, que passou de 2% do nosso faturamento para 40%”, disse. Em fevereiro deste ano, inclusive, o empreendimento ganhou mais uma unidade, com a contratação de 11 funcionários.

Modalidade consiste no aluguel de parte de usinas renováveis

A Geração Compartilhada permite que os consumidores aluguem, por meio de uma cooperativa, parte de uma usina renovável. Com isso, o preço pago pela energia elétrica fica inferior ao cobrado pelas concessionárias. Outro benefício ao consumidor que adere à modalidade é que não existe a necessidade de qualquer investimento ou alteração física no empreendimento.

O professor do curso de Engenharia Eletrônica da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Marcio Casaro, explica que a Geração Compartilhada é uma modalidade da chamada Geração Distribuída (quando o consumo da energia elétrica se dá próximo de onde ela foi gerada, entre outras características). Os painéis solares e as plantas de biomassa estão entre as usinas de Geração Distribuída mais conhecidas.

Geralmente, a implantação de um sistema de Geração Distribuída visa o suprimento de energia da própria unidade consumidora. Mas, quando há um excedente na geração, a energia é injetada no sistema da concessionária.

“Esse excedente pode ser abatido do consumo futuro da própria unidade consumidora ou de outras unidades consumidoras, através da Geração Compartilhada. Nesse modelo, um consumidor pode alugar um percentual da energia elétrica produzida por um micro ou minigerador enquadrado na Geração Distribuída.”, ressaltou Casaro.

O professor ainda salientou que a transação só pode ocorrer dentro da mesma concessionária, ou seja, o consumidor só pode alugar parte de uma usina que esteja localizada na mesma área de abrangência da sua distribuidora de energia. No caso da Panificadora Manchester, o empreendimento aluga parte da Central Geradora Taquara Verde, localizada em Caçador, no Oeste de Santa Catarina.

A usina está situada na área de atuação da Celesc, mesma concessionária que atende o município de Joinville.

Para aderir à Geração Compartilhada, é necessário apenas se associar a uma cooperativa ou a um consórcio, que reúna, além dos consumidores, os geradores de energia. Shigeoka conta que o processo para adesão à Geração Compartilhada é algo bastante simples. Ele incentiva que outros empresários adotem o modelo, como forma eficaz de reduzir custos.

“A Geração Compartilhada é uma ferramenta muito segura, sem riscos. E o mais importante, não demanda investimento”, afirmou.

Startup curitibana conecta geradores e consumidores

A Nex Energy é uma cooperativa que conecta consumidores e geradores, viabilizando a Geração Compartilhada. Apoiada em tecnologia, a startup curitibana possibilita que os consumidores escolham as unidades geradoras (e suas tarifas) por meio do seu sistema. O CEO da startup, Juliano Lenzi, destaca outras vantagens do modelo.

“Além de não ser necessário realizar investimento, os consumidores também não precisam realizar alterações na estrutura física. Eles podem ter acesso a uma energia limpa e com um atendimento diferenciado”, citou.

Entre os empreendimentos que podem se beneficiar da Geração Compartilhada estão as padarias, postos de gasolina, clínicas, hotéis, condomínios residenciais e comerciais, laboratórios, gráficas, mercados, escolas, etc.

Lenzi salientou que o desconhecimento da população ainda é o impeditivo para que mais consumidores adotem o modelo. Justamente por esse motivo, um dos objetivos da startup é a conscientização dos consumidores a respeito do funcionamento e das possibilidades existentes no sistema elétrico brasileiro.

“Queremos contribuir para uma revolução no setor elétrico”, salientou.

O professor da UTFPR concorda com Lenzi. Casaro conta que, em países europeus, onde a modalidade já está consolidada, o mercado é totalmente aberto desde 2007.

“Até os consumidores residenciais podem escolher de quem irão comprar energia elétrica. Talvez esse seja um dos elementos que explica o porquê em países desenvolvidos há um maior interesse da população em buscar alternativas mais baratas para suas contas de energia elétrica“, apontou.

No Brasil, a participação da Geração Distribuída na matriz energética não chega a 0,5%.

Se hoje a Geração Distribuída ainda é estranha à maioria dos brasileiros, em um futuro próximo deve haver maior conhecimento sobre essa modalidade. Há uma tendência de aumento no preço da energia em função da pandemia da COVID-19 e do relativo represamento de preços. Por isso, micro e pequenas empresas devem buscar formas de diminuir esse custo.

Também já está em tramitação, no Congresso Nacional, um Projeto de Lei (PL 5.829/19) que atualiza a regulamentação da Geração Distribuída, tornando o modelo mais transparente e, consequentemente, atrativo.

Informamos que os conteúdos publicados são contribuições independentes e de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, a opinião do corpo editorial Ambiental Mercantil Notícias.

Crédito:
Imprensa | Nex Energy

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