COM NOME INSPIRADO NO CYPERUS GIGANTEUS, EMPRESA PAULISTA ESPECIALIZADA EM SANEAMENTO E GESTÃO DE RESÍDUOS SE REINVENTA EM MEIO À PANDEMIA DO CORONAVÍRUS

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Por Ângela Schreiber
Foto: Yogendra Singh – Pixabay

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“Se você fizer um bom tratamento de efluente, você não vai ter o caminho desse vírus [coronavírus] para a frente”.

A afirmação é do engenheiro químico Wagner de Miranda Pedroso, proprietário da Papiro Soluções em Meio Ambiente, empresa que realiza projetos ambientais, auditorias, treinamentos e consultorias na área de gestão de resíduos.

            Como inúmeras empresas, a Papiro foi bastante afetada pela chegada do coronavírus. Atividades presenciais, tais como auditorias envolvendo trabalho de campo e verificação, ficaram “congeladas”, segundo Wagner. Atento às mudanças, ele estuda a possibilidade de adotar o formato virtual para as auditorias.

            Para as aulas e treinamentos, o engenheiro já adotou o Ensino a Distância (EAD).

“Tenho elaborado conteúdo na área de gestão de água e efluentes, gestão de resíduos e riscos químicos”.

Além disso, vai ensinar as pessoas a fazer uma auditoria.

“Não só auditoria para sistema de gestão ISO, mas uma auditoria de campo de conformidade”.

            Em matéria publicada no dia 22 de abril, o canal de notícias Ambiental Mercantil mostrou o quanto o coronavírus afetou vários profissionais da área ambiental. O formato home office substituiu o trabalho de campo, e treinamentos passaram a ser realizados via Skype. As reuniões, sempre presenciais, acontecem agora por videoconferência.

            Entre os trabalhos realizados pela Papiro também está a gestão de águas e efluentes. Segundo Wagner, o assunto saneamento (tratamento de água e esgoto) tem sido muito abordado nos fóruns dos quais participa, e várias medidas estão sendo tomadas.

            “Atualmente o que se pode notar é um aumento na circulação de informações sobre a ‘carga viral’ nos esgotos”.

            A Papiro realiza também tratamento de efluentes em hospitais, medição de vírus (coronavírus) nos esgotos das cidades e em ambientes em geral. Sobre definir quais ações serão realmente comprovadas e incorporadas ao dia a dia dos estabelecimentos, Wagner afirma que ainda é cedo para isso.

            “Tudo depende de comprovação científica, o que em três ou quatro meses é muito difícil de ser estabelecido, pois este vírus (o coronavírus) ainda é muito recente”.

            Segundo artigo publicado na revista médica britânica The Lancet, foi indicada a presença de RNA (Ácido Ribonucleico) do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no esgoto de cidades como Paris e Amsterdã, bem como nas fezes de pessoas que contraíram a Covid-19. Segundo especialistas ligados ao Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (ONDAS), vestígios do vírus no esgoto não significam, necessariamente, que a Covid-19 seja transmitida dessa forma. O vírus não se reproduz na natureza sem um hospedeiro, ainda de acordo com os especialistas do ONDAS.

O Prof. Dr. Léo Heller, relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU), afirma que, até o momento, não há relato de transmissão do novo coronavírus por água ou esgoto. Isto demonstra que existe a necessidade de uma análise abrangente e mais sutil, testando assim a hipótese de uma transmissão fecal-oral da Covid-19, segundo estes especialistas. Todas estas informações estão no site https://www.folhavitoria.com.br/

Na primeira semana dos trabalhos de campo do projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos, foi detectada a existência do novo coronavírus em oito entre 26 amostras (31%). O projeto-piloto tem a finalidade de monitorar a presença do novo coronavírus nos efluentes de Belo Horizonte e Contagem (MG). Não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral), segundo os pesquisadores envolvidos no estudo. As informações foram publicadas no site https://novodianoticias.com.br/ no dia 05 de maio último.

Wagner disse que o tratamento de efluentes tem uma grande eficácia na redução de vírus e bactérias.

“O que quero dizer com isso: se você fizer um bom tratamento de efluente, você não vai ter o caminho desse vírus para a frente. Traduzindo mais ainda: o saneamento básico é a principal medida para que esse vírus não se prolifere, não seja transmitido através da água ou dos resíduos. Obviamente o saneamento não age nas questões ligadas ao contato humano, mas ele diminui muito a proliferação desses resíduos”.

Meio ambiente sustentável e mudanças

Fundada em 2016 e localizada em São Paulo capital, a empresa tem um nome que nos faz viajar pela história. Planta abundante nas margens do Rio Nilo, o papiro era utilizado como material de suporte para escrita, no Antigo Egito.

Crédito: Pixabay/Ilustração

Por aqui, o papiro-brasileiro, de nome científico cyperus giganteus, pode ser utilizado no tratamento de esgoto doméstico, substituindo os produtos químicos. De acordo com Wagner, trata-se de uma planta de raiz, de baixo custo e fácil manejo. Bastante utilizado no país, o papiro devolve ao meio ambiente uma água totalmente limpa.

            É possível ver a importância do papiro em uma reportagem do programa “Como Será”, que era exibido aos sábados pela Rede Globo. O vídeo mostra o tratamento de esgoto em Araruama, cidade da Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro.

Segundo a reportagem, a cidade abriga a única estação de esgoto cem por cento sustentável da América Latina. Todo o processo é feito com a utilização de plantas, entre elas o papiro, e sem o auxílio de energia elétrica. Portanto, totalmente natural.

Crédito: Globo

            Esta técnica é conhecida como Jardim Filtrante (Área Alagada Construída ou Wetland). Trata-se de um sistema constituído por lagoas ou canais artificiais rasos, os quais abrigam plantas aquáticas. Em setembro de 2009, a Agência USP de Notícias divulgou a técnica.

“O método testado pelo ecólogo Rodrigo César de Moraes Monteiro ainda é pouco conhecido no Brasil”, diz a matéria.

De acordo com Wagner, o aguapé também é bastante utilizado na técnica Wetland. Segundo matéria do site Bayer Jovens, a planta costuma ser chamada de “praga verde”. Considerada um problema ambiental devido à rápida proliferação, é também responsável pela despoluição de rios no Brasil e no mundo.

Crédito: Site Bayer Jovens

            Despoluído também está o ar, desde que o coronavírus chegou. Wagner torce para que melhorias como esta sejam mantidas. Segundo ele, o vírus mudou alguns de nossos hábitos, muitos dos quais serão inseridos definitivamente na nossa rotina. Como exemplo, cita os treinamentos que ministra.

“Antes de tudo (a pandemia) começar, tínhamos dificuldades em montar turmas de treinamento online. Atualmente, estamos conseguindo executar esta atividade de forma mais fácil, devido à aceitação dos alunos e à liberação pelas empresas. Isto sem mencionar o aumento do alcance. Antes, os alunos eram normalmente do estado de São Paulo. Hoje, ministro treinamentos para pessoas no Ceará, Brasília e Espírito Santo, sem problemas de estadia e deslocamento”.

Ainda de acordo com Wagner, a condução das aulas online reduz a interação entre os alunos.

“Mas com algumas alterações na didática, estamos conseguindo driblar, deixando as turmas muito à vontade para fazer as perguntas e expor as dificuldades que encontram no dia a dia. Um ponto fundamental do treinamento é que os alunos tragam os problemas encontrados, para que possamos discutir. Com toda esta nossa readaptação, acredito que muitas das nossas atividades passarão a ser virtuais definitivamente, trazendo ganhos ambientais significativos só com a redução do deslocamento”.

Segundo Wagner, um número menor de pessoas se deslocando para o trabalho nos beneficia com menos carros nas vias e um transporte público menos saturado.

“Se temos menos trânsito, os carros que devem circular se deslocarão com maior velocidade, economizando tempo e combustível, reduzindo as emissões e gerando menor extração de matérias-primas”.

A Papiro Soluções em Meio Ambiente presta treinamento e consultoria na área de saneamento. O trabalho da empresa abrange também a consultoria na gestão de resíduos, elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), consultoria na implantação e manutenção de sistemas de gestão ambiental – ISO 14001 – e realização de auditorias de conformidade legal. As propostas de trabalho são sob medida para cada tipo de empresa.


Wagner de Miranda Pedroso é Engenheiro Químico, Mestre em Processos Químicos e Bioquímicos com ênfase em Meio Ambiente pela Faculdade Mauá - Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). Pós-graduado em Administração Industrial pela Vanzolini / USP. Participou do Diplomado em Desenvolvimento Industrial Sustentável – Leuphana Universität Lünenburg através da Câmara Brasil-Alemanha.

Com experiência de mais de 15 anos em multinacional automobilística na gestão de resíduos sólidos, tratamento de água e efluente. Coordenou durante 7 anos equipes multidisciplinares na área de manutenção industrial e gestão de contratos. Atuou na gestão de águas – captação de água por poços tubulares profundos, Estação de Tratamento de Água (ETA) e Estação de Tratamento de Esgoto Industrial (ETEI). Professor convidado no curso de Pós-graduação em Resíduos Sólidos no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e ministra palestras e cursos em entidades como Conselho Regional de Química (CRQ), Synergia Treinamentos e Edutech. Perito Ambiental no CRQ4. Auditor líder nas normas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001.

Crédito:
Ângela Schreiber
Assessoria de Imprensa
Ambiental Mercantil


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