
Imagem: Divulgação – por Clauber Cleber Caetano | Petrópolis – RJ, 18/02/2022
Soluções práticas e viáveis para evitar essa repetição de erros já existem, explica o engenheiro Luiz Pladevall, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – Seção São Paulo (ABES-SP). Entre elas, o especialista destaca que a infraestrutura de drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas minimizariam os riscos em grande parte das regiões brasileiras.
Com as chuvas torrenciais e contínuas nas regiões Sudeste e Nordeste, especialmente nos estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e a lamentável tragédia em Petrópolis (RJ), com mais de 50 mortes, cujos efeitos têm sido desastrosos para muitas comunidades e, também, para o meio ambiente, é necessário investir em drenagem urbana para minimizar os riscos em grande parte das regiões brasileiras.
O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES (Seção ABES-SP), Luiz Pladevall, explica que, além de um processo planetário de mudanças climáticas, há um conjunto de elementos que ajudam a explicar esse cenário no Brasil.
“Entre os fatores, podemos ressaltar os problemas ligados ao descontrole do processo de urbanização e as decorrentes mudanças nas condições de uso e ocupação do solo, sobretudo em áreas ambientalmente sensíveis; as ocupações em áreas de espraiamento natural das águas (as chamadas várzeas), muitas delas irregulares; a canalização de cursos d’água ou a deficiência de estruturas de drenagem; a impermeabilização de ruas e calçadas (ou das próprias edificações); o acúmulo de lixo e entulho em áreas urbanas e cursos d´água; ou a remoção da cobertura vegetal das margens dos rios e córregos”.
São exemplos que, reconhecidamente, têm grande importância na redução da infiltração das águas de chuva e, portanto, no aumento do volume e da velocidade do escoamento superficial dessas águas, alterando o regime hidráulico e de drenagem natural.
Como ressalta Pladevall, os efeitos diretos desse processo são bastante conhecidos, com destaque para as inundações, para o solapamento de margens e o assoreamento de corpos hídricos.
“O excesso acumulado de chuvas também é responsável por amplificar as instabilidades geotécnicas, aumentando (ou provocando) eventos de deslizamentos e escorregamentos de encostas, que quase sempre se traduzem em grandes tragédias, como a que ocorreu recentemente no Parque Paulista em Franco da Rocha e em outros 27 municípios da Grande São Paulo e em Petrópolis esta semana”, aponta.
O engenheiro frisa que a infraestrutura de drenagem e o manejo de águas pluviais urbanas não têm sido priorizados no Brasil.
“São os `primos pobres´ do saneamento. A falta de planejamento e de investimentos continuados, somada às dificuldades dos municípios para a implantação de obras ou para a operação e gestão desses serviços, são fatores que deprimem, há décadas, os sistemas de drenagem urbana”.

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