Biomassa florestal e sequestro de carbono trazem esperanças de um meio ambiente melhor

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Surgem cada vez mais alternativas para um meio ambiente sustentável. Uma delas é a biomassa florestal, fonte de energia que substitui os combustíveis fósseis e gera riqueza e empregos no Brasil. Outra alternativa é o sequestro de carbono. Estes dois assuntos fazem parte da entrevista com o engenheiro florestal e professor Carlos Roberto Lima.

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            Segundo a Revista da Madeira, através do desenvolvimento tecnológico torna-se possível a diversificação de uso da biomassa florestal. Desta forma, a participação de recursos renováveis na matriz energética nacional se amplia. Para Carlos Lima, a biomassa florestal é a principal fonte de energia para substituição dos combustíveis fósseis e tem uma infinidade de serviços.

“Intensiva em mão de obra, portanto gera empregos e distribui renda”, disse ele.

            De acordo com o professor, a biomassa florestal é uma fonte versátil.

“Pode ser utilizada nas formas sólida, líquida e gasosa em múltiplos processos de conversão e de usos finais”.

A gaseificação é uma das formas de transformar a biomassa em energia: a biomassa é acalorada na ausência do oxigênio. O produto final é um gás inflamável que pode ser filtrado, com o objetivo de remover componentes químicos residuais. As informações são do blog do Mata Nativa.

            Doutor em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Carlos Lima afirma que a biomassa florestal reduz as emissões de carbono CO2.

“Podemos citar também o fato de aumentar a cobertura florestal e, em função disto, melhorar os regimes hidrológicos nas bacias hidrográficas. Portanto, teremos mais água e com melhor qualidade. Esta maior cobertura florestal proporciona uma menor erosão do solo e também diminui o assoreamento dos corpos d’água”.

            Um verdadeiro entusiasta da causa ambiental, Carlos Lima deposita esperanças no Mato Grosso. Segundo o site sonoticias.com.br, o estado ganhou o apoio do Programa Page (Parceria para a Ação sobre a Economia Verde, na sigla em português) para estudos voltados à oferta e à demanda de energias renováveis, entre elas a biomassa. Eduardo Chiletto, coordenador do Page em Mato Grosso, disse que o nordeste do estado tem grande potencial para produção de biomassa, substituindo a termoelétrica à base de óleo diesel.

            Lima só faz um alerta.

“Tomando-se cuidados para um perfeito casamento entre os objetivos (matéria-prima para processos ou insumo energético) com os fatores de produção: clima, solo, água e fertilidade, disponibilidade de mão de obra, espécies a serem plantadas, manejo (florestal), para que possamos atingir nossos objetivos a um custo menor ou economicamente competitivo. A isto podemos chamar de um Ótimo Planejamento”.

Plantio de árvores e sequestro geológico de carbono

            Quando o assunto é sequestro de carbono (processo de remoção de gás carbônico da atmosfera), o professor conta que trabalha há cerca de 20 anos com o potencial de sequestro de CO2 por reflorestamentos.

“Por ser um engenheiro florestal, sempre optei por esta via para a mitigação ou sequestro do CO2 emitido ou emissões não evitadas. Existem outras tecnologias para isto, mas sempre me ative aos reflorestamentos em função dos serviços ambientais obtidos a custo zero”.

            Também chamado de captura de carbono, o sequestro de CO2 ocorre principalmente nos oceanos e florestas. Organismos fotossintetizantes como plantas, algas e bactérias são os principais agentes do sequestro de carbono. É nas florestas onde acontece a forma mais comum de sequestro de carbono. Durante a fase de crescimento, as árvores demandam uma grande quantidade de carbono para se desenvolver. Cada hectare de uma floresta em desenvolvimento pode absorver de 150 a 200 toneladas de carbono.

            “Recomendo sempre que as ações sejam casadas, isto é, primeiro devemos optar por uma via de processo que nos possibilite reduzir ao máximo as nossas emissões. Para as emissões não reduzidas, aí sim, aplicar a mitigação via reflorestamentos. Na opção pela via de processo às vezes ficamos muito limitados, por se tratar de uma planta industrial já implantada, ou por problemas ligados ao processo de licenciamentos de uma nova planta. Já para a mitigação a opção dos reflorestamentos é sempre uma opção mais vantajosa, se não nos aspectos dos custos, mas pelos serviços ambientais que esta opção proporciona e a custo zero”.

            Plantar árvores é uma das alternativas para diminuir a poluição na terra. A outra é o chamado sequestro geológico de carbono. Trata-se de uma forma de devolver o carbono para o subsolo. Um sistema de filtros que coletam o CO2 separa os gases de exaustão produzidos pelas indústrias. O gás então é comprimido, transportado e injetado em um reservatório geológico apropriado – campos de petróleo já explorados ou em fase final de exploração, aquíferos salinos ou reservas de carvão mineral.

Professor adjunto aposentado da UFCG, Carlos Lima é graduado em Engenharia Florestal pela Universidade de Viçosa (UFV).

Professor Carlos Lima participou do Projeto do Diagnóstico do Setor Florestal da Paraíba e Elaboração do Programa de Desenvolvimento Florestal do Estado da Paraíba, de 1991 a 1994. Integrou ainda o Projeto Florestas Energéticas (EMBRAPA/UFCG) de 2006 a 2015 e participou de várias audiências públicas de Licenciamento Ambiental de Usinas Termoelétricas à Gás Natural no MPE-MS, no início dos anos 2000.

Contato: +55 83 9656-9640

Entrevista exclusiva por Ângela Schreiber,
Comunicação Ambiental Mercantil

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