ESTUDANTES BAIANOS VENCEM TORNEIO DA NASA

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ENTREVISTA EXCLUSIVA PARA A PLATAFORMA AMBIENTAL MERCANTIL NOTÍCIAS, POR ÂNGELA SCHREIBER

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Um grupo de cinco estudantes baianos venceu o torneio Nasa Space Apps Challenge 2019. Os jovens desenvolveram um mecanismo que atrai e capta resíduos plásticos nos oceanos. Como prêmio, ganharam uma viagem à sede da Agência Espacial Americana (NASA).

            A competição aconteceu em outubro de 2019 e teve o resultado divulgado no dia 22 de janeiro deste ano. Com o “Ocean Ride”, a equipe baiana, batizada de Cafeína, superou 2.076 projetos de 230 cidades de 83 países. Em entrevista realizada via e-mail, a Equipe Cafeína explicou como funciona este projeto sustentável.

            “O Ocean Ride é um equipamento que tem o objetivo de coletar os microplásticos do oceano, pois os mesmos causam danos tóxicos aos seres vivos, desde os animais marítimos até os próprios seres humanos. Esses danos são causados através da alimentação”.

Ainda segundo a equipe, os microplásticos apresentam um grande prejuízo ambiental, pois estão no oceano inteiro. O dispositivo que recolhe as partículas de microplásticos seria acoplado a grandes embarcações (navios cargueiros, de cruzeiro ou plataformas de petróleo), e atuaria como uma espécie de ímã no mar.

            A Equipe Cafeína é composta por Ramon de Almeida, 23 e Thiago Barbosa de Oliveira, 23 (Universidade Católica do Salvador-UCSAL), Genilson Brito de Oliveira Júnior, 18, Antônio Vitor Rocha Casais de Jesus, 19 e Pedro Gabriel Noronha Dantas, 19 (Universidade Federal da Bahia-UFBA).

            Com muita calma e foco no objetivo, os garotos venceram na categoria Melhor Uso de Hardware. Segundo eles, a grande dificuldade não só para a equipe, mas para o mundo, é o fato do tema microplásticos ser relativamente novo e apresentar poucas informações.

“Tirando isso, o desafio não gerou dores de cabeça”.

            Promovida pela incubadora da NASA, o Space Apps Challenge é uma competição internacional que tem por objetivo resolver desafios propostos pela Agência Espacial Americana. Mais de 200 cidades do mundo inteiro participam do hackaton. Talentos das mais diferentes áreas, entre elas tecnologia, negócios, engenharia, ciência de dados e meio ambiente, se reúnem para criar soluções que podem fazer a diferença.

Equipe unida pelo ecossistema

            Leka Hattori, representante oficial do Nasa Space na Bahia, comemorou muito a conquista da Equipe Cafeína.

“A Bahia pode ser um vale do silício. Mesmo com as adversidades e limitações de recurso, os olhos do mundo viraram para Salvador. A gente chegou no máximo de inovação possível, muito bom poder proporcionar isso para essas mentes brilhantes que a Bahia tem”, disse ela.

O fato dos integrantes serem de áreas tão diferentes – administração, engenharia química e análise e desenvolvimento de sistemas – tornou o projeto mais fácil, segundo a própria equipe.

“Com a multidisciplinaridade, tivemos o foco a partir de várias visões de áreas diferentes para a criação do melhor projeto para a NASA. E vale ressaltar que é dessa forma que a NASA trabalha, com a multidisciplinaridade”.

            O nome Cafeína surgiu a partir da energia da equipe.

“E também porque no hackaton teríamos que virar a noite para realizar o projeto. Precisaríamos de café, ou seja, cafeína!”.

Os garotos ficaram imersos um final de semana inteiro. A reação ao receber a notícia do prêmio não poderia ser outra.

“Foi uma felicidade imensa. Ainda não temos noção do tamanho do nosso ato. Quando entramos no desafio, mesmo sabendo que ali tinham pessoas experientes nesse tipo de competição, botamos um foco em mente, que foi entrar na competição para ganhar. Foi isso que nos uniu e nos levou à vitória”.

            Houve até o famoso momento “me belisca”.

“Foi quando subimos ao palco naquela noite de domingo. Comemoramos, nos abraçamos e estávamos até mesmo sem acreditar que fomos nós a equipe vencedora”.

A felicidade dos garotos não se resume à conquista do prêmio.

“A importância do Ocean Ride para o mundo está diretamente ligada ao ecossistema. Com o passar dos anos, a poluição dos oceanos aumentou, provocando inúmeros estragos às espécies marinhas. Conferências são formadas, mas somente discutir o assunto não resolve o problema. Retirar o plástico dos oceanos é uma tarefa tão difícil quanto sensibilizar as pessoas de não poluir”.

Os garotos da Equipe Cafeína ainda não têm uma data definida para embarcar para os Estados Unidos.

“Tudo indica que será antes das férias de junho”.

Além de conhecer o Nasa Kennedy Space Center, na Flórida, eles vão apresentar o projeto para a Agência Espacial Americana.

Crédito:
Ângela Schreiber, com exclusividade para Ambiental Mercantil Notícias.

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