Imagem: Divulgação | Evento reúne autoridades norueguesas e brasileiras, lideranças indígenas e quilombolas em Brasília.
Julho de 2025 – Um importante encontro para debater o combate às mudanças climáticas e ao desmatamento do Cerrado e da Amazônia marca o mês de julho, em Brasília, no evento “Novas vozes para um novo futuro”, que reunirá autoridades do Brasil e da Noruega, representantes indígenas e quilombolas e membros do sistema judiciário brasileiro, em um momento estratégico para o país, que se prepara para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). O ministro do Desenvolvimento Internacional da Noruega, Åsmund Aukrust e o Embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Ruud estão entre as autoridades confirmadas.
A iniciativa é do Programa COPAÍBAS – Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas e Áreas Protegidas nos Biomas Amazônia e Cerrado – gerido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e financiado pela Iniciativa Internacional da Noruega pelo Clima e Florestas (NICFI). Na ocasião, serão apresentadas ações e resultados do Programa, que atua em quatro eixos e apoia mais de 50 projetos em 13 estados do país, contribuindo para a conservação de mais de 20 milhões de hectares do Cerrado e da Amazônia.
O COPAÍBAS apoia 59 terras indígenas e a consolidação de 26 Unidades de Conservação fornecendo as ferramentas necessárias para que possam executar suas atividades, tais como elaboração de Planos de Manejo; aquisição de materiais e equipamentos; sinalização; relação com as comunidades do interior e entorno; fortalecimento dos conselhos e proteção dos territórios. Nesse contexto, uma estratégia que tem ganhado cada vez mais relevância, em especial no Cerrado, é o Manejo Integrado do Fogo (MIF).
Outra das estratégias do programa é fortalecer a sociobioeconomia e as cadeias produtivas por meio do apoio a comunidades tradicionais e povos indígenas que dependem de produtos da floresta para sua subsistência e geração de renda. Além de estimular a atuação dos jovens na sociobiodiversidade e a manutenção dos saberes tradicionais, um dos pilares do COPAÍBAS é estimular a participação igualitária de mulheres na conservação, com o lançamento de uma publicação, um livro de cordel e um podcast sobre gênero.
“O COPAÍBAS viabilizou o apoio ao Cerrado e à Amazônia, os dois maiores biomas do Brasil, em ações em áreas protegidas, sociobioeconomia e comunicação. O Programa promove diálogos e experiências com diferentes setores e populações, de povos indígenas e quilombolas a advogados públicos, passando por gestores de unidades de conservação e comunidades. O apoio da Embaixada da Noruega foi um propulsor de transformações que contribuirão para a conservação e um futuro mais sustentável no Cerrado e na Amazônia. Para o FUNBIO, tem sido uma enorme satisfação contar com essa parceria, que já rendeu tantos resultados tangíveis”, pontua a Secretária-geral do FUNBIO, Rosa Lemos de Sá.
“O projeto COPAIBAS é um exemplo da parceria estratégica entre a Noruega e o Brasil na luta contra o desmatamento e na promoção do desenvolvimento sustentável. Nosso apoio a esta iniciativa reflete o compromisso mútuo em proteger biomas tão vitais como a Amazônia e o Cerrado. Ao integrar o trabalho com comunidades tradicionais, povos indígenas e a gestão de Áreas Protegidas, o COPAIBAS aborda de forma abrangente os desafios ambientais e sociais, sendo um passo fundamental para um futuro mais verde e próspero para ambos os países”, enfatizou o embaixador da Noruega, Odd Magne Ruud.
O evento também é marcado pelo lançamento do livro inédito “Comunidades tradicionais, povos indígenas e quilombolas: impactos e soluções na agenda climática“, que traz o protagonismo de comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas no uso sustentável da sociobiodiversidade, no combate ao desmatamento e na resposta às mudanças climáticas, junto às ações do sistema judiciário em torno desses temas. A obra reúne os autores: Eloy Terena, advogado indígena e secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas; Caique Galícia, advogado e assessor da Secretaria Executiva do Ministério dos Povos Indígenas; Andreia Barreto, defensora pública do Pará; Fernando Merloto Soave, procurador da República do estado do Amazonas; Robervone Severina de Mello, engenheira agrônoma e doutora em produção sustentável; Bruno Kono, presidente do Instituto de Terras do Pará (ITERPA); Sinéia do Vale Wapichana, cientista indígena mestranda em desenvolvimento sustentável junto a povos e territórios tradicionais; Joyce Barbosa, Analista de Projetos do FUNBIO e Paula Ceotto, gerente do Programa COPAÍBAS.
Terceiro livro da iniciativa Diálogos pelo Clima dá voz à indígenas e quilombolas
A obra inédita, bilíngue (português-inglês), traz apontamentos sobre os mecanismos de créditos de carbono, Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD+), bioeconomia e Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) de forma segura e socialmente eficaz para os diferentes grupos sociais. São oito artigos que tratam de temas como o potencial da agricultura quilombola (técnicas sustentáveis no sistema agrícola), passando pelos desafios da regularização fundiária até propostas para o mercado voluntário de carbono e estratégias econômicas de valorização ambiental. Há, ainda, reflexões sobre o financiamento desses grupos e a experiência do Programa COPAÍBAS.
O tema central da publicação é a regulação climática global. Em um dos artigos é apresentado como os povos indígenas vêm buscando soluções para transformações sentidas no cotidiano, como a água mais quente dos igarapés e na mudança da composição da fauna aquática. Segundo os dados do MapBiomas, os Territórios Indígenas, por exemplo, cobrem aproximadamente 14% do território brasileiro e desempenham um papel importante na conservação ambiental, abrigando 112 milhões de hectares de vegetação nativa — o equivalente a 20% da cobertura vegetal do país.
Este é o terceiro livro da iniciativa Diálogos pelo Clima e estará disponível nas bibliotecas dos sites do FUNBIO e do Programa COPAÍBAS.
Sobre o COPAÍBAS
O Programa COPAÍBAS – Comunidades Tradicionais, Povos Indígenas e Áreas Protegidas nos Biomas Amazônia e Cerrado – tem como objetivos reduzir a taxa de desmatamento e conservar florestas, contribuindo para o enfrentamento das mudanças climáticas e a melhoria das condições de vida de povos indígenas e populações tradicionais. O COPAÍBAS atua em quatro eixos estratégicos: fortalecimento das Unidades de Conservação no Cerrado, apoio à gestão territorial e ambiental em Terras Indígenas na Amazônia e no Cerrado, promoção de diálogos sobre temas ligados às mudanças climáticas junto aos representantes do sistema de justiça brasileiro e o fortalecimento das cadeias de valor e arranjos produtivos locais. A iniciativa tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como gestor técnico e financeiro e a Iniciativa Internacional da Noruega pelo Clima e Florestas (NICFI) como financiadora.
Serviço:
- Evento: “Novas vozes para um novo futuro”
- Data: 16 de julho
- Horário: 18h30
- Local: Embaixada da Noruega em Brasília
- Endereço: Avenida das Nações, na quadra SES 807, Lote 28, no Setor de Embaixadas Sul, na Asa Sul.
Site Oficial: https://copaibas.org.br
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