Usina nuclear: Eslovênia estende para 60 anos vida útil de usina gêmea de Angra 1

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Imagem: Eletronuclear | Usina de Angra 1 recebeu recentemente financiamento internacional para o Programa de Extensão da Vida Útil

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Janeiro de 2023 – O governo da Eslovênia concedeu licença ambiental para estender a vida útil da usina nuclear Krsko – de tecnologia Westinghouse, irmã gêmea de Angra 1 – de 40 para 60 anos. Assim, a planta – que conta com um reator de 688 MW – pode operar até 2043. O anúncio foi feito em 13 de janeiro pelo Ministério do Meio Ambiente e Planejamento Espacial do país.

No mundo todo, é comum os países que investem em energia nuclear estenderem a vida útil dessas usinas. É uma forma de ampliar a geração com menos investimento e num prazo menor. Recentemente, a Bélgica chegou a um acordo com a concessionária de energia francesa Engie para prolongar em dez anos o tempo de operação de dois dos seus reatores, revertendo a decisão de colocar um ponto final à energia nuclear no país até 2025. A medida foi motivada pela crise energética ocorrida em razão da guerra na Ucrânia.

Por sua vez, os Estados Unidos já estenderam a vida útil de mais de 70 usinas nucleares; na maioria dos casos, de 40 para 60 anos. No entanto, o país já iniciou estudos para ampliar o tempo de operação dessas plantas para 80 anos. França e República Checa, entre outras nações, também já realizaram o prolongamento da vida útil de reatores nucleares.

Seguindo essa tendência mundial do setor nuclear, a Eletronuclear já iniciou um programa para estender por 20 anos, até 2044, a vida útil de Angra 1, primeira usina nuclear brasileira, que entrou em operação comercial em 1985. A unidade fica localizada – juntamente com Angra 2 e Angra 3, cujas obras foram retomadas em novembro – na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis (RJ).

A Usina de Angra 1 entrou em operação em 1985
Crédito: Eletronuclear

Financiamento para Angra 1

Há pouco tempo, a empresa recebeu parcela de USD 12.998.909,49 de financiamento internacional obtido junto ao Santander para o Programa de Extensão da Vida Útil de Angra 1. A operação tem garantia do US Exim Bank – agência de créditos oficial do governo dos EUA – e contragarantia da Eletrobras.

O montante vai reembolsar gastos já realizados pela empresa no âmbito do Engineering Multiplier Program (EMP), programa que engloba estudos de viabilidade e serviços de pré-engenharia, design e meio ambiente. O valor total do financiamento contratado é de USD 22.262.331,00.

A amortização dos recursos já liberados será feita em 10 parcelas semestrais de igual valor na modalidade SAC (Sistema de Amortização Constante). A taxa de juros aplicada no contrato é o TERM SOFR de seis meses, que substituiu o LIBOR, com um spread de 1,05% ao ano.

Essa operação representa um passo decisivo na consolidação do relacionamento da companhia com o US Exim Bank, marcando o retorno da agência multilateral do governo norte-americano à concessão de financiamentos a projetos na área nuclear. Além disso, já está sendo discutido um empréstimo de longo prazo, no valor estimado de USD 430 milhões, voltado aos projetos que serão implementados no âmbito do programa implementado pela Eletronuclear em Angra 1, envolvendo os fornecedores Westinghouse, Holtec e Siemens.

Mais energia para o país

Com investimentos significativos em melhorias, é possível ampliar o tempo de operação da usina, gerando, assim, mais energia para o sistema elétrico a um custo competitivo. É como se 640 MW novos fossem agregados à rede a partir de 2025. Considerando o tempo médio de funcionamento de uma planta nuclear, a concretização do programa equivale a construir meia usina por bem menos que metade do preço de uma nova.

Entre as ações que a Eletronuclear vem realizando nesse contexto, estão programas de gerenciamento de envelhecimento da usina e a implementação de vários procedimentos. Esses trabalhos contam com o suporte técnico da americana Westinghouse.

Também vale ressaltar que, apesar de Angra 2 ainda ter metade de sua vida útil pela frente, a companhia já está realizando estudos para implementar na usina um programa de gestão do envelhecimento de sistemas, estruturas e componentes, nos mesmos moldes de Angra 1.

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