Conheça o Plano de Proteção Climática 2050, elaborado pela Alemanha, para atingir as metas de redução da emissão de gases de efeito estufa

softelec

Por Simone Horvatin, diretora dos canais Ambiental Mercantil

Publicidade
Publicidade
Equipamentos - STADLER GmbH

A Alemanha elaborou o Plano de Proteção Climática 2050, desenvolvido através de pesquisas e projeções realistas para atingir a meta de redução de gases de efeito estufa até 2050, visando a substituição de fontes de energias fósseis por fontes de energias renováveis.

O mix de geração de eletricidade na Alemanha tornou-se significativamente mais renovável nos últimos anos. Além disso, em 2019 houve uma transição significativa de usinas termelétricas alimentadas a carvão, para usinas a gás. Tudo isso se reflete na balança da emissão de gases estufa (CO2), quando se leva à sério e com determinação as metas para baixar a taxa de emissão de gases de efeito estufa.

Pelo Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, os dados que figuram comprovam que estão no caminho certo:

2017 – a Alemanha ainda emitia diretamente 485 gramas de CO2 para a geração de um quilowatt/hora de eletricidade para consumo final;

2018 – a Alemanha ainda emitia diretamente 468 gramas de CO2 para a geração de um quilowatt/hora de eletricidade para consumo final;

2019 – a Alemanha emitiu diretamente 401 gramas de CO2 para a geração de um quilowatt/hora de eletricidade para consumo final.

Em comparação com o ano base 1990 – com o qual as metas de redução de CO2 são baseadas – isto representou uma redução de cerca de 47% (significa que 363 gramas MENOS de CO2 por quilowatt/hora de eletricidade foram geradas). Este saldo positivo se deve à maior geração de eletricidade a partir da energia eólica e fotovoltaica, o declínio da geração por usinas termoelétricas a carvão e e ao maior preço na comercialização das emissões. Em 2019, o baixo preço do gás, levou a um aumento do seu uso por usinas de geração de eletricidade, enquanto as usinas termoelétricas a carvão se tornaram menos lucrativas. Ao mesmo tempo, a Alemanha vendeu seu excedente no exterior (mais do que importou).

Gráfico comparativo sobre as emissões de gases de efeito estufa entre
1990 e 2019, elaborado pelo Ministério do Meio ambiente da Alemanha. Crédito: UBA

O Ministério do Meio ambiente da Alemanha (UBA) obteve de dois grupos de trabalho: o Grupo de Trabalho sobre Estatísticas de Energia Renovável (AGEE-Stat) e o Grupo de Trabalho sobre Balanços Energéticos os dados de 2019. O Ministério do Meio ambiente da Alemanha (UBA) tinha dados preliminares de 2018. Os valores para 2019, são estimados.

Como a Alemanha planeja a redução da emissão de gases de efeito estufa relacionados aos setores de produção de energias?

Na Alemanha considera que o setor elétrico deve ser reestruturado, a fim de atingir as metas de proteção climática a longo prazo. O uso racional da eletricidade, a transformação e transição eficiente da energia atual para fontes de energias 100% renováveis, podem levar a uma redução quase zero até 2050 (metas visionárias).

A gestão de eficiência de carga deve ser sofrer expansão, fazendo maior uso da energia eólica e solar. Simulando situações climáticas extremas, reservas estratégicas deverão estar cobertas. Isto poderá ser rapidamente “construído”, através de novas centrais elétricas de turbinas a gás ou com o prosseguimento “ainda” da operação de algumas centrais elétricas que estão programadas para serem desativadas.

Um estudo de 2012 definiu alguns dos os pontos-chave para a façanha de cobrir o mercado de consumo de energia, enquanto há migração entre a geração de energia de fontes fósseis para fontes de energias renováveis.

A Alemanha está abandonando a energia nuclear e não precisa de novas usinas elétricas alimentadas a carvão

De acordo com o Ministério do Meio ambiente da Alemanha (UBA), apenas com suas atuais usinas elétricas já existentes, há capacidade de produzir energia suficiente para irem progressivamente se desligando das usinas de energia nuclear. Os especialistas da Alemanha afirmam que não há necessidade de ter mais usinas elétricas alimentadas a carvão, além daquelas que já foram construídas e devem ser futuramente desligadas e substituídas por fontes de energias renováveis.

O cenário atual demonstra o crescimento acelerado na aplicação de fontes de energias renováveis, o uso cada vez mais eficiente da eletricidade.

Nos próximos três anos (até 2024), espera-se que cerca de 6,6 gigawatts de capacidade das usinas existentes movidas á combustíveis fósseis (carvão principalmente) sejam desativadas, mas que neste mesmo período outras usinas consideradas de “clima amigável”, com capacidade de cerca de 12,5 gigawatts substituam as em funcionamento, com objetivo de diminuir o uso cada vez mais da energia nuclear, consequentemente. As novas usinas de geração de energia deverão ser híbridas, versáteis e variar, mas acima de tudo, deverão produzir eletricidade de fontes renováveis.

As mudanças no setor energético são urgentemente necessárias

Para conseguir a reviravolta energética até 2050 (Plano de Proteção Climática 2050 da Alemanha) e, portanto, também atingir metas de redução nas emissões de gases de efeito estufa CO2 de 80 a 95%, a Alemanha irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance: desde a transformação estrutural do sistema energético, até o uso das vantagens da geração descentralizada de energias, que podem, simultaneamente, trazer uma redução adicional nas emissões de gases de efeito estufa e suprir consumos locais. O ano 2050 foi definido, porque os alemães acreditam ser uma data realista para a conclusão da reestruturação do sistema de geração e distribuição de energia.

Meta 2050: produção e fornecimento pleno de eletricidade proveniente de energias renováveis

Até 2050, o abastecimento energético alemão será completamente convertido para fontes de energias renováveis. Este processo será possível, com base de estudo, usando as melhores tecnologias já existentes e disponíveis no mercado atualmente. A condição prévia, no entanto, é que a eletricidade deve ser produzida e consumida de forma extremamente eficiente. O Ministério do Meio ambiente da Alemanha (UBA) apresentou isso no seu estudo Meta energética para 2050: energia 100% elétrica de fontes renováveis“.

Transição: cenários baseados em pesquisas e planejamentos, coletas e avaliações de dados, monitoramentos constantes e confrontações de dados com resultados; tudo para se atingir as metas de proteção climática 2050

O Plano de Proteção Climática de 2050 visionou um cenário futuro de energias limpas, baseando em um sistema de abastecimento de eletricidade até 2050 com 100% de fontes de energias renováveis.

Na simulação deste cenário, foi considerado que não haverão grandes mudanças nas condições sociais, de comportamentos ou padrões de consumo, de hoje em dia até 2050. A Alemanha permanecerá um país altamente desenvolvido e industrializado (consumindo energia). Consideraram as atuais estruturas econômicas e o estilo de vida dos alemães como base. Além disso, na simulação adotaram o cenário 2050 com o uso das melhores tecnologias disponíveis no mercado atualmente.

Para a Alemanha, um sistema de abastecimento de eletricidade 100% baseado em energias renováveis até 2050 é tecnicamente, bem como ecologicamente, viável.

Os resultados das simulações deste cenário 2050, onde 100% da energia serão provenientes de fontes renováveis demonstraram que a eletricidade limpa poderá ser conquistada através da gestão das relações entre: produção, eficiência de gestão e eficiência de armazenamento. Além disso, a demanda dos consumidores deverá ter garantias reservas (segurança necessária), para uso excedente, se necessário.

Considerando que a Alemanha geograficamente tem restrições ambientais e técnicas para geração de energias renováveis, mesmo dentro de limitações, o país já demonstrou que sua capacidade é suficiente para atender o consumo – se for visado um melhor aproveitamento energético (por exemplo, isolamento de edifícios (para melhor captação do calor no inverno).

E-mobilidade e maior uso de energia limpa

Nas simulações do Plano de Proteção Climática de 2050, foi considerado que haverá demanda adicional de consumo energia para atender o setor de e-mobilidade (carros elétricos),  o maior uso de bombas de calor para cobrir toda a demanda de aquecimento e água quente, bem como para o uso de ar-condicionados. As metas, mesmo assim, serão possíveis de serem alcançadas.

Assume-se que a expansão da capacidade da reserva de energia, a aplicação do gereciamento de cargas e o desenvolvimento de uma nova infra-estrutura para o transporte e armazenamento desta eletricidade “limpa” a longo prazo, são pré-requisitos necessários para a implantação de um sistema de energia baseado 100% em energias renováveis no ano de 2050.

Embora este estudo tenha uma projeção nacional (Alemanha), os especialistas alemães observam que a expansão da rede de energia européia oferece um potencial significativo para aumentar ainda mais sua eficiência, equilibrando a demanda com abastecimento de energias renováveis, como eólica e fotovoltaica, em uma escala continental.

Crédito:
Ministério do Meio ambiente da Alemanha
https://www.umweltbundesamt.de/

ANUNCIE COM A AMBIENTAL MERCANTIL
AMBIENTAL MERCANTIL | ANUNCIE NO CANAL MAIS AMBIENTAL DO BRASIL
Sobre Ambiental Mercantil Notícias 5046 Artigos
AMBIENTAL MERCANTIL é sobre ESG, Sustentabilidade, Economia Circular, Resíduos, Reciclagem, Saneamento, Energias e muito mais!