Pandemia de coronavírus diminui poluição atmosférica no mundo

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Por Ângela Schreiber, com exclusividade para Ambiental Mercantil
Foto: Analogicus – Pixibay

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O assunto do momento é o coronavírus. Não poderia ser diferente. As consequências são inúmeras. Uma delas, porém, vai na contramão dos acontecimentos. Segundo pesquisadores, os níveis de poluição atmosférica caíram, por causa da pandemia de Covid-19. A explicação pode estar na menor circulação de carros, cancelamento de voos e diminuição da atividade econômica.

            Segundo matéria publicada no site da revista Superinteressante, no dia 21 último, foi observada uma redução da emissão de gases de efeito estufa nos Estados Unidos, China e Itália. À BBC, pesquisadores da Universidade de Columbia disseram que em Nova Iorque as emissões de monóxido de carbono oriundas de automóveis, diminuiu 50%, comparado ao ano passado. O coronavírus fez o tráfego da cidade cair em 35%, ainda de acordo com a publicação.

            Um vídeo da Agência Espacial Europeia (ESA, em inglês), publicado no site da revista Forbes, mostra a poluição do ar na China diminuindo no final de janeiro, mesmo período da quarentena no país.

“E a partir do início de março, os níveis de dióxido de nitrogênio começaram a subir”, segundo a agência. Estima-se que ocorram 1,1 milhão de mortes por ano na China, por causa da poluição do ar, o que custa à economia chinesa a quantia de US$ 38 bilhões.

            A Aliança Europeia de Saúde Pública (EPHA, na sigla em inglês), alertou que a ameaça do coronavírus é maior nas cidades mais poluídas. Segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA), o maior risco de saúde ambiental na Europa está na poluição do ar. De acordo com a Dra. Sara De Matteis, Professora Adjunta de Medicina Ocupacional e Ambiental na Universidade de Cagliari, Itália, e membro do Comitê de Saúde Ambiental da Sociedade Respiratória Europeia (ERS, em inglês), nos últimos 50 anos, a qualidade do ar urbano melhorou.

            “Mas as emissões de gases do petróleo e especialmente dos veículos a diesel continuam um problema sério. Mesmo os modelos mais avançados de motores a diesel emitem níveis perigosos de poluição. Os pacientes com doenças pulmonares crônicas e problemas cardíacos causados ou até piorados por causa da exposição, a longo prazo, à poluição do ar, são menos capazes de combater as infecções pulmonares e têm mais probabilidade de morrer. Possivelmente, este também é o caso para o Covid-19. Diminuindo a poluição do ar, podemos ajudar os mais vulneráveis a lutar contra estas doenças e em possíveis futuras pandemias”.

            Não foi só o ar que mudou para melhor. De acordo com o site acrediteounao.com, as águas dos canais da romântica Veneza, geralmente sujas e poluídas, estão agora praticamente limpas e cristalinas, com suas aves e peixes. A prefeitura de Veneza atribui a limpeza das águas à baixa circulação de barcos. Isto faz com que os sedimentos da água fiquem mais no fundo dos canais. Devastada pelo coronavírus, a Itália vê javalis circulando em cidades do Norte, golfinhos se divertindo nos portos da paradisíaca ilha da Sardenha e patos nadando livremente nas fontes de Roma.

Mudança de ares

            O pesquisador e professor assistente da Universidade de Stanford (EUA), Marshall Burke, disse que as medidas de isolamento na China diminuíram grandemente a poluição do ar.

“Minha estimativa sugere que 50 mil pessoas foram salvas por causa da melhora da qualidade do ar na China. Isso é realmente maior que a quantidade de pessoas que morreram diretamente em razão do coronavírus até agora”. A declaração foi feita ao portal GauchaZH.

Burke disse ainda que estes dados não constituem um lado bom na pandemia de coronavírus, visto que os custos de saúde, sociais e econômicos são muito altos.

“Temos melhores caminhos para melhorar a qualidade do ar, (…) que trazem os benefícios do ar mais limpo sem os custos de uma epidemia”.

A maior cidade do estado americano da Pensilvânia também respira ares diferentes. Segundo o site whyy.org, o dióxido de nitrogênio, emitido a partir da queima de combustíveis fósseis, não mais circula pelas ruas da Filadélfia, sexta cidade mais populosa dos Estados Unidos. Houve uma grande redução no número de carros – pessoas que dirigem para o trabalho – e de ônibus escolares.

Peter DeCarlo, professor da Universidade Johns Hopkins (estado de Maryland, EUA) e especialista em qualidade do ar, disse que é muito cedo para avaliar as reduções significativas na Filadélfia. Segundo ele, a poluição do ar pode sofrer um grande impacto de fatores meteorológicos como chuva, vento e pressão atmosférica.

            Mesmo que por somente duas semanas, os níveis de poluição mais baixos têm efeito sobre a saúde das pessoas. A afirmação é de Marilyn Howarth, diretora de alcance e envolvimento comunitário do Centro de Excelência em Toxicologia Ambiental da Universidade da Pensilvânia.

“É significativo para reduzir o agravamento da asma, doenças cardíacas e ataques cardíacos. E provavelmente terá impactos positivos sobre bebês, mulheres grávidas e outras populações vulneráveis”, disse ela.

            De acordo com Ezra Wood, professor de química atmosférica e poluição do ar na Universidade de Drexel (Filadélfia), apesar de existir uma conexão entre a poluição do ar e o vírus, é muito cedo para dizer o quanto a situação vai ajudar.

“Difícil afirmar. Depende do quanto a poluição vai baixar”, disse ele.

ÂNGELA SCHREIBER Comunicação Ambiental Mercantil  Jornalista Freelancer, trabalhou como repórter do jornal Comunidade News em Danbury, Connecticut, EUA  angela.usa.brasa@hotmail.com  
Whatsapp:  +55 54 99 606 14 05 

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