Projeto ‘Missão Oceano’ recolhe 7 toneladas de lixo nas zonas costeiras

Missão Oceano
Missão Oceano

Imagem: Divulgação | Para 2025, iniciativa realizada por Ocean Drop e EcoSurf pretende retirar 12 toneladas de lixo dos oceanos

Março de 2025 – Garrafas, tampinhas, embalagens de alimentos, canudos e sacolas são alguns dos itens plásticos descartados todos os dias nos oceanos. Dados de 2023 divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o Brasil é responsável por 3,44 milhões de toneladas de plástico que chegam ao fundo do mar.  O cenário causa preocupação e evidencia a necessidade de medidas para reduzir o problema e preservar a vida marinha.

É assim que nasceu a “Missão Oceano”, iniciativa criada pela startup do mercado de nutrição Ocean Drop – especializada no desenvolvimento de suplementos, vitaminas e minerais à base de algas e nutrientes -, em conjunto com a organização sem fins lucrativos EcoSurf

Apenas em 2024, o projeto retirou, aproximadamente, sete toneladas de plásticos nas zonas costeiras. Somado às ações dos anos anteriores, a iniciativa já recolheu mais de 16,7 toneladas no litoral brasileiro. Para 2025, a meta é retirar 12 toneladas de lixo até dezembro.

Como funciona a ‘Missão Oceano’

Divulgação

O projeto “Missão Oceano” funciona da seguinte forma: a cada produto vendido, a Ocean Drop se compromete a retirar 25 gramas de lixo das zonas costeiras brasileiras. A quantidade equivale a 12 canudos plásticos descartáveis, 12 copos plásticos descartáveis, seis sacolas plásticas descartáveis e uma garrafa pete de 1 litro. Os resíduos coletados são enviados para cooperativas parceiras, que fazem a triagem e garantem a destinação correta para a reciclagem.

Dessa forma, a “Missão Oceano” além de despoluir o litoral, também conscientiza sobre a importância do reaproveitamento de produtos.

Segundo o responsável pela Causa & Propósito da Ocean Drop, João Becker, a parceria entre a startup e o Ecosurf teve início entre 2020 e 2021, com a proposta de trazer o público para a causa. 

“A ideia era aproximar o cliente do propósito de proteção de praias e oceanos e, de certa forma, colocar ele ativamente dentro desse processo”, relembra. “Foi aí que surgiu a ideia de se comprometer em retirar 25 gramas de lixo para cada produto que alguém adquire. E tem dado super certo!”

Ele conta que, desde então, não só os clientes da Ocean Drop, mas o público em geral vem reconhecendo a Missão Oceano.

“A Missão Oceano é um trabalho de ação prática e realmente eficaz na despoluição de ambientes costeiros e na conscientização da comunidade sobre a importância do cuidado ambiental.” 

Na avaliação do CEO da EcoSurf, João Malavolta:

“O principal benefício dessa colaboração é para a natureza. A garantia da manutenção do habitat natural de diversas espécies marinhas”.

A instituição é responsável pela operação executiva, coordenando as equipes de campo, logística e cadeia de custódia dos resíduos pós-coleta. A Ecosurf  atua com ações junto a escolas públicas e privadas, levando conhecimento por meio de palestras sobre a cultura oceânica e preservação do meio ambiente. 

Resultados positivos 

Segundo João Becker, o ano de 2024 foi um marco em relação à quantidade de lixo recolhida pelo projeto. O total coletado representa um aumento de uma tonelada em comparação com o ano de 2023.

Entre os itens encontrados durante a coleta estavam garrafas pet, potes e embalagens, além de materiais oriundos da atividade pesqueira, como redes e cabos. Para retirar esses resíduos, a “Missão Oceano” conta com uma equipe de campo de 15 pessoas em cada ação. 

Becker destaca que na Ilha do Cardoso, em São Paulo, o projeto ainda conta com o apoio de associações locais que, em alguns momentos, indicam pessoas para trabalhar na coleta. 

Pensando no futuro

Iniciativas como a “Missão Oceano” ajudam a diminuir os números de resíduos que impactam diariamente a vida marinha. João Becker afirma que o principal objetivo do projeto é ampliar, cada vez mais, a ação no Brasil. Para os próximos anos, a perspectiva é que a iniciativa tenha o envolvimento de mais organizações. 

Em 2025, a meta é coletar 12 toneladas de lixo na zona costeira. Segundo ele, o objetivo é desafiador, mas também uma motivação para novas estratégias que ajudem o meio ambiente. 

João Becker destaca que é preciso engajar mais os brasileiros sobre a educação ambiental, principalmente no que diz respeito ao uso de produtos descartados todos os dias de forma errada e que acabam chegando aos oceanos.   

“A sociedade está ‘anestesiada’ com costumes e rotinas que, em maior parte, vão na contramão da consciência ambiental”, analisa. “A cultura do descartável ainda é muito presente no dia a dia das pessoas. Estimular a mudança de hábitos é, sem dúvidas, o maior desafio de todos.”

Ele reconhece que a mudança não virá no curto prazo.

“Você precisa entender o valor de um novo caminho, e isto não ocorre do dia pra noite. A mudança requer comprometimento e disciplina, tem que ser levada a sério. O maior e primeiro desafio é você com você mesmo.” 

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