Como as empresas podem participar do mercado de carbono?

As empresas podem participar do mercado de carbono de duas maneiras: através dos mercados voluntários e dos mercados regulados:

  • no mercado de carbono voluntário, as empresas adquirem créditos de carbono para compensar suas emissões ou demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade;
  • nos mercados regulados, as empresas adquirem créditos de carbono para cumprir obrigações impostas por regulamentações governamentais.

As empresas podem investir em créditos de carbono de diversas formas:

  1. Desenvolvendo projetos próprios que reduzam emissões de gases de efeito estufa, como reflorestamento, energia renovável ou eficiência energética. Esses projetos geram créditos de carbono que podem ser vendidos no mercado.[1][3][5]
  2. Comprando créditos de carbono diretamente no mercado regulado ou voluntário para compensar suas próprias emissões residuais e cumprir metas de redução de emissões.[1][4][5]
  3. Investindo em fundos de investimento que negociam contratos futuros de créditos de carbono ou replicam índices compostos por esses créditos, como o Trend Carbono Zero da XP.[4]
  4. Adquirindo Certificados de Operações Estruturadas (COEs) atrelados a contratos futuros de créditos de carbono, disponíveis em algumas corretoras.[2][3]
  5. Comprando tokens ou criptomoedas lastreadas em créditos de carbono, como o Moss Carbon Credit (MCO2) da plataforma brasileira MOSS.[2]
  6. Investindo em empresas que geram créditos de carbono por meio de projetos sustentáveis, acompanhando suas metas e políticas de ESG.[1][3]
  7. Adquirindo green bonds ou títulos de dívida atrelados a programas de sustentabilidade e redução de emissões.[4]

Portanto, as empresas têm várias opções para participar do mercado de créditos de carbono, seja desenvolvendo projetos próprios, comprando créditos diretamente ou investindo em produtos financeiros atrelados a esse mercado em expansão.

Referências:
[1] https://investalk.bb.com.br/noticia/como-funciona-o-mercado-de-credito-de-carbono-no-brasil
[2] https://www.infomoney.com.br/onde-investir/como-investir-em-credito-de-carbono-cop27-e-resgate-da-discussao-ambiental-colocam-mercado-em-evidencia/
[3] https://investalk.bb.com.br/noticia/mercado-de-carbono-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-como-investir-e-zerar-suas-emissoes
[4] https://conteudos.xpi.com.br/aprenda-a-investir/relatorios/credito-de-carbono-o-que-e-e-como-investir-no-mercado-que-tenta-salvar-o-planeta/
[5] https://exame.com/economia/como-investir-credito-de-carbono/

Mercado de Carbono e Greenwashing

O greenwashing, por sua vez, é uma prática comum de empresas que se apresentam como ecologicamente responsáveis, mas na verdade não adotam práticas sustentáveis em suas atividades. Nesse contexto, algumas empresas utilizam o mercado de carbono como uma forma de promover sua imagem de sustentabilidade, comprando créditos de carbono sem adotar medidas concretas para a redução de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Devido a essa prática, o mercado de carbono também é criticado por permitir o chamado “carbono-vazio”, ou seja, créditos de carbono que não representam de fato uma redução nas emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Em resumo, o mercado de carbono é um mecanismo importante para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), mas não deve ser visto como a solução principal para o problema da mudança climática. Além disso, é importante que empresas e governos adotem medidas efetivas para a redução dessas emissões, e não se valham de práticas de greenwashing para promover sua imagem de responsabilidade ambiental.

Quais são as principais dificuldades para o mercado de carbono ser eficaz na redução das emissões de gases de efeito estufa?

O mercado de carbono enfrenta várias dificuldades para ser eficaz na redução das emissões de gases de efeito estufa. Uma das principais dificuldades é garantir a comparabilidade e fungibilidade das reduções de emissões, ou seja, assegurar que as reduções em um local possam ser compensadas com emissões em outro, independentemente do local ou da fonte de emissão.  Além disso, a falta de sinalização dos custos das emissões de gases de efeito estufa é uma das maiores dificuldades do controle das emissões, resultando em ineficiência econômica. Outros desafios incluem a necessidade de ampliar o mercado de carbono para atingir as metas propostas no Acordo de Paris e a complexidade na precificação do carbono. Superar essas dificuldades é essencial para que o mercado de carbono cumpra seu papel na redução das emissões de gases de efeito estufa e no combate às mudanças climáticas.

Como as emissões de gases de efeito estufa são calculadas

Os principais gases de efeito estufa são dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), além de outros gases fluorados. Para calcular as emissões de gases de efeito estufa, é necessário considerar diversas fontes, como o consumo de combustíveis fósseis (como petróleo, carvão e gás natural), o desmatamento e as atividades agropecuárias.

Os cálculos podem ser feitos por meio do Inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE), que é uma ferramenta para mapear e quantificar as emissões em uma determinada área ou setor. Existem métodos e ferramentas específicas para o cálculo das emissões, como o Protocolo GHG, criado pelo World Resources Institute (WRI).

Para compensar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), é necessário adotar medidas que reduzam as emissões ou que retirem CO2 da atmosfera, como:

  • Investir em fontes de energia renovável, como solar, hidrelétrica e eólica;
  • Melhorar a eficiência energética de prédios, transportes e equipamentos;
  • Aumentar o uso de transporte público, bicicletas e caminhadas;
  • Promover o reflorestamento e a conservação de áreas naturais;
  • Adotar práticas sustentáveis na agricultura e pecuária, como a redução do uso de fertilizantes e a integração de culturas.

A compensação também pode ser feita por meio de projetos de carbono, nos quais uma empresa ou pessoa física investe em projetos que reduzem as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em outras partes do mundo, como a instalação de sistemas de energia renovável em países em desenvolvimento. Nesse caso, é importante escolher projetos confiáveis e com impacto mensurável.

Como o mercado de carbono pode ser mais transparente e confiável?

Para tornar o mercado de carbono mais transparente e confiável, é fundamental garantir a comparabilidade e fungibilidade das reduções de emissões, ou seja, assegurar que as reduções em um local possam ser compensadas com emissões em outro, independentemente do local ou da fonte de emissão. Além disso, a regulamentação e a legislação específica em cada país, como no caso do Brasil, são essenciais para estabelecer regras claras e transparentes para o mercado de carbono.  A transparência também pode ser promovida por meio da verificação independente das reduções de emissões e da rastreabilidade dos créditos de carbono. Dessa forma, a garantia da integridade ambiental e a adoção de mecanismos de verificação e rastreamento podem contribuir significativamente para a transparência e a confiabilidade do mercado de carbono.

Alguns dos serviços relacionados ao Mercado de Carbono

O mercado de carbono oferece uma variedade de serviços e mecanismos destinados a incentivar a redução das emissões de gases de efeito estufa e promover práticas sustentáveis. Abaixo estão alguns dos principais serviços do mercado de carbono:

  1. Comércio de Emissões (Emissions Trading): O comércio de emissões envolve a compra e venda de permissões de emissão de gases de efeito estufa entre empresas e países. As empresas que reduzem suas emissões abaixo de um determinado limite podem vender créditos de carbono excedentes para outras empresas que excederam suas cotas.
  2. Créditos de Carbono (Carbon Credits): São unidades representativas de reduções de emissões de gases de efeito estufa. Esses créditos podem ser negociados e comprados por empresas ou governos que desejam compensar suas próprias emissões ou cumprir metas de redução.
  3. Compensação de Carbono (Carbon Offsetting): Empresas e indivíduos podem compensar suas emissões adquirindo créditos de carbono ou investindo em projetos sustentáveis que reduzem ou capturam emissões de carbono, como projetos de reflorestamento, energia renovável ou eficiência energética.
  4. Certificados de Energia Renovável (RECs – Renewable Energy Certificates): São certificados emitidos quando uma unidade de energia é gerada por uma fonte renovável. Os RECs podem ser adquiridos por empresas para demonstrar seu uso de energia limpa e sustentável.
  5. Padrões de Sustentabilidade e Certificações: Existem várias iniciativas que estabelecem padrões de sustentabilidade para produtos, projetos ou empresas, atestando práticas de baixa emissão de carbono e responsabilidade ambiental.
  6. Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): Os projetos MDL são desenvolvidos em países em desenvolvimento e visam reduzir emissões de gases de efeito estufa. Em troca, os países ou empresas desenvolvedoras recebem créditos de carbono que podem ser negociados no mercado internacional.
  7. Avaliação de Pegada de Carbono (Carbon Footprint): É o cálculo das emissões de gases de efeito estufa associadas a uma atividade, produto ou empresa. As avaliações de pegada de carbono ajudam as empresas a identificar áreas de maior impacto e oportunidades de redução.
  8. Consultoria em Sustentabilidade e Redução de Emissões: Empresas especializadas oferecem serviços de consultoria para ajudar organizações a desenvolver estratégias de sustentabilidade, definir metas de redução de emissões e implementar práticas sustentáveis.
  9. Treinamentos e Educação em Sustentabilidade: Cursos e treinamentos são oferecidos para capacitar indivíduos e empresas a entenderem melhor as questões relacionadas ao carbono e adotarem práticas mais sustentáveis.

Esses são alguns dos principais serviços e mecanismos que compõem o mercado de carbono. Eles desempenham um papel fundamental na transição para uma economia de baixo carbono e na luta contra as mudanças climáticas.

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TUDO SOBRE MEIO AMBIENTE, ENERGIAS E SUSTENTABILIDADE

Álvaro Costa é engenheiro civil e consultor. Escreve como Colunista do editorial AMBIENTAL MERCANTIL ÁGUAS E SANEAMENTO
ÁGUAS

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Álvaro Costa é colunista e colaborador do editorial AMBIENTAL MERCANTIL ÁGUAS E SANEAMENTO. Através da sua observação pessoal, escreve periodicamente sobre o que acontece nos setores de gestão de águas e efluentes, recursos hídricos e saneamento básico. […]