Por Willian Mânica, profissional da área tecnológica, especialista em Gestão e Tratamentos de efluentes, pós graduando em Engenharia de Produção e colaborador do canal AMBIENTAL MERCANTIL NOTÍCIAS.
A poluição atmosférica é definida pela presença de substâncias nocivas que se apresentam em forma de gases ou de particulados no ar, com quantidade suficiente para afetar suas condições padrões, prejudicando, assim todo o ambiente e a saúde humana. É um subproduto proveniente das instalações, atividades e processos produtivos industriais.
Os poluentes podem ser classificados em primários e secundários. Os primários são os poluentes emitidos diretamente de fontes identificáveis (CO, NOx, SO2, HCs e material particulado). Os secundários são os poluentes produzidos na atmosfera pela interação entre dois ou mais poluentes primários, com ou sem ativação fotoquímica (HNO3, H2SO4, H₂S, H2O2). (CCDRC, 2012).
O sulfeto de hidrogénio
O gás H₂S (Sulfeto de hidrogénio) é um subproduto proveniente das instalações, atividades e processos produtivos industriais.
Esse gás pode originar-se de várias fontes como na biodegradação ou por sua vez, resultante de processos de tratamentos de efluentes por elementos filtrantes, como sistemas de osmose reversa, no qual o efluente chorume é ajustado a um valor de pH antes de ser adentrado ao sistema de tratamento, este método de ajuste realizado entre H₂SO₄ (ácido sulfúrico) em contato com as cargas poluentes presentes no chorume liberam altos níveis de H₂S.
Fórmula – Sulfeto de hidrogénio
A prevenção da poluição ou minimização na fonte deve ter início já na seleção da tecnologia a ser empregada em um empreendimento.
É importante ressaltar que há uma significativa busca no mercado por tecnologias mais limpas e/ou que emitam o mínimo de gases contaminantes, para que seja possível fazer o controle e atender os limites estabelecidos e, assim, promover qualidade ambiental.
Tecnologia empregada
Neste processo a tecnologia utilizada foi um sistema com lavadores de gáses, método compatível com o sistema de tratamento, ou seja, um processo de tratamento consistindo na lavagem dos gases na forma ascendente, com contra fluxo a solução neutralizante, NaClO (hipoclorito de sódio), que é distribuída por meio de um repuxo, dando origem a uma reação química pela passagem do poluente pela superfície de contato dos corpos de enchimento.
Terminada a neutralização dos gases, a solução retorna a um reservatório na parte inferior do sistema sendo posteriormente iniciada em um processo de recirculação para novas lavagens, o H2S dissolvido em água comporta-se como um ácido inorgânico fraco, formado pela ionização do H2S em água.
Fluxograma do processo de lavagem de gases:
Para o controle, é imprescindível a caracterização dos métodos de forma sistêmica para medir o desempenho de um empreendimento, sua produção, ações, gestão, procedimentos e metodologias.
Controle ambiental
O estabelecimento de limites de emissões, das fontes de poluentes, é uma estratégia fundamental no controle ambiental, a Resolução Conama nº 382/2006 estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas e o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar – PRONAR, corrobora com o estabelecimento do lançamento de efluentes atmosféricos, no mesmo viés, a Resolução Conama nº 491, de 19 de novembro de 2018 dispõe sobre a qualidade do ar.
O controle de processo faz parte de uma longa avaliação estruturada, cuja análise visa verificar o desempenho, isso implica procurar conhecer todas as tecnologias disponíveis no mercado, de forma a poder optar pela menos poluidora possível.
Para que os gases possam ser tratados ou controlados, é necessária implantação de sistemas de ventilação capaz de captar, concentrar ou conduzir tais gases até os equipamentos de controle, onde os poluentes serão retidos e o residual mais limpo lançado para o ar.
Sobre o Autor
Willian Mânica é profissional da área tecnológica, especialista em Gestão e Tratamentos de efluentes e
pós graduando em Engenharia de Produção.
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