Termômetro de Direitos Humanos do Pacto Global da ONU e Proactiva visa aprimorar práticas de governança nas organizações

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Criada em 2003, a Rede Brasil responde à sede do Pacto Global, em Nova York, e preside o Conselho das Redes Locais na América Latina.
Criada em 2003, a Rede Brasil responde à sede do Pacto Global, em Nova York, e preside o Conselho das Redes Locais na América Latina.

Imagem: Divulgação | Levantamento mostrou que apenas 49% das empresas identificam sistematicamente riscos na cadeia de fornecedores

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Genebra, dezembro de 2022 – O Pacto Global da ONU no Brasil e a Proactiva, consultoria estratégica em ESG, sustentabilidade e Direitos Humanos, apresentaram os resultados da Trilha de Direitos Humanos, por meio da ferramenta Termômetro de Direitos Humanos, em evento realizado em Genebra, na Suíça, durante o 11º Fórum de Direitos Humanos e Empresas da ONU. De acordo com as 107 empresas participantes, 80% das quais são de matriz brasileira, 49% estabelecem e comunicam padrões de respeito aos direitos humanos a serem seguidos por fornecedores por meio de cláusulas ou anexos contratuais e Código de Conduta. 

No entanto, apenas 49% possui uma abordagem sistemática para identificar áreas e fornecedores com maior potencial de risco depara desrespeito aos direitos humanos e que são, portanto, prioritários na adoção de medidas de prevenção e mitigação de riscos. 

Quase 90% das respondentes adotaram um compromisso público de respeitar os direitos humanos internacionalmente reconhecidos. Mas somente 26% têm uma política específica para endereçar as questões de direitos humanos na organização.

As empresas analisadas são de 12 setores, como serviços, agronegócio e florestal, indústria, infraestrutura, tecnologia, transportes, energia, alimentos e bebidas, extrativa, entre outras, sendo que 87% delas têm matriz brasileira.

A Trilha de Direitos Humanos permite que as empresas obtenham um autodiagnóstico inicial sobre governança e temas críticos como trabalho decente, igualdade, inclusão, saúde e segurança ocupacional, incluindo saúde mental, impactos na comunidade, meio ambiente e clima.

Os três temas em que as empresas estão mais avançadas na gestão de riscos e impactos são: meio ambiente (92%), saúde e segurança ocupacional (78%) e trabalho forçado e análogo à escravidão (75%). Por outro lado, as agendas que geram mais desafios na adoção de medidas para endereçar os riscos e impactos são: salário digno (20%), clima (27%) e impactos adversos a comunidades locais, povos indígenas e comunidades tradicionais (41%).

Em igualdade, diversidade e inclusão, as empresas adotam mais medidas em relação às mulheres (62%) e menos medidas para migrantes e refugiados e refugiadas (35%).

 “A Trilha de Direitos Humanos nos mostra o caminho que o setor privado brasileiro tem adotado dentro dessa agenda fundamental que é a de Direitos Humanos. Precisamos sempre e cada vez mais cuidar das pessoas e as empresas têm entendido isso. O nosso diagnóstico mostra que ainda precisamos avançar. Vemos que 90% dessas empresas já possuem compromissos públicos e agora precisamos trabalhar juntas e juntos para atingi-los. Sem deixar ninguém para trás”, diz Camila Valverde, COO do Pacto Global da ONU no Brasil, em evento em Genebra. 

Para Tayná Leite, Gerente Sênior de Direitos Humanos e Gênero do Pacto Global da ONU no Brasil:

“Trabalhar com direitos humanos no setor privado, de forma propositiva, ainda que crítica, requer criatividade e resiliência. É trabalho de formiguinha. Olhamos lá na frente, ao mesmo tempo em que contamos os passinhos que até lá nos levarão. A jornada fica mais clara e acelerada quando vamos juntas e juntos. O tema do 11 Fórum de Empresas e Direitos Humanos da ONU nos relembrou isso, ao colocar as e os detentores de direitos ao centro e isso só será possível se, antes, nos reapropriarmos da noção de direitos humanos e da centralidade de se olhar para os sujeitos e sujeitas nesta reconstrução. Não há mundo possível ou desejável sem direitos humanos. O Pacto Global da ONU no Brasil existe para apoiar as organizações que desejam somar-se a esta jornada, em um trem que já partiu e não voltará mais para a estação. Através da Plataforma de Ação pelos Direitos Humanos, engajamos e capacitamos empresas, de todos os portes, para gerar impacto, acelerar a agenda 2030 e a implementação dos Princípios Orientadores”. 

De acordo com Rafael Benke, CEO e fundador da Proactiva:

“Em Genebra, recebemos o reconhecimento de que o Termômetro de Direitos Humanos é inovador no mundo e útil para evolução do tema. A iniciativa é um marco, pois é a primeira vez que temos dados e informações práticas em escala, que permitem visualizar as áreas de desafio e de oportunidade das empresas participantes”. 

Resultados da Trilha de Direitos Humanos em 2022

  • 107 empresas de 12 setores, responderam, com uma boa distribuição entre diferentes setores de serviços, agronegócio e florestal, indústria, infraestrutura, tecnologia, transportes, energia, alimentos e bebidas, extrativa.
  • Ainda que mais da metade das respondentes sejam grandes empresas (tanto por faturamento quanto por número de colaboradores e colaboradoras), obteve-se boa amostragem de micro, pequenas e médias.
  • 87% das empresas respondentes tem matriz brasileira.
  • A média de aderência geral das empresas aos quesitos do Termômetro de Direitos Humanos Proactiva foi de 52%.
  • Quase 90% das respondentes adotaram um compromisso público de respeitar os direitos humanos internacionalmente reconhecidos. Mas apenas 26% têm uma política específica para direitos humanos
  • Apenas 27% das respondentes afirmaram estabelecer incentivos de desempenho financeiros para a alta liderança com base em metas e/ou KPIs relativas aos direitos humanos.
  • 60% do total de empresas possui procedimentos estruturados para identificar e avaliar os riscos e impactos aos direitos humanos. Dessas, quase 100% identificam e avaliam riscos nas próprias operações, aproximadamente 70% nas cadeias de suprimentos e menos da metade identificam e avaliam riscos relacionados a clientes e/ou consumidor e consumidora final.
  • Apenas metade (51%) do total de empresas possui um processo para integrar as conclusões da avaliação de riscos e impactos aos direitos humanos em seus processos de gestão, com estabelecimento de medidas para prevenção e mitigação de riscos.
  • Apenas 8% das empresas não possuem um mecanismo de denúncia próprio para receber, processar e resolver manifestações/denúncias internas enquanto para denúncias externas, a quantidade de empresas que não possuem um mecanismo de denúncia próprio mais que dobra (20%).  
  • Metade (50%) das empresas respondentes não possui um processo formal para comunicar externamente como realiza a gestão dos riscos e impactos aos direitos humanos.
  • 81% das empresas definem padrões de respeito aos direitos humanos para sua cadeia de suprimentos. A maioria das respondentes estabelecem e comunicam esses padrões por meio de cláusulas ou anexos contratuais e Códigos de Conduta de fornecedores e fornecedoras.
  • 80% das empresas de matriz brasileira definiram padrões esperados/expectativas em relação ao respeito aos direitos humanos para suas cadeias de suprimentos em comparação a 93% das empresas de matriz estrangeira.
  • No entanto, apenas metade das respondentes (49%) possui uma abordagem sistemática para identificar as áreas e fornecedores e fornecedoras com maiores riscos e que devem ser priorizados para implementação de medidas de prevenção e mitigação de riscos.
  • E apenas metade (52%) possui um sistema de gestão de fornecedores e fornecedoras nos quais os dados da avaliação de riscos aos direitos humanos informam as decisões comerciais.
  • Os três temas em que as empresas estão mais avançadas na gestão de riscos e impactos são: meio ambiente (92%), saúde e segurança ocupacional (78%) e trabalho forçado e análogo à escravidão (75%).
  • Os três temas em que as empresas apresentam mais desafios na adoção de medidas para endereçar os riscos e impactos são: salário digno (20%), clima (27%) e impactos adversos a comunidades locais, povos indígenas e comunidades tradicionais (41%).
  • Na gestão do tema de igualdade, diversidade e inclusão, as empresas adotam mais medidas em relação às mulheres (62%). e menos medidas para migrantes e refugiados e refugiadas (35%).

Sobre o Pacto Global da ONU no Brasil e sua Trilha de Direitos Humanos e o Termômetro de Direitos Humanos da Proactiva

A Trilha de Direitos Humanos é uma iniciativa do Pacto Global da ONU Brasil no em parceria com a Proactiva – consultoria especializada em sustentabilidade, negócios e direitos humanos na América do Sul.

A iniciativa visa gerar um ponto de partida para o monitoramento anual do desempenho das empresas em aspectos relevantes de direitos humanos, ao mesmo tempo em que conscientiza e capacita os membros da rede em Due Diligence de Direitos Humanos.

Para dar o pontapé inicial, as organizações que fazem parte da rede foram convidadas a utilizar o “Termômetro de Direitos Humanos” da Proactiva, uma plataforma online de autoavaliação onde as empresas respondem a uma série de perguntas feitas sob medida e recebem um relatório indicando, por meio de gráficos e visuais, onde estão seus principais desafios e os pontos fortes. 

O “Termômetro de Direitos Humanos” é baseado nos Princípios Orientadores da ONU sobre Empresas e Direitos Humanos (POs) e em outras melhores práticas internacionais sobre due diligence de direitos humanos. Além de abordar as particularidades quanto ao processo de HRDD, há também questões sobre gestão de riscos de direitos humanos em questões relevantes no Brasil, como trabalho decente; igualdade; inclusão; saúde e segurança no trabalho, incluindo saúde mental; impactos nas comunidades indígenas; meio ambiente e clima.

Ao definir o caminho a ser seguido, o Pacto Global da ONU no Brasil utilizará os resultados agregados do Termômetro de Direitos Humanos, para desenvolver capacitações e outras iniciativas para os seus membros e fortalecer a agenda de direitos humanos no Brasil. Ao longo do tempo com o projeto em andamento, o Pacto Global poderá também produzir comparações anuais com a baseline deste ano.

Sobre o Pacto Global da ONU

Como uma iniciativa especial do Secretário-Geral da ONU, o Pacto Global das Nações Unidas é uma convocação para que as empresas de todo o mundo alinhem suas operações e estratégias a dez princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção.

Lançado em 2000, o Pacto Global orienta e apoia a comunidade empresarial global no avanço das metas e valores da ONU por meio de práticas corporativas responsáveis. Com mais de 20 mil participantes (16 mil empresas e cerca de 4 mil organizações não-empresariais), distribuídas em 70 redes locais, que abrangem quase 180 países, é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo.

Para mais informações, siga @globalcompact nas mídias sociais e visite o site  https://www.unglobalcompact.org/.

O Pacto Global da ONU no Brasil foi criado em 2003, e hoje caminha para a segunda maior rede local do mundo, com mais de 1.800 participantes. Os mais de 50 projetos conduzidos no país abrangem, principalmente, os temas: Água e Saneamento, Alimentos e Agricultura, Energia e Clima, Direitos Humanos e Trabalho, Anticorrupção, Engajamento e Comunicação.

Site oficial: https://www.pactoglobal.org.br/
Instagram: @pactoglobalbr

Crédito:
Imprensa

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