Imagem: ©Camila Nogueira/ONU-Habitat |
- Relatório Anual 2021 do ONU-Habitat Brasil resume atuação da agência na promoção de um futuro urbano melhor ao longo do último ano, apresentando metodologias e ferramentas utilizados em prol do desenvolvimento urbano sustentável.
193,3 mil domicílios visitados, 38 mil famílias atendidas, 179 eventos, 20 parcerias, 10 publicações.
Esses são alguns dos números que resumem a atuação do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos no Brasil (ONU-Habitat) no último ano. Eles estão compilados no Relatório Anual 2021, lançado pela agência em 26 de maio.
O relatório apresenta o trabalho do ONU-Habitat Brasil com base nas metodologias e ferramentas aplicadas no país ao longo do último ano. Elas são divididas em quatro linhas temáticas: Dados e Informações, Espaços Públicos, Resiliência Urbana e Advocacy. Diversos e complementares, esses quatro caminhos apenas ressaltam o grande objetivo da agência: promover um futuro urbano melhor.
“Ainda em um ano de pandemia, 2021 foi cheio de desafios, mas também de conquistas. O ONU-Habitat trabalhou muito com o tema de espaços públicos a partir de metodologias participativas. Algumas delas, inclusive, são focadas em grupos específicos, como mulheres e meninas”, comenta o oficial sênior internacional do ONU-Habitat para Brasil e Cone Sul, Alain Grimard. “Também tivemos a oportunidade de trabalhar em conjunto com diversas agências, fundos e programas do Sistema ONU no Brasil, desenvolvendo e fortalecendo parcerias importantes para novas iniciativas”, complementa.
A oficial nacional do ONU-Habitat para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes, ressalta que um dos pontos fortes de 2021 foi a produção e coleta de dados. “Foi um ano em que pudemos implementar e replicar metodologias que produzem informações urbanas e sociais no menor nível possível do território, algumas inclusive no nível das pessoas. A produção de dados e informações qualificadas foi uma grande linha de atuação”, afirma.
Humanizando o trabalho
Além das metodologias, o relatório também apresenta histórias de beneficiários, colaboradores e outros personagens que fizeram parte do ano. Uma delas é Jacqueline Alexandre, moradora de uma das cem grotas de Maceió, cujo sonho é ter uma casa digna. A casa de Jacqueline é uma das muitas que vão receber melhorias por meio do Vida Nova nas Grotas — programa que, segundo ela, “mexe com a autoestima dos moradores e com o preconceito da humanidade em relação ao local”.
A iniciativa do Governo de Alagoas conta com o apoio do ONU-Habitat e já levava ações estruturantes da porta dos moradores para fora, mas agora também vem ajudando a transformar a vida dentro das casas dos assentamentos precários da capital. A parceria envolve a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas (CAU-AL).
Em breve, os trabalhos devem chegar à casa de Jacqueline. “Quando esse projeto iniciar, vou me sentir enxergada. Vou sentir alívio, uma alegria de ver minha casa terminada e construída. É uma coisa que eu não consegui fazer. Eu trabalho, mas o dinheiro não rende. Como eu, muitas outras pessoas aqui estão nessa mesma luta, ou numa pior”, enfatiza.
Crédito:
Imprensa | Nações Unidas Brasil