TOMRA: Operando diretamente para economia circular e suprindo a cadeia de fornecimento com alta eficiência na reciclagem dos plásticos

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TOMRA: diferentes tipos de plásticos mistrurados
TOMRA: diferentes tipos de plásticos mistrurados

Imagem: Divulgação | Por Alberto Piovesan, Gerente do Setor de Plásticos da TOMRA

  • Proprietários de marcas (Brand Owners) e recicladores de embalagens na indústria de plásticos estão enfrentando grandes desafios na disponibilidade de resíduos recicláveis.
  • Para superar esse desafio e cumprir metas ambiciosas de reciclagem, recicladores e plantas de triagem de materiais (MRFs) estão usando tecnologias avançadas para produzir matéria-prima para aplicações de alta qualidade, expandindo suas oportunidades de negócios.
  • À medida que a legislação continua a pressionar pela redução dos resíduos plásticos, a demanda por plásticos reciclados de alta qualidade está em recorde. Os plásticos são duráveis, eficientes e convenientes, o que os torna extremamente benéficos para consumidores e empresas. Tornar os produtos e embalagens de plástico mais sustentáveis ​​é o desafio do nosso tempo.
  • À medida que as indústrias procuram aumentar a participação na reciclagem dos seus resíduos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa na sua produção e atender às demandas dos consumidores, eles enfrentam um novo conjunto de desafios. Aplicações de alto nível, como indústrias automotivas e de embalagens alimentares, exigem processos de reciclagem de alta qualidade e tecnologias avançadas de classificação para obter efetivamente matéria-prima de resíduos plásticos pós-consumo e pós-industriais.

Demanda versus disponibilidade de conteúdo reciclado

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Em 2020, a produção mundial de plástico foi de 367 milhões de toneladas. A Europa produziu 55t de plástico, com 70% da demanda total do mercado proveniente dos maiores países, utilizando 40,5% do material para produção de embalagens. Na busca de criar uma economia circular para os plásticos, a participação de material virgem na fabricação deve ser reduzida e substituída por matérias-primas secundárias. isso, no entanto, é fácil de dizer, mas difícil de fazer.

A reciclagem de plástico certamente teve sua parcela de má publicidade, principalmente devido ao downcycling (utilizar o material reciclado como matéria prima barata e de baixa qualidade) – afinal, há uma demanda limitada por itens como bancos de parque, vasos de flores e lombadas.

Mas a indústria de reciclagem, trabalhando em colaboração com membros das cadeias de valor do plástico, agora tornou possível criar conteúdo reciclado similar ao virgem com reciclagem mecânica avançada.

Isso não apenas prova ser uma alternativa economicamente viável e prática aos materiais primários, mas também oferece aos recicladores e MRFs a oportunidade de criar novos fluxos de receita. Mesmo no caso de fluxos de resíduos plásticos altamente contaminados, como resíduos sólidos urbanos (RSU), agora é possível obter matéria-prima de qualidade que pode ser usada para criar novos produtos.

A S&P Global Platts Analytics prevê que até 2030 mais de 1,7 milhão de toneladas de polímeros virgens serão substituídas por plásticos reciclados mecanicamente – em comparação com 688.000 toneladas em 2020. Até o momento, apenas uma pequena parte dos reciclados chegou à produção de novos materiais.

A maioria dos reciclados é usada para aplicações de baixo grau. Então, como as indústrias automotiva, de alimentos e bebidas e de cosméticos podem garantir um fornecimento confiável de matéria-prima reciclada de alta qualidade?

Preencher a lacuna da escassez de materiais começa com a coleta efetiva de recicláveis. Os sistemas de devolução de depósitos (DRS) com embalagens retornáveis, por exemplo, são uma prática globalmente recomendada para a reciclagem de recipientes de bebidas em um sistema de circuito fechado.

Não existe uma solução única: para alcançar a circularidade dos resíduos, são necessárias soluções complementares para capturar outros produtos feitos de plástico, como embalagens de filme pós-consumo.

Mitigar a contaminação e aumentar as quantidades de reciclados recuperados em todos os fluxos de resíduos é crucial para o futuro dos plásticos.

Novidades na legislação

É necessária uma abordagem harmonizada para permitir uma maior circularidade dos plásticos e fornecer um fornecimento a longo prazo de conteúdo reciclado ao mercado para reduzir a dependência de materiais primários.

Muitos países consideram ou já introduziram Esquemas de Responsabilidade Alargada do Produtor (EPR), que dão aos produtores uma responsabilidade significativa pelo ciclo de vida do produto – desde a concepção até à fase pós-consumo do seu ciclo de vida.

Por exemplo, no Brasil o termo responsabilidade compartilhada foi oficializado por meio da Lei nº 12.305/2010 e ela abrange os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, os consumidores e os titulares responsáveis pela coleta e encaminhamento dos resíduos à destinação final.

Essas políticas incentivam os produtores a considerar fatores ambientais na fabricação de embalagens e a contribuir para a redução do impacto ambiental dos produtos.

A legislação desempenha um papel fundamental no apoio ao investimento em infraestrutura, incluindo coleta, triagem e reciclagem eficazes de resíduos plásticos.

Diretivas de plástico e metas obrigatórias de conteúdo reciclado podem estabelecer a estrutura adequada para priorizar a circularidade e quebrar o gargalo da recuperação de matéria-prima.

Os quadros vinculativos constituem uma intervenção importante e necessária no mercado. Eles apoiam a gestão sustentável de resíduos e estimulam a indústria a aumentar o uso de reciclados, ao mesmo tempo em que garantem a demanda e o investimento em infraestrutura.

A Diretiva de Embalagens Plásticas e Resíduos de Embalagens, introduzida pela União Européia em 1994, está entre as legislações que definem metas de conteúdo reciclado, criando mercados finais para matérias-primas secundárias.

A diretiva torna obrigatório que os produtores de embalagens usem pelo menos 50% de conteúdo reciclado na produção de novas embalagens plásticas até 2025 e mais de 55% até 2030. Em 2021, a UE introduziu uma Diretiva de Plásticos de Uso Único exigindo um mínimo de 25 % de conteúdo reciclado em garrafas PET até 2025 e uma meta de coleta separada de 77%. Os países com DRSs são uma prática recomendada: a Alemanha atinge uma taxa de coleta de 98% para PET e a Holanda segue de perto com 95%.

Por mais que pareça que estamos caminhando para uma economia circular, temos um longo caminho a percorrer. De acordo com a Zero Waste Europe, as novas garrafas contêm apenas 17% de PET reciclado (rPET), em média. Enquanto isso, 69% de outros produtos PET são feitos com rPET de garrafas de bebidas – desviando materiais do processo de circuito fechado pretendido. Idealmente, os materiais plásticos devem ser reciclados várias vezes na mesma aplicação para garantir o fornecimento adequado para a produção pelo tempo que for economicamente viável.

Normativas e legislações são um avanço decisivo, mas ainda há espaço para melhorias. Por exemplo, há pouca legislação especificando o uso de conteúdo reciclado pós-consumo (PCR) que poderia preencher a lacuna entre demanda e oferta.

Nos EUA, o estado da Califórnia lidera as metas mais ambiciosas de PCR em garrafas de bebidas. As recém-estabelecidas Leis de Conteúdo Reciclado da Califórnia estabelecem metas de PCR em 15% até 2022, 25% até 2025 e 50% até 2030.



Reciclagem mecânica avançada e colaboração ao longo da cadeia de valor

Aumentar o uso de conteúdo reciclado exige que toda a indústria tome medidas, projete embalagens recicláveis ​​e melhore o fornecimento de reciclados de qualidade com instrumentos novos e existentes.

Imagem: Embalagens de materiais PET verdes compactadas, chegando ao Centro de Recuperação de Resíduos em Hryniewicze, Białystok.
Imagem: TOMRA AUTOSORT FLAKE operando na planta do cliente.
Imagem: TOMRA flocos verdes puros do processamento dos resíduos plásticos verdes.
Imagem: TOMRA flocos transparentes puros alto valor do processamento dos resíduos plásticos.

A aplicação da abordagem Sistema Holístico dos Recursos (Holistic Resource Systems) à gestão de resíduos combina sistemas de devolução de depósitos (DRS), coletas separadas para fluxos de materiais selecionados e classificação de resíduos mistos para recuperar plásticos para reciclagem mecânica avançada. Além dos fluxos de coleta dedicados, a adição de triagem de resíduos mistos também está provando fornecer plástico de alta qualidade para reciclagem.

Um estudo de caso com a AVR, uma usina de triagem de resíduos na Holanda, demonstrou que a triagem de resíduos mistos com tecnologias de alto desempenho pode capturar 12 vezes mais plásticos para reciclagem, reduzindo as emissões de CO2.

Outras instalações de triagem, como as empresas norueguesas IVAR IKS ou ROAF, também demonstram o enorme potencial que a triagem de resíduos mistos oferece se municípios e empresas investirem em tecnologias e processos avançados.

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