Imagem: Divulgação SOS Pantanal | Workshop reuniu 12 instituições de pesquisas para abordar os impactos da seca extrema e do fogo nas emissões de gases que potencializam o efeito estufa no bioma
Agosto de 2022 – O Instituto SOS Pantanal e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) promoveram, neste início de agosto (dias 4 e 5), na cidade de Campo Grande (MS), um workshop com instituições científicas para debater os impactos da seca extrema e do fogo nas emissões de gases que potencializam o efeito estufa no Pantanal.
Os pesquisadores buscam um parâmetro que atenda às características alagadas do Pantanal, pois as métricas existentes são internacionais e não se aplicam ao bioma.
O evento reuniu pesquisadores de 12 instituições especializados em uso e ocupação do solo, desmatamento, queimadas, degradação ambiental, e cultivo de monoculturas, entre outros temas essenciais para o desenvolvimento sustentável do Pantanal e a manutenção das tradições culturais pantaneira.
A iniciativa contou com o apoio do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) e da Climate and Land Use Alliance (CLUA).
O diretor de Relações Institucionais do SOS Pantanal, Leonardo Gomes, destaca que o workshop iluminou alguns dos desafios vivenciados pelos pesquisadores no estudo de ambientes alagados.
“A gente observou algumas lacunas técnicas do ponto de vista da pesquisa. É um tema multidisciplinar e precisamos de instituições e pesquisadores para ingressarem em pontos importantes como, por exemplo, subsidiar a criação e execução de políticas públicas”, afirma.
O Pantanal, maior planície inundável do mundo, compreende uma área de 195 mil quilômetros quadrados dentro da Bacia do Alto Paraguai.
O bioma ocupa parte dos Estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e áreas de países vizinhos, como Bolívia e Paraguai. A sua maior parte, 151 mil quilômetros quadrados, está no Brasil.
No workshop, o bioma foi abordado sob diferentes perspectivas históricas, geográficas e culturais, ora falando sobre os ciclos das águas, a tradição do fogo e seu manejo pelas populações locais, ora sobre as políticas de proteção da biodiversidade, educação ambiental e caminhos da pesquisa.
O encontro resultou na criação de uma rede de estudo focada no ciclo do carbono no Pantanal.
Para a pesquisadora do IPAM Amazônia, dra. Camila Silva, a iniciativa foi essencial para a comunidade científica se conectar em torno de um tema comum.
“O evento foi muito importante para mapearmos os desafios, integrarmos os dados existentes e saber o que precisa ser feito para avançarmos no estudo do ciclo do carbono no bioma Pantanal. A partir das discussões e de grupos de trabalhos foi possível estabelecer prioridades para melhorarmos as estimativas do bioma“, explica.
Os dados produzidos sobre o ciclo do carbono no Pantanal serão integrados ao Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). O SOS Pantanal e o IPAM Amazônia preparam uma carta aberta à comunidade científica compartilhando as informações e o conhecimento documentados durante o evento. A ação é para iluminar o caminho de futuras pesquisas.
Sobre o Instituto SOS Pantanal
Fundado em 2009, o Instituto SOS Pantanal é uma instituição sem fins lucrativos que promove a conservação e o desenvolvimento sustentável do bioma Pantanal por meio da gestão do conhecimento e da disseminação de informações sobre o ecossistema para governos, formadores de opinião, comunidades, fazendeiros e pequenos proprietários de terra da região, assim como à população em geral. Tem por missão, ainda, atuar permanentemente em prol da conservação da biodiversidade e dos recursos naturais.
- Site: https://www.sospantanal.org.br
- Instagram: @sospantanal
- Facebook: https://pt-br.facebook.com/institutosos.pantanal
Sobre o IPAM Amazônia
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) é uma organização científica, não governamental e sem fins lucrativos que trabalha desde 1995 pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. ]
O propósito é consolidar, até 2035, o modelo de desenvolvimento tropical da Amazônia por meio da produção de conhecimento, implementação de iniciativas locais e influência em políticas públicas, de forma a impactar o desenvolvimento econômico, a igualdade social e a preservação do meio ambiente.
Site oficial: https://ipam.org.br/pt/
Crédito:
Imprensa