Imagem: Divulgação | Por Alfredo dos Santos Junior para a seção Opinião de Especialista AMBIENTAL MERCANTIL
Novembro de 2022 – O conceito ESG – em português Ambiental, Social e Governança – é algo que veio para ficar e ocupar a atenção das empresas.
Muito tem sido escrito sobre o assunto e exemplos de iniciativas empresariais são apresentados como resposta a esta “nova” demanda. Mas, chama a atenção certa desigualdade: enquanto práticas ligadas à governança, e ações voltadas à preservação do meio ambiente, têm merecido maior atenção, a dimensão social ainda recebe um tratamento tímido.
Afinal, qual o tamanho do “S” no ESG?
O campo social para as empresas tem duas dimensões: uma interna e outra externa.
Quando lemos sobre as práticas adotadas pelas empresas fica claro que a atenção se concentra na dimensão interna, com políticas voltadas para saúde do funcionário, diversidade e inclusão. Ora, é preciso reconhecer que estas práticas não vão muito além do que conhecemos como “gestão de pessoas“.
A questão mais aguda se dá quando olhamos para o lado externo. O que se vê frequentemente, são iniciativas voltadas à privacidade do cliente, segurança de dados, segurança do produto, etc. Estas são questões relevantes, mas será que não está faltando algo mais efetivo no campo das relações com a comunidade?
Muito se tem falado sobre a responsabilidade que as empresas têm de mitigar os efeitos das externalidades que suas atividades provocam junto às comunidades. Tal necessidade tem levado empresas a desenvolver estratégias de responsabilidade social que têm sido relevantes não só para melhorar as condições das comunidades do entorno, mas, também, para fortalecer o relacionamento da empresa com elas.
Há, aí, um potencial enorme de ação para fortalecer o “S” do ESG.
Naturalmente, é preciso ser criativo e ousado para fortalecer tais iniciativas. Afinal, o que pode ser feito para tornar mais forte o pilar social do ESG?
Não podemos, nos limites deste artigo, fazer uma avaliação minuciosa do que pode ser feito. Mas, gostaríamos de destacar alguns elementos que devem ser considerados quanto à abordagem que uma empresa pode adotar para trabalhar junto a uma comunidade.
A iniciativa de aproximação com a comunidade deve partir da empresa.
Para que esta aproximação seja exitosa, é importante:
- Toda comunidade tem uma estrutura, ainda que não-formal, de lideranças. É essencial que a empresa conheça essas lideranças e prepare seus representantes para dialogarem com elas.
- Toda comunidade tem um histórico de relacionamento com o poder público. É importante que a empresa conheça o grau de relacionamento que a comunidade mantém junto a este stakeholder.
O ideal é que haja sintonia entre as ações dos três setores: governo, empresas e sociedade. - É preciso compreender que comunidade significa diversidade, algo que não combina com posições homogêneas. Trabalhar com a diversidade é algo rico, mas que oferece desafios.
- Um erro comum é cair na tentação de que a empresa já sabe do que a comunidade precisa. Mas, “cada um sabe bem onde dói o seu calo”. O ideal é que a empresa faça um diagnóstico da situação da comunidade, para conhecer melhor suas necessidades.
Existe, sim, muito o que uma empresa pode fazer para fortalecer a dimensão social, o “S” do ESG.
Procuramos, aqui, não apenas chamar atenção para esta possibilidade, bem como mostrar que o êxito no trabalho na dimensão social, depende muito de como a empresa decide adotar uma atitude de maior protagonismo para se aproximar da comunidade.
Sobre o autor
Alfredo dos Santos Junior tem sua experiência profissional desenvolvida nas áreas de Recursos Humanos, com foco no trabalho junto a Organizações da Sociedade Civil (Terceiro Setor). Professor convidado da Faculdade FIA de Administração e Negócios, nos cursos de MBA Gestão de Carreiras, MBA Executivo Internacional, e Pós-Graduação em Gestão Estratégica da Sustentabilidade. Coordenador do Programa de Treinamento em Consultoria Social, do Instituto GESC. Membro do Grupo de Coordenação do Instituto de Ensino e Pesquisa Liga Solidária.
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