Salmonella é encontrada nos esgotos da região metropolitana de São Paulo

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Foto: Divulgação | Salmonella é encontrada nos esgotos da região metropolitana de São Paulo
Foto: Divulgação | Salmonella é encontrada nos esgotos da região metropolitana de São Paulo

Imagem: Divulgação | Pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública (FSB) revelou a presença de  bactérias com resistência a antimicrobianos na região estudada; especialistas alertam população

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Maio de 2023 – Até 550 milhões de pessoas sofrem com doenças diarreicas todos os anos, resultado do consumo de alimentos contaminados e água não tratada, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Pensando nisso, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSB), pertencente a Universidade de São Paulo (USP), realizaram um estudo sobre a Salmonella não tifoide nos esgotos da Região Metropolitana de São Paulo.

A salmonella não-tifoide é responsável pela salmonelose, uma doença bacteriana que apresenta quadros de vômito, dores abdominais, febre e diarreia. Sua transmissão ocorre pela ingestão ou contato com alimentos e água contaminados. A pesquisa, realizada no Laboratório de Saúde Ambiental da FSB, revelou a presença de bactérias com resistência a antimicrobianos na região estudada. 

Atualmente, a salmonella faz parte das Doenças Relacionadas ao Saneamento Inadequado (DRSAI), que segundo dados divulgados em novembro de 2021 pelo IBGE, foram responsáveis por 0,9% de todos os óbitos no Brasil entre 2008 e 2019. Segundo informações do Instituto Trata Brasil, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e 100 milhões não têm tratamento de esgoto, o que aumenta a incidência de doenças por contaminação.

Maria Helena Cursino, sócio-fundadora da PWTech, startup de purificação de água contaminada, referência na ajuda humanitária de países emergentes, explica que a disponibilização de infraestrutura básica e o acesso à água potável está diretamente ligado à saúde humana.

“Água é sinônimo de vida e a precarização dos serviços de distribuição acende um alerta para o consumo inadequado”, diz. “Não ter água potável não se restringe a bebida e sim as consequências posteriores de sua ingestão”, complementa.

De acordo com informações disponibilizadas pelo DATASUS, ano base 2020, no país ocorreram quase 200 mil internações por doenças ligadas à veiculação hídrica. Ao todo, o país gastou em torno de R$ 70 milhões de reais com internações por doenças associadas à falta de saneamento básico. Dentre os números de internações, crianças e adolescentes, entre 5 e 19 anos, foram os mais afetados – aproximadamente, 35 mil  foram hospitalizados no ano estudado.

Os principais diagnósticos são: amebíase, giardíase, gastroenterite, febre tifóide e paratifóide, hepatite infecciosa (Hepatite A e E) e cólera.

Pensando nisso, a startup criou em 2019, um projeto para atender as milhões de pessoas que convivem em comunidades carentes, sem acesso ao recurso hídrico de qualidade. Com o apoio do departamento de mecânica da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), a startup criou o PW5660, equipamento capaz de purificar 5.760 litros de água; 4 litros por minuto.

“Uma das principais características que acrescentamos no projeto foi a portabilidade do equipamento. Em nossas pesquisas, identificamos a concentração do problema em regiões remotas e buscamos corrigir isso da forma mais eficaz possível”, explica a empresária.

O equipamento foi desenvolvido com tecnologias de fácil acesso, mas que, possibilitam a remoção de 100% de bactérias e vírus e reduz em 95 % a turbidez e cor da água. Isso é possível graças ao seu sistema combinado de Pré-Filtragem e Membranas UF, que garantem ao PW5660 a purificação de águas de rios, lagos, poços, chuva; águas classe 1 e 2, com turbidez de até 15 NTU.

Em 2021, a startup realizou a instalação de seis purificadores na Ilha do Bororé, às margens da represa Billings, em São Paulo. A ação faz parte do Projeto Nascente, desenvolvido em parceria com a Associação de Moradores da Ilha do Bororé (Amib) e a Sapiência Ambiental, tendo como finalidade a  garantia do saneamento básico aos moradores da região. 

Como explica Roselita, uma das residentes mais antigas da região. “A água chegou em um ponto que estava muito ruim. Salgada. Esquisita. Com gosto ruim”, diz. Já para a moradora Maria José, o melhor era evitar o consumo de água. “Para beber jamais. É beber e correr para o banheiro”, complementa.

Com o foco em responsabilidade social, a PWTech entende seu papel perante a sociedade e desenvolve projetos baseados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“Unimos forças e conseguimos mudar a realidade de várias pessoas que antes sempre precisavam ir à unidades de saúde por conta de doenças causadas por água inapropriada”, compartilha Fernando Silva, sócio-fundador da PWTech.

Ações Nacionais

No Brasil, o equipamento foi instalado em São Paulo na Ilha do Bororé e na UBS da Barra do Sahy. Na região norte do país, o PW5660, está localizado em comunidades Yanomamis e ribeirinhas. 

Ações Internacionais 

Com destaque no cenário internacional. O equipamento também esteve presente em algumas das principais crises humanitárias registradas nos últimos tempos. Na Ucrânia, foram enviados 50 equipamentos, após o início da guerra contra a Rússia em fevereiro de 2022, levando água para até 6 mil civis. Neste ano, a startup enviou 90 purificadores para a Síria, após o terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a região, auxiliando mais de 26 mil pessoas. Ao todo, mais de 1 milhão de pessoas foram beneficiadas pela tecnologia.

Site oficial: https://www.pwtech.eco.br

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