Sol, Energias e Mudanças do Clima #13: Nordeste do Brasil – seus Avanços, Investimentos e Desafios na Exportação de Energias Renováveis

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Daniel Lima é colunista colaborador do editorial AMBIENTAL MERCANTIL ENERGIAS
Daniel Lima é colunista colaborador do editorial AMBIENTAL MERCANTIL ENERGIAS

Imagem: Divulgação #13 Daniel Lima é ECOnomista pela UFAL, Presidente da ANESOLAR – Associação Nordestina de Energia Solar, Coordenador da startup Projeto Nidus e Diretor da RDSOL Rede de Negócios em Energia Solar

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AMBIENTAL MERCANTIL

Agosto de 2024 – Nos últimos anos, a região Nordeste do Brasil tem se consolidado como um verdadeiro polo de geração de energia limpa, desempenhando um papel cada vez mais crucial no cenário energético nacional. Essa transformação notável é evidenciada pela capacidade da região de passar de importadora a exportadora de energia, enviando em média 20% da energia que produz para outras partes do país. Essa produção é majoritariamente derivada de fontes renováveis, com a matriz energética nordestina destacando-se por ser composta por 84% de energia proveniente de fontes eólicas (44%), solares (22%) e hídricas (18%).

A Matriz Elétrica Nordestina (MEN) possui uma capacidade instalada de 67,1 GW, representando cerca de 30% da capacidade total da Matriz Elétrica Brasileira (MEB). A região, que há apenas uma década era vista como dependente de outras regiões para suprir sua demanda energética, agora se destaca pela robustez de sua infraestrutura e pelo crescimento acelerado de sua capacidade de geração, especialmente em fontes intermitentes como solar e eólica, que já constituem 66% da capacidade instalada da MEN. Em contraste, a MEB ainda é dominada por fontes despacháveis, como hidroelétrica e térmica, que correspondem a 67% da capacidade nacional.

Os investimentos na região foram fundamentais para essa transformação.

Nos últimos dez anos, o Nordeste atraiu aproximadamente R$ 180 bilhões para o desenvolvimento de usinas eólicas e solares, resultando em uma capacidade instalada de 29,3 GW em usinas eólicas e 8,8 GW em grandes usinas fotovoltaicas, além de 6,1 GW em micro e minigeração distribuída (MMGD). Adicionalmente, outros R$ 120 bilhões foram investidos em fontes hídricas, elevando a capacidade instalada hídrica da região para 12,1 GW.

Esse movimento de expansão não apenas reforçou a segurança energética do Nordeste, como também o posicionou como um dos principais protagonistas na transição energética do Brasil. Se fosse um país, o Nordeste teria a matriz elétrica mais limpa do planeta, um marco que coloca a região em destaque global.

Entretanto, essa rápida expansão e o crescente papel das fontes intermitentes na matriz elétrica trazem consigo desafios estruturais significativos.

Dois pontos críticos necessitam de atenção:

  1. A ampliação da capacidade de escoamento da energia gerada;
  2. O aumento da capacidade de armazenamento de energia.

A expansão da rede de transmissão é essencial para garantir que a energia produzida na região possa ser transportada para outras partes do Brasil de maneira eficaz. Da mesma forma, a implementação de Sistemas de Armazenamento de Energia por Baterias (SAEB) é fundamental para mitigar os efeitos da intermitência das fontes solar e eólica, garantindo a estabilidade da rede e a maximização do uso dessas fontes limpas.

O futuro do Nordeste é promissor, com previsões de incorporar mais 79,7 GW de capacidade solar em grande escala, 21,8 GW de capacidade eólica e 6,0 GW de MMGD nos próximos anos, investimentos que devem somar cerca de R$ 433 bilhões. Além disso, a região se prepara para a entrada em operação das primeiras plantas de produção de Hidrogênio Verde e para a instalação de grandes data centers, consolidando-se como o principal centro de energia renovável do Brasil.

Para que essa trajetória de sucesso continue, é essencial que as infraestruturas necessárias acompanhem o ritmo de crescimento da geração de energia renovável. Isso inclui, além da expansão da rede de transmissão e do armazenamento de energia, o apoio contínuo de políticas públicas que incentivem a inovação e a eficiência no setor energético. A transparência nos processos de licenciamento, a adaptação das normativas e o acompanhamento regulatório são igualmente importantes para sustentar o acelerado crescimento do setor e assegurar que o Nordeste continue a ser um modelo global de transição energética bem-sucedida, contribuindo para um futuro energético sustentável e descarbonizado no Brasil.

Sobre o colunista

Daniel Lima, Presidente da ANERSOLAR – Associação Nordestina de Energia Solar
Daniel Lima, Presidente da ANERSOLAR – Associação Nordestina de Energia Solar

Daniel Lima é ECOnomista pela Universidade Federal de Alagoas, Presidente da ANERSOLAR – Associação Nordestina de Energia Solar, Coordenador da startup Projeto Nidus, Diretor Comercial da RDSOL Rede de Negócios em Energia Solar, empresa de fomento e investimento em ativos de energia limpa, criando negócios atrativos e sustentáveis, estabelecendo conexão com diversos atores, para por em prática as soluções mais inteligentes e eficientes em geração de energia. Perfil no Linkedin 
Site oficial: https://rdsol.pro.br

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