Organizações da sociedade civil pressionam G20 por mais ambição no financiamento de ações climáticas

Foto: Divulgação | Organizações da sociedade civil pressionam G20 por mais ambição no financiamento de ações climáticas
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Imagem: Divulgação | Números não inspiram para que, de fato, haja um movimento eficaz para o planeta não ultrapassar o limite de 1,5 graus Celsius (ºC)

Novembro de 2024 – Organizações da sociedade civil integrantes da rede Observatório do Clima realizaram em 18/11, no Rio, uma manifestação para pressionar o G20, grupo que reúne os países com as maiores economias do mundo, a taxar os super-ricos e redirecionar esses recursos para financiar ações climáticas robustas.

Uma moeda de 3 metros de altura foi instalada em frente ao Posto 12, na praia do Leblon, para expor a responsabilidade das nações mais ricas em liderar pelo exemplo o combate à crise climática. Os países do G20 são responsáveis por cerca de 80% das emissões dos gases de efeito estufa e concentram 80% da riqueza do mundo.

Segundo as organizações, nenhum dos membros do G20 pode alegar falta de recursos se não taxar seus bilionários de forma justa e progressiva, e aplicando verbas para a adaptação à mudança de clima e a transição energética justa.

O ato se conecta com a campanha “Taxa os Bi” e com outras iniciativas globais semelhantes, como o Dossiê Taxando os Bilionários.

O documento destaca oito bilionários como exemplos de que a tributação da super-riqueza poderia gerar trilhões de dólares para enfrentar a crise climática. Também descreve atividades prejudiciais que apoiam essas fortunas.

“Taxar os bilionários é uma medida justa e necessária para financiar soluções climáticas urgentes. Enquanto os super-ricos aumentam sua fortuna e pagam cada vez menos impostos, o planeta super aquece e milhões de pessoas pagam o preço injustamente. Os bilionários frequentemente pagam muito menos do que seria justo em impostos, enquanto contribuem de maneira desproporcional para a crise climática, que afeta de forma mais intensa as pessoas mais pobres em países ricos e as nações vulneráveis ao clima.” – Marcel Taminato, Coordenador de Alianças Estratégicas da 350.org.

“A crise climática escancara uma injustiça histórica e tributária que não pode mais ser ignorada. Enquanto poucos acumulam fortunas e escapam de uma taxação justa, bilhões enfrentam os impactos devastadores das mudanças climáticas. É inaceitável que países e populações que menos contribuíram para a crise sofram as piores consequências. A campanha TaxaOsBi traz essa responsabilidade para o centro do debate, promovendo justiça climática e social. Estamos exigindo uma medida simples e urgente: que 3 mil bilionários contribuam com uma taxação anual de 2% de suas fortunas para financiar a adaptação climática em regiões mais vulneráveis. Não podemos avançar no combate à crise climática sem enfrentar a desigualdade e a falta de justiça tributária.” – Lucas Louback, gestor de advocacy e campanhas no NOSSAS.

“É preciso cooperar internacionalmente para mobilizar recursos públicos novos, adicionais e livres de endividamento para o financiamento climático, especialmente para os países do Sul Global. A cooperação entre países possibilita taxar os super ricos e as empresas transnacionais, combater os fluxos financeiros ilícitos e acabar com paraísos fiscais.” – Nathalie Beghin, Colegiado de Gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).

“O G20 precisa sinalizar um compromisso sólido para manter viva a agenda climática global. Com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a responsabilidade sobre os demais países, incluindo o Brasil, de demonstrar ambição e verdadeira liderança climática aumenta exponencialmente. “As nações mais ricas do mundo precisam assumir sua responsabilidade de financiar soluções climáticas e de natureza. A falta de acordo que implodiu a COP da Biodiversidade em Cali mostrou que o nível de compromisso dos países ainda é baixo, colocando em risco a agenda multilateral de clima.” – Tica Minami, Instituto Climainfo.

Site oficial: https://oc.eco.br

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