Estratégias para contornar a escassez de água

IrrigaPote: Tecnologia Social certificada pela Fundação Banco do Brasil - Acervo projeto IrrigaPote
IrrigaPote: Tecnologia Social certificada pela Fundação Banco do Brasil - Acervo projeto IrrigaPote

Imagem: Divulgação | Fundação Banco do Brasil apoia sistemas agroflorestais e tecnologias sociais que favorecem a preservação e o uso sustentável da água

Abril de 2025 – A Renata Campos é administradora e decidiu trocar o emprego em uma rede de supermercados para se dedicar ao cultivo de produtos orgânicos numa pequena propriedade em Tucuruí, no Pará. “Essa é minha paixão”, revela. Ela estudou, fez pesquisas e cursos para produzir de forma sustentável.

“Aprendi a cuidar do solo, fazer compostagem, utilizar o sistema agroflorestal, a plantar sem o uso de agrotóxicos”. Ela só não contava com um obstáculo: a falta de água. “Com a seca no verão acabei perdendo boa parte da plantação”, conta. 

Mas ela não desistiu. Fez mais pesquisas, buscou ajuda, foi atrás de parcerias e trocou conhecimentos com outros produtores e especialistas. Com o apoio da promotora de Justiça Agrária Alexssandra Mardegan, do Ministério Público do Pará, e da pesquisadora Lucieta Guerreiro Martorano, da Embrapa Amazônia Oriental, foi implantada na propriedade da Renata uma tecnologia simples e de baixo custo, denominada IrrigaPote, para armazenar água da chuva e garantir a irrigação da plantação, mesmo nos períodos de estiagem.

“O método é tão simples que chegamos a duvidar se realmente funcionaria. Mas a técnica deu certo e resolvemos levar a solução a outros agricultores familiares e pequenos produtores da região que sofriam com o mesmo problema”. 

A Tecnologia Social IrrigaPote foi certificada em 2024 pela Fundação Banco do Brasil. Essa metodologia consiste em armazenar água pluvial durante o período chuvoso e distribuí-la de maneira eficiente para potes de argila enterrados no solo. Por meio de calhas instaladas nos telhados, a água é captada e direcionada para um cano enterrado no solo. Esse cano se estende até a área de cultivo e conectores mantêm o fluxo hídrico controlado por meio de uma boia instalada na tampa do pote, assegurando que esteja sempre abastecido de forma autônoma.

“Quando o solo está seco, as raízes das plantas procuram a água na parede externa dos potes, possibilitando uma absorção precisa para atender às suas demandas hídricas”, explica Renata. 

Recuperação de áreas degradadas

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a escassez de água afeta mais de 40% da população mundial. Para Kleytton Morais, o trabalho de formação em práticas sustentáveis e de fortalecimento de comunidades rurais é uma das estratégias essenciais para a manutenção dos serviços ecossistêmicos, preservação das águas e contenção da degradação ambiental e social.

Recuperar uma área degradada devido ao monocultivo de eucalipto era o desafio da Tania Aguiar e dos demais agricultores familiares do assentamento Canaã, localizado na região da bacia do Alto Descoberto, no Distrito Federal.

“Esta área é responsável por boa parte do abastecimento de água do Distrito Federal. Por isso, a preservação do meio ambiente aqui é de suma importância”, reforça Tania.

Além do empobrecimento do solo, o monocultivo prolongado gerou erosão e o assoreamento de cursos d’água, comprometendo o abastecimento na região. Para mudar a realidade do local e garantir a preservação da bacia foi criado o projeto “Comunidades Agroflorestais – Plantando Água e Tecendo Vidas”.

“Hoje trabalhamos para regenerar o solo, reflorestando com plantas nativas, fazendo o manejo de sistemas agroflorestais e produzindo sem agrotóxicos. Nosso objetivo é contribuir com a manutenção da bacia do Alto Descoberto, pois sem ela não temos água, e sem água não tem produção e não tem abastecimento para a cidade”, observa.

A Fundação Banco do Brasil realizou um investimento social de R$ 1,8 milhão neste projeto que promove a formação teórico-prática em agroecologia e contribui para a recuperação de áreas produtoras de água nas bacias do rio Paranoá e do Alto Descoberto.

“As ações adotadas pelo projeto têm repercussão na gestão sustentável das bacias, fortalecendo, assim, a segurança hídrica, alimentar, climática e energética e a integridade ecológica da capital federal do Brasil”, diz o presidente da Fundação BB.

Sobre a Fundação BB

Há 40 anos, a Fundação Banco do Brasil busca inspirar cada brasileiro a se tornar um agente de transformação da sociedade. A instituição acredita na força do coletivo para encontrar soluções viáveis na superação dos desafios e promoção do desenvolvimento sustentável. Nos últimos 10 anos, foram investidos R$ 2,7 bilhões em 10 mil iniciativas que impactaram positivamente a vida de 6,8 milhões de pessoas de 3.400 municípios. 

Site oficial: https://fbb.org.br/pt-br

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