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Imagem: Divulgação | Alternativa à resina virgem, o uso de reciclados com aditivos promove descarbonização, competitividade industrial e desenvolvimento social.
Julho de 2025 – À medida que o mercado global se volta para modelos produtivos mais sustentáveis, a reciclagem ganha um papel central na transformação da indústria plástica. Segundo a doutora em Química e cofundadora da IQX, Silmara Neves, a substituição da resina virgem por reciclada pode reduzir entre 20% e 60% os custos com matéria-prima, dependendo do tipo de polímero e da qualidade do reciclado. Em larga escala, isso representa uma economia de até 15% no custo total de produção. Além disso, a resina reciclada tende a apresentar menor volatilidade de preço, já que não depende diretamente das oscilações do mercado do petróleo — um fator crítico para o planejamento financeiro da indústria.
“Reciclar é uma questão ambiental, mas também de estratégia econômica”, afirma Silmara. “Ao adotar resinas recicladas, a indústria reduz gastos, garante acesso a mercados mais exigentes e ainda se alinha a metas globais de descarbonização.” Ela explica que, em determinadas formulações, ao substituir 30% de resina virgem por reciclada com o uso de aditivos compatibilizantes, é possível economizar, por tonelada produzida, cerca de 2.600 kWh de energia, 17.250 litros de água, reduzir a emissão de aproximadamente 700 kg de CO₂ e, em média, R$ 570 em custos diretos.
Esses compostos químicos, conhecidos como aditivos compatibilizantes, tornam possível a mistura de diferentes tipos de plásticos, como os presentes em embalagens multicamadas — frequentemente usadas para alimentos — ou mesmo plásticos contaminados com outros materiais. O uso desses aditivos melhora a estabilidade e resistência do reciclado, conferindo maior valor técnico e comercial. Dessa forma, a resina reciclada pode ser utilizada em maior escala e com desempenho mais próximo ao da resina virgem. Esse é um avanço importante para a economia circular do plástico, que visa à manutenção do material em uso por mais tempo, reduzindo desperdícios, emissões e a extração de recursos naturais.
Mais empregos, menos perdas e uma nova lógica industrial
Além de reduzir custos e emissões, a reciclagem tem potencial para movimentar a economia e gerar milhares de empregos. Um estudo recente da Fundação Dom Cabral em parceria com o Instituto Atmos aponta que cada aumento de 1% na taxa de reciclagem pode gerar mais de 9 mil empregos. Se o índice subisse 10 pontos percentuais, o país poderia criar 93 mil novos postos e evitar perdas anuais de R$ 14 bilhões com o descarte de materiais que poderiam ser reutilizados. No cenário mais otimista do estudo, o avanço da reciclagem até 2040 poderia gerar mais de 200 mil empregos diretos.
Essa tecnologia tem se mostrado economicamente viável em diversos setores da indústria, especialmente onde há grandes volumes de produção e forte demanda por soluções sustentáveis. “Embalagens flexíveis — como sacolas plásticas e filmes utilizados para envolver produtos, também chamadas de embalagens secundárias — são excelentes candidatos. Nesses casos, o uso de reciclado de alta performance com aditivos gera peças com boa resistência mecânica, menor custo e mais estabilidade no processo industrial”, destaca Silmara.
Para ela, o futuro da indústria passa por entender que a reciclagem precisa gerar lucro. “Se não for lucrativa, a reciclagem não se sustenta nem se expande. O reciclado só será amplamente adotado se for competitivo com a matéria-prima virgem. E isso depende de tecnologia, estabilidade de fornecimento e incentivo à inovação. Empresas que fizerem esse movimento agora vão liderar o mercado amanhã”, conclui.
Sobre a IQX
Premiada pelo BNDES Garagem como startup de impacto socioambiental, a IQX foi fundada em 2011 pelas cientistas Carla Fonseca e Silmara Neves, e desenvolve soluções inovadoras que aliam desempenho técnico e sustentabilidade na indústria plástica. A empresa está sediada em Valinhos (SP).
Site Oficial: https://www.iqx-inove.com.br
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