G20: Greenpeace celebra que taxar os super-ricos tenha sido citada, mas lamenta falta de menção ao fim dos combustíveis fósseis

Foto: Tung Lam, Pixabay
Foto: Tung Lam, Pixabay

Imagem: Divulgação | Encontro manda sinal positivo para destravar a agenda de financiamento climático da COP29.

Novembro de 2024 – Diante do atual cenário global ameaçado por discursos anti-ambientalistas e pouco comprometidos com os direitos humanos e a democracia, o Greenpeace Brasil analisa que o que o principal resultado do encontro do G20 em 2024, no Rio de Janeiro, foi o consenso dos países em torno do combate à fome e às crises do clima e da biodiversidade

“O G20 enviou uma mensagem ao mundo de que o multilateralismo não morreu. Apesar de um tenso ambiente geopolítico global, as maiores economias do mundo concordaram que é hora de olharmos de maneira séria para o financiamento climático nos países em desenvolvimento. Nesse sentido, celebramos os esforços do governo brasileiro em liderar a discussão sobre a necessidade de taxar os super-ricos. O mundo precisa de sistemas fiscais mais justos, em que os mais ricos — que também são os maiores poluidores climáticos e os responsáveis por nos trazerem a atual emergência — paguem mais”, afirma a diretora de campanhas do Greenpeace Brasil, Raíssa Ferreira.

Porém, como ponto negativo, Ferreira alerta que o texto final do G20 citou de forma genérica a transição energética e não mencionou diretamente o fim dos combustíveis fósseis.  

“Diante da falta de menção ao fim dos combustíveis fósseis no G20, agora, esperamos que o Brasil, enquanto presidente da COP30, exerça liderança global no campo da transição energética justa. O Brasil precisa adotar políticas domésticas alinhadas com os seus discursos internacionais de diminuição de emissões. A expansão de investimentos em combustíveis fósseis, inclusive em gás natural, é contraditória a esse posicionamento. A crise climática está acontecendo e esperamos que o Brasil lidere pelo exemplo para ter um resultado histórico na COP30”, diz Ferreira.

Para a especialista em política internacional do Greenpeace Brasil, Camila Jardim, a declaração final do G20 manda um sinal positivo para a COP29, que vai até o dia 22 de novembro.

“A menção à taxação dos super-ricos no G20 oferece caminhos para materializar o que esperamos da COP29: um acordo em torno do objetivo global de financiamento climático, definindo tal financiamento como público (especialmente em doações) e que seja direcionado a países em desenvolvimento. Fazer os poluidores pagarem pelo enorme dano climático causado no mundo faz parte do pacote de soluções para viabilizar a transição justa e financiar medidas de mitigação, adaptação e perdas e danos nos países em desenvolvimento”, analisa Jardim.

Sobre o Greenpeace Brasil

O Greenpeace Brasil é uma organização ativista ambiental sem fins lucrativos, que atua desde 1992 na defesa do meio ambiente. Ao lado de todas as pessoas que buscam um mundo mais verde, justo e pacífico, a organização atua há mais de 30 anos pela defesa do meio ambiente denunciando e confrontando governos, empresas e projetos que incentivam a destruição das florestas.

Site oficial: https://www.greenpeace.org/brasil

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