
Foto: Ascom/MMA
Foram registradas reduções de 43% e 38% em 2016 e 2017, respectivamente, se comparadas a 2015, último ano do monitoramento.
Brasília (21/06/2018) – O governo federal divulgou, nesta quinta-feira, os dados do desmatamento no Cerrado, referentes a 2016 e 2017. De acordo com o monitoramento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área desmatada no bioma corresponde a 6.777 km² e 7.408 km², respectivamente, o que representa queda de 43% e 38%, ambos em relação ao ano de 2015, último período divulgado, que registrou 11.881 km².
Outro dado importante diz respeito à Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC, Lei nº 12.187/2009) que estabeleceu para o Cerrado uma meta de redução em 40% para o ano 2020, relativa ao desmatamento médio observado no período de 1999 a 2008. Os dados registrados em 2017 apontam queda de 53% na mesma comparação, superando em 13% a meta estabelecida pela PNMC.
Os dados foram apresentados durante coletiva à imprensa, na sede do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília, da qual participaram, além do ministro Edson Duarte e gestores do ministério, representantes do Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), do Inpe, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
EXPRESSIVOS
“Os números são expressivos. Mostram que as nossas ações de comando e controle, assim como nossas ações afirmativas para o desenvolvimento cada vez mais sustentável estão dando resultado, estão funcionando, de tal forma que esses números apresentados são muito significativos para o período. É uma queda que nos traz muita esperança para o trabalho que estamos fazendo”, disse o ministro Edson Duarte.
Ele assegurou que o governo continuará adotando “tolerância zero” ao desmatamento ilegal não só no Cerrado, mas em todos os biomas.
“A nossa tolerância será sempre zero para o crime em qualquer um dos biomas. Crime ambiental com desmatamento ilegal nós não iremos permitir, iremos intensificar as nossas ações, protegendo todos aqueles que estão produzindo dentro da legalidade, dentro da lei, contribuindo para o país se desenvolver”.
Além das ações de comando e controle – só este ano o Ibama realizou cem operações no Cerrado, disse Suely Araújo, presidente do órgão –, o ministro Edson Duarte citou como fatores decisivos para a queda no desmatamento o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), gerido pelo Ibama, e o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que regulariza as propriedades do ponto de vista ambiental.
Ele ressaltou que as medidas de aperfeiçoamento do combate ao desmatamento incluem, também, ações de ordenamento territorial, regularização fundiária, assistência técnica, fomento, valorização de atividades produtivas sustentáveis e estímulos econômicos.
Para o ministro, é possível ter crescimento econômico ao mesmo tempo em que se diminui a perda de vegetação nativa.
“A redução do desmatamento não é antagônica ao desenvolvimento. Ao contrário, pode qualificá-lo e gerar um diferencial de mercado, além de ser essencial para frear as mudanças climáticas e os demais efeitos negativos causados pela alteração de serviços ambientais”, pontuou.
MAIS AÇÕES
Apesar dos avanços, Duarte afirma que é preciso fazer mais. “Por isso, lançamos agora em maio a Mobilização Nacional contra o Desmatamento Ilegal. A iniciativa abrange todos os estados, todos os biomas. A nossa força, a nossa determinação no combate ao desmatamento no bioma amazônico é a mesma para o Cerrado e demais biomas brasileiros. É por isso que em todos os biomas estamos registrando quedas no desmatamento”, ressaltou.
Ele destacou ainda a implementação do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real pelo Inpe, o Deter Cerrado, que servirá de instrumento de apoio aos órgãos de controle. O sistema passará a emitir alertas diários, proporcionando maior rapidez nas ações do Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e policiais estaduais, além da participação da sociedade.
“A redução contínua do desmatamento exige não só o empenho dos órgãos governamentais, mas, também, a participação dos diversos setores da sociedade, destacando, por outro lado, a extrema relevância dos acordos setoriais que estão sendo estimulados, em especial para as cadeias produtivas da soja e da carne, que já contam com boas perspectivas de avanço”, declarou o ministro.