Dia 31 de janeiro celebra o Engenheiro Ambiental: o Médico do meio ambiente

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Foto: Eng. Jonatan Prestes | Arquivo pessoal
Foto: Eng. Jonatan Prestes | Arquivo pessoal

Imagem: Divulgação | Engenheiro ambiental Jonatan Prestes em trabalho de campo. Este profissional multidisciplinar atua em diversas áreas – por Ângela Schreiber para o canal Ambiental Mercantil

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Janeiro de 2021 – No dia 31 de janeiro é celebrado o Dia Nacional do Engenheiro Ambiental. A data, que foi reconhecida no ano de 2007 através do Projeto de Lei n° 615/2007, marca a formatura da primeira turma de Engenheiros Ambientais do Brasil, ocorrida na Universidade Federal do Tocantins (UFT) em 1997.

Este ramo da engenharia atua em diversas áreas como o abastecimento e tratamento de água, gestão de resíduos, energia, avaliação e gestão ambiental. Para quem deseja trabalhar como engenheiro ambiental, o cenário é promissor. A afirmação é de especialistas do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade de Fortaleza (Unifor) e foi publicada no portal https://g1.globo.com/ce/ceara/ em novembro último.

De acordo com o engenheiro ambiental Jonatan Prestes, sócio-diretor da Correia e Prestes Tecnologia Ambiental, a redução nos preços dos serviços de consultoria não estão acontecendo só por causa da pandemia de coronavírus.

“O consultor ambiental hoje sofre com uma baixa remuneração. Isto vem acontecendo desde 2014, quando deu uma baixa na economia. Os preços da atualidade são os mesmos que eram praticados há mais de 10, 15 anos. Mas agora nos últimos meses houve uma aquecida no mercado. Hoje já se vê contratação de engenheiros ambientais que trabalham na área industrial, algo que há seis meses não ocorria. O engenheiro ambiental consegue uma penetração muito boa no mercado devido a uma pós-graduação de segurança. Tenho vários colegas que se formaram e hoje atuam na parte ambiental e de segurança dentro da indústria. O que está acontecendo na parte de consultoria, área em que eu trabalho, é esta diminuição de orçamento. A consultoria está cada vez mais barata”, afirma Jonatan.

Segundo o site www.sambiental.com.br, na segunda quinzena de abril do ano passado, vários dirigentes de empresas se reuniram em uma teleconferência para discutir os impactos da Covid-19 na área de consultoria e engenharia ambiental e nos principais setores empresariais atendidos. No encontro estavam representados mais de dois mil profissionais no Brasil e quase seis mil na América Latina.

De acordo com os participantes, aconteceram vários atrasos e adiamentos de contratos, mas nenhum cancelamento.

“O maior impacto foi o movimento de home office, mas sem grandes problemas”, disse o managing consultant para os negócios ambientais da Adivisan na América do Sul, João Marcellino.

Enfrentando algumas suspensões de contratos mas nenhum encerramento, ele destacou que a estratégia, o planejamento e a preparação seriam fundamentais. Ainda segundo Marcellino, havia menos informações de campo, o que gerou esta mudança de comportamento.

Perguntado se classifica a profissão de engenheiro ambiental como contemporânea, Jonatan contou que ouviu de uma amiga a melhor e mais bela definição.

“Médico do meio ambiente. O engenheiro ambiental tem um perfil de gestor, faz as inter-relações entre o homem e o meio ambiente. Quando um engenheiro ambiental se forma, nasce mais um gestor do que um engenheiro propriamente dito, pois ele está ali para resolver conflitos. O pessoal confunde muito o engenheiro ambiental com o ambientalista. Como minha amiga definiu, é um médico. Está ali para minimizar problemas, sejam ambientais ou sociais. Quando falamos em engenharia ambiental, movemos toda uma cadeia. É uma população de pessoas, fauna, flora, um ecossistema para ser equilibrado. A balança é o engenheiro ambiental, ele que está na frente do empreendedor e conversando com o órgão ambiental. O engenheiro ambiental é que dá o diagnóstico. Tudo isso que fazemos nomeamos de mecanismo de indução. Há várias ferramentas que se utiliza na engenharia ambiental para induzir”.

Como exemplo, Jonatan cita a introdução da produção mais limpa, nas atividades industriais e comerciais.

“É uma ferramenta que mostra que se você gerar resíduos, perde dinheiro. Então o engenheiro ambiental está nessa linha tênue entre o empresário e o meio ambiente. Mas ele não é um ambientalista, está ali para minimizar impacto social e ambiental. É um grande gestor e tem que entender do processo como um todo para identificar onde é que estão os possíveis pontos de melhora. Dentro da indústria, a engenharia ambiental envolve todos os profissionais: o geólogo, o engenheiro civil e mecânico, todas as engenharias, a biologia, tudo está concentrado dentro da área ambiental. O engenheiro ambiental faz a interlocução entre todas as atividades profissionais”.

Educação ambiental

Segundo o site www.infopedia.pt, ambientalista é a “pessoa que se dedica ao estudo das condições de existência dos seres vivos no seio da natureza e das relações entre eles e o ambiente em que vivem, lutando pela sua defesa e proteção, no sentido de se conservar e promover um perfeito equilíbrio biológico”.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE) define o Engenheiro Ambiental como “um profissional multidisciplinar que trabalha com aspectos ambientais, econômicos e sociais, tendo como objetivo promover o desenvolvimento sustentável, usando de princípios constitucionais, como a preservação dos recursos naturais e a precaução da saúde humana através do uso de tecnologias”.

Além de prestar serviços de gestão ambiental, a Correia e Prestes também fortalece o trabalho socioambiental, desenvolvendo cartilhas e livros para diferentes públicos e informando a população. Na opinião do sócio-diretor da empresa, o Brasil ainda está engatinhando na área de educação ambiental.

“O grande educador é a criança. Ela que educa o adulto. É uma educação que vem desde o berço, desde a escola também. Fico de certa forma chateado porque as pessoas veem o plástico como o grande bandido e vilão da história. Se for pensar, o plástico traz muitos benefícios à sociedade. O plástico não chega sozinho ao mar, tem uma mão humana que o leva até lá. Então culpar o plástico por todo o lixo que está no mar, é errôneo. É a mesma coisa querer culpar o carro pelos acidentes. Existe um condutor. Quem provoca o acidente é o ser humano. Pode ser um erro mecânico, mas a maioria dos acidentes são provocados por erros humanos. Se disser para uma criança que tem que separar o lixo em casa, ela vai separar. Ela vai entender na escola o que a professora passou. A educação ambiental está inserida em todas as matérias. A base de tudo é a criança. Fazer uma geração toda voltada para a educação é primordial”.

Em suas andanças pelo Brasil, Jonatan observa que muitas pessoas ainda descartam o lixo de forma inapropriada.

“Ainda existem muitos lixões. Acho que o desafio é muito grande nesta área de resíduos. É uma coisa que nos países de primeiro mundo já está tão difundido e aqui no Brasil, infelizmente, ainda está muito atrasado na área de educação”.

Uma matéria da BBC News publicada no portal https://epocanegocios.globo.com/ mostra a educação ambiental dentro e fora da sala de aula, em alguns países. Em Portugal, os bairros têm lixeiras específicas para compostar e reciclar.  

“A maioria dos meus vizinhos têm painéis solares ou bomba de água. Na minha casa, meus pais instalaram essa bomba que transforma água da chuva em água potável, que usamos para aguar as plantas, lavar roupas e dar água aos nossos animais de estimação. No colégio, tínhamos várias aulas de educação ambiental e frequentemente tínhamos aulas em um parque local para criar esse amor ao meio ambiente”, afirma a gerente de marca na agência britânica Forty8Creates, a portuguesa Mariana Magalhães.

Ainda segundo a matéria, a comunidade índigena Maasai, presente no sul do Quênia e no norte da Tanzânia, não separa o meio ambiente da família.

“Quando você ouve o povo Maasai se cumprimentar, há uma série de discussões. Primeiro, eles discutem o ambiente – chuva, saúde da grama, água. Então, discutem gado. E, por fim, perguntam sobre a família. Os mesmos princípios tradicionais são usados para gerenciar a vida – falta de saúde ambiental significa o fim das vacas, o que significa o fim das crianças, o que significa a perda de cultura ambiental e de um modo antigo de vida”, declara o queniano e ancião Maasai John Kamanga, diretor do Conservatório Soralo no Quênia.

Parcerias

O trabalho ambiental da Correia & Prestes conta ainda com a consultora ambiental e sócia-diretora Luciana Leite. A empresa também tem parcerias com profissionais para as áreas de monitoramento e telemetria de estações meteorológicas.

“Várias pessoas trabalham conosco também. Trabalhamos com projetos de estação de tratamento de esgoto, educação ambiental, eu trabalho com a parte de monitoramento. Na área ambiental, pelo menos aqui em Salvador (BA), onde atuamos, cada um tem a sua participação. Temos parceiros que trabalham na parte de emissão atmosférica, outros trabalham com projetos de estação de tratamento de esgoto, outros na parte de resíduos. Na consultoria ambiental, cada um trabalha na sua área e todos são parceiros. O que fazemos hoje na Correia & Prestes são parcerias. Temos vários amigos biólogos que trabalham na parte de monitoramento de fauna e flora. Quando uma empresa vai se instalar, por exemplo uma empresa grande de mineração, tem todo um processo de monitoramento antes, durante e depois do empreendimento. São vários consultores que hoje trabalham no mercado e que de certa forma caminham juntos”.

Imagem: Apresenta a concentração de contaminantes no solo.

Para quem deseja trabalhar como engenheiro ambiental, Jonatan diz que este profissional tem grande atuação no mercado atualmente.

“Isto se reflete até nos editais do governo e de concursos públicos. Hoje em dia, para qualquer obra que se faça, é preciso ter um engenheiro ambiental. Não vejo dificuldades de qualificação e penetração do engenheiro ambiental no mercado de trabalho atualmente. A maioria dos concursos públicos pede um engenheiro ambiental. O profissional também atua na área ambiental propriamente dita. Para quem gosta de trabalhar com o meio ambiente, é uma área apaixonante. É uma área de atuação muito grande, não é uma área do futuro, já é do presente. Não vou dizer que falta emprego ou que vai sobrar emprego, mas a pessoa sendo dedicada, se dá muito bem na área. É um desafio muito grande, com muitos conflitos”.

No site www.jornalcontabil.com.br foram publicadas cerca de 100 vagas para engenheiro ambiental. As oportunidades são para várias cidades do país.

Sobre o entrevistado

Jonatan Prestes é Técnico em Hidrologia (Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS). Formado em Engenharia Ambiental pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC Salvador), começou a atuar na área ambiental no ano 2000, mais especificamente na empresa CSD-Geoklock, onde gerenciava casos de remediação em toda região Centro-Oeste.

Sobre a Correia & Prestes

Fundada em 2016, a Correia & Prestes Tecnologia Ambiental tem em seu currículo serviços para grandes grupos como NEOENERGIA, ENEL GREEN POWER e IBERDROLA. Entre seus clientes estão a Agência Nacional de Águas (ANA), Papaiz, Furnas e Thyssenkrupp. Entre os serviços prestados está o monitoramento do Rio Capivara Pequeno em Camaçari (BA).

Informamos que os conteúdos publicados dos entrevistados são contribuições independentes e de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, a opinião do corpo editorial Ambiental Mercantil Notícias.

Por Ângela Schreiber, para o canal Ambiental Mercantil

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