Hidrogênio Verde e Mercado de Carbono #3: “O H2 Verde pode Transformar a realidade do Continente Africano”

Imagem: Divulgação | Por Frederico Freitas é Engenheiro Eletricista, atuando como Estrategista em Economia de Baixo Carbono e Análise de Mercado, focando em Hidrogênio Renovável e Bioenergia

• O Hidrogênio Verde pode transformar a realidade do continente Africano, aumentando a oferta global de energia renovável e promovendo o desenvolvimento social e econômico deste continente que ainda sofre com baixos índices desenvolvimento humano e desnutrição infantil.

Publicidade

Maio de 2023 – Transformar esta ideia em realidade demanda um grande Acordo de Cooperação Técnica entre governos locais, parceiros internacionais além de fontes de financiamentos públicos e privados.

Todo este potencial está mapeado em um relatório do The European Investment Bank, o estudo mostra que as fontes de energias renováveis fotovoltaica e eólica, são  economicamente viáveis no continente e permitem produzir Hidrogênio Verde com um custo de produção inferior a  € 2,0 / Kg.

Dados dão conta de que, somente no norte da África, existe potencial de produzir até 50 Milhões de Toneladas de Hidrogênio Verde já em 2035.

Além do custo altamente atrativo, o relatório identifica três eixos estratégicos para iniciar o desenvolvimento deste mercado no continente Africano:

• Investimentos do Setor Privado: Realização de Projetos Piloto objetivando comprovar a capacidade produtiva do continente africano para o Hidrogênio Verde;
• Marcos Regulatórios & Colaboração Internacional: Indispensáveis para levar tecnologia de ponta ao continente e garantir a segurança jurídica para realização dos investimentos;
• Financiamentos Públicos e Privados: Necessários para construção e operação de toda a infraestrutura de produção, armazenamento e distribuição da produção local;

Transformar o continente Africano, em um novo Epicentro do Hidrogênio Verde demandaria investimentos superiores a € 1,0 Trilhão.

Com uma grande escalada de projetos sustentáveis, esta ação tem o potencial de produzir 1/3 da atual demanda energética da África.

Os altíssimos volumes de capital, necessários para estes projetos na África, parecem não assustar os investidores internacionais. O Egito revelou, durante a COP27 ocorrida no final de 2022, um dos maiores projetos de Hidrogênio Verde do continente.

Localizado estrategicamente nas proximidades do Canal de Suez, será construída uma Planta de Fertilizantes Verdes. A Usina de Hidrogênio Verde, insumo necessário para produção de Amônia Verde, será alimentada por 260 MW (Megawatts) de energia renovável fornecida por um parque eólico e solar.

Quando estiver em funcionamento, esta planta terá capacidade de gerar 15 mil toneladas de Hidrogênio Verde que serão destinados à produção de até 90 mil toneladas de Amônia Verde.

Outro aspecto importante é que o extremo norte da África, geograficamente muito próximo da Península Ibérica, pode ter um grande diferencial logístico uma vez que transportar Hidrogênio Verde a curtas distâncias torna o custo final do produto mais competitivo.

Caberá à comunidade internacional apoiar os governos locais africanos criando condições favoráveis para atrair parceiros tecnológicos e fundos de investimentos internacionais. Tudo isto é fundamental para que estas grandes expectativas se transformem em realidade.

Sobre o Colunista

Frederico Freitas é Engenheiro Eletricista, Especialista em Gestão de Negócios, Credenciado PMP® pelo Project Management Institute PMI® (USA) e  PM4R® pelo BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Atua como Estrategista em Economia de Baixo Carbono e Análise de Mercado, focando em Hidrogênio Renovável e Bioenergia.

Co-Fundador da INFOREDES Green Technologies, uma empresa de base tecnológica e suporte consultivo a projetos de transição energética. Trabalha o desenvolvimento de plantas de produção de Hidrogênio Verde, em escala industrial, voltadas para descarbonização do setor industrial brasileiro.
LinkedIn | Instagram | INFOREDES

Todas as publicações de Frederico Freitas podem ser acessadas neste link exclusivo:

Os colunistas são responsáveis por suas opiniões, que não refletem necessariamente a posição da Ambiental Mercantil. A plataforma promove a liberdade de expressão e discussões construtivas.