Reciclagem por quem faz #7 – A Sustentabilidade na Indústria de Óleo e Gás: a reciclagem de dutos

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Luciana Figueras é Advogada, Cientista Política e Colunista do editorial AMBIENTAL MERCANTIL RESÍDUOS E RECICLAGEM
Luciana Figueras é Advogada, Cientista Política e Colunista do editorial AMBIENTAL MERCANTIL RESÍDUOS E RECICLAGEM

Imagem: Divulgação | Este artigo foi elaborado pela colunista Luciana Figueras, Advogada e Cientista Política, e os membros Grupo de Pesquisa DESCOM.SUB.; Marcelo Igor, Laurelena Palhano, Luciana Figueras, Julia Fernandes, Elisa Nardin e Laís Bubach

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Março de 2024 – O descomissionamento de instalações de produção offshore de óleo e gás (O&G) é a última etapa do ciclo de vida produtivo de um campo. Com o aumento das preocupações ambientais e a busca por práticas sustentáveis, apresenta-se a necessidade de desenvolver abordagens para a execução das operações desta fase final do empreendimento que estejam adequadas a estes parâmetros.

No Brasil a demanda por projetos de descomissionamento offshore no setor de óleo e gás (O&G) é recente e vem crescendo aceleradamente.

De acordo com a Painel Dinâmico de Descomissionamento de Instalações de Exploração e Produção da a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP) são esperados mais de R$ 51 bilhões em projetos de descomissionamento entre 2024 e 2027. Nesse valor estão inclusas atividades que vão do abandono e arrasamento de poço,  remoção das estruturas e equipamentos submarinos e desmantelamento de plataformas.

Diante dos diversos desafios que esses projetos de descomissionamento e desmantelamento do setor de O&G traz, está o gerenciamento onshore das instalações descomissionadas. Na iniciativa de superar essa questão, a Petrobras adotou para as plataformas P-32 e P -33 um modelo de gestão verde para assegurar, dentre outras questões, o desmantelamento sustentável e a a destinação adequada dos materiais associados a estas unidades. Além disso está em curso a execução do contrato, na modalidade EPRD (serviço de engenharia, preparação, remoção e destinação final e alienação), para o recolhimento e destinação sustentável das linhas flexíveis do almoxarifado submarino (ALSUB).

No entanto, essa disposição para alcançar uma gestão sustentável necessita de contribuições de outros stakeholders.

Para isso, pesquisadores da COPPE/UFRJ, que fazem parte do Grupo de Pesquisa DESCOM.SUB coordenado pelo professor Marcelo Igor (LTS – COPPE/UFRJ), têm se dedicado ao estudo da cadeia de reciclagem dos dutos do descomissionamento offshore de óleo e gás, com o objetivo de subsidiar esse segmento da indústria com informações estratégicas para a formação do mercado de descomissionamento sustentável, dentre outras frentes dos inúmeros desafios que estas operações ainda representam. .

O Grupo de Pesquisa DESCOM.SUB (52 pesquisadores de mais de 12 áreas de conhecimento distintas) é formado por uma composição de equipes dos Laboratórios LTS (Laboratório de Tecnologia Submarina) e SAGE (Sistemas Avançados de Gestão da Produção) que vêm atuando de forma interdisciplinar, nos últimos sete anos em projetos de P&DI no tema de Descomissionamento de Instalações de Produção Offshore de O&G.

Dentre as produções deste Grupo está um método para apoio à tomada de decisão, com base em multicritérios, para auxilio na definição de alternativas de descomissionamento de sistemas submarinos de produção de óleo e gás, que contou desde 2018, sob a coordenação de Laurelena Palhano (Pesquisadora Doutora em Engajamento de Stakeholders), com a colaboração de empresas (mais de 120 empresas envolvidas), universidades (UFRJ, UFF, UFES, etc.), poder público (ANP, TCU, IBAMA, CNEN, MPT, etc), representantes de classes de trabalhadores (CUT, FUP, representante de pescadores, etc) e organizações atuantes nas áreas social e ambiental.

Também dentre os trabalhos do Grupo de Pesquisa DESCOM.SUB, está o estudo sobre a cadeia de reciclagem dos dutos flexíveis, coordenado por Luciana Figueras e executado  com o apoio dos demais  pesquisadores da equipe , tem como propósito  estabelecer um diagnóstico do estado da arte da reciclabilidade de dutos flexíveis e umbilicais utilizados na indústria de O&G offshore, seguindo o racional da economia circular, ou seja, a reinserção deste materiais como matéria prima em novos processos produtivos.

Dessa forma, o grupo almeja colaborar com os órgãos competentes na produção de informações sobre o status do mercado de reciclagem para absorver os dutos descomissionados, bem como subsidiar, com critérios científicos, o debate setorial com vistas a regulamentação da logística reversa destes materiais.

Colaboradores do artigo
Membros do Grupo de Pesquisa DESCOM.SUB

Marcelo Igor Souza 

Marcelo Igor Souza é graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001 – mérito CUM LAUDE), com mestrado em Tecnologia Submarina – UFRJ / COPPE – Programa de Engenharia Naval e Oceânica (2004) e doutorado no mesmo programa (2012). Desde 2004 vem participando de projetos em parceria com operadoras de O&G relacionados à análises teóricas, numéricas e experimentais de estruturas offshore e integridade estrutural de equipamentos submarinos.
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Laurelena Palhano

Laurelena Palhano é Pós-doutoranda, Doutora e Mestre pela COPPE/UFRJ em Engenharia de Produção com foco de pesquisa em Engajamento de Stakeholders e Sustentabilidade Organizacional. Pós-graduada em Responsabilidade Social e Terceiro Setor pelo Instituto de Economia/UFRJ. Graduada em Administração. Participou de atividades de aperfeiçoamento em gestão estratégica sustentável no Brasil e no exterior.
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Júlia Fernandes Sant’ Ana

Júlia Fernandes Sant’ Ana é Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção pela UFRJ. Mestra em Engenharia e Desenvolvimento Sustentável e graduada em Engenharia de Produção. Trabalha junto com a equipe de stakeholders, tendo o descomissionamento sustentável como seu principal ponto de interesse.
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Elisa Crispun Nardin

Elisa Crispun Nardin possui graduação em Administração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2018-2023), obtendo o grau de bacharel com a monografia de título “Mulheres e Meio Ambiente: Avaliação da Participação Feminina nas Iniciativas Ambientais”. Foi assistente de sustentabilidade na marca Juntos da Approach Comunicação, atuando como consultora júnior com ênfase em indicadores, sustentabilidade e gestão de stakeholders.
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Laís Bubach

Laís Bubach é Arquiteta Urbanista, Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, Mestre em Engenharia de Produção, atualmente é pesquisadora do Laboratório de Ergonomia e Projetos do PEP/COPPE/UFRJ, na área de Gestão e Inovação. Possui experiência e atua em projetos ligados à Ergonomia no setor de Óleo e Gás
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Sobre a colunista

Luciana Figueras é Advogada e Cientista Política. Especialista em Gestão Executiva em Meio Ambiente pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Mestranda em Desenvolvimento e Planejamento Territorial pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Presidente do Instituto Agenda Urbana Brasil e Técnica Nível Superior na Fundação COPPETEC para o Desenvolvimento de Soluções Sustentáveis para o Setor de Óleo e Gás.
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Site oficial: https://www.iaub.org

Luciana Figueras é colunista e colaboradora do editorial AMBIENTAL MERCANTIL RESÍDUOS E RECICLAGEM. Todas as publicações futuras de Luciana Figueras podem ser acessadas neste link exclusivo:

Referências deste artigo:

Informamos que os conteúdos publicados pelos nossos colunistas são observações e reflexões pessoais e independentes, através das suas opiniões e experiências, e por isso, são de responsabilidade dos mesmos; não refletindo, necessariamente, a opinião da redação da Ambiental Mercantil.

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