Rede para Restauração é criada na Caatinga: a meta é recuperar 250 mil hectares e gerar 100 mil empregos

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Rede para a Restauração da Caatinga (Recaa)
Rede para a Restauração da Caatinga (Recaa)

Imagem: Divulgação

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Março de 2024 – Aconteceu no dia 25 de março o lançamento da Rede para a Restauração da Caatinga (Recaa). O coletivo, que reúne pessoas, organizações e instituições que já trabalham pela conservação e restauração de paisagens e vegetação nativa do bioma Caatinga, decidiu unir esforços coletivos, recursos e apoiar políticas públicas que protejam e restaurem o bioma.

A Recaa nasce com metas ousadas: uma delas é promover, incentivar e apoiar a restauração de 250 mil hectares de áreas degradadas na Caatinga – o equivalente a metade do passivo ambiental do Código Florestal na Caatinga. A Recaa também quer melhorar a gestão do uso da terra em 1,4 milhão de hectares por meio da articulação com governos, construção e apoio a políticas públicas, criação de instrumentos e ações estruturantes e apoio aos povos da Caatinga. Com isso, ela espera favorecer a criação de 105 mil empregos diretos e indiretos a partir da restauração.

A rede convida os atores sociais interessados para que se inscrevam: basta acessar o site e preencher um formulário de adesão.

A Caatinga é o único bioma localizado 100% em território brasileiro. Apesar de sua biodiversidade única e riqueza cultural, a região está pouco presente nas discussões da opinião pública.

“A Caatinga corre sério risco de desertificação mesmo sendo lar de 32 milhões de brasileiros, que têm direitos a um ambiente saudável com segurança alimentar e hídrica. Por isso a restauração da vegetação nativa e paisagens é tão importante no bioma”, diz Ana Claudia Costa Destefani, secretária-executiva da Recaa.

O bioma enfrenta atualmente sérios desafios por conta da degradação, impacto das mudanças climáticas e risco de desertificação, de semiárido para árido.

Um estudo da Nature comprovou: “É a vegetação nativa que promove a tríade das seguranças hídrica, energética e alimentar de uma região, são nossos grandes termostatos e defensores contra os processos de desertificação”, destaca Pedro Sena, coordenador técnico do Cepan, uma das organizações que fazem parte do conselho da Recaa.

Ao mesmo tempo, a restauração é um elemento importante para a agricultura familiar na Caatinga – como forma de proteger o bioma e também de gerar emprego, renda e segurança alimentar para a população, além de valorizar os modos de vida culturais das comunidades da Caatinga.

“Nosso trabalho de conservação e restauração deverá garantir que essas atividades sejam ecológica, política e socialmente justas e inteligentes, vinculadas culturalmente com os povos da Caatinga e respeitando as características do bioma”, explica Geysa Vilela, analista territorial da Caatinga do WRI Brasil, uma das organizações que fazem parte do conselho Recaa.

Para conseguir o objetivo de conservar e restaurar a vegetação da Caatinga, garantindo segurança alimentar para a população e adaptação ao clima extremo do semiárido e ao risco de desertificação, será necessário incluir todos os atores presentes no bioma – desde governos federal, estaduais e municipais, passando por empresas, ONGs, até os produtores rurais e comunidades tradicionais.

“Restauração é feita de gente, e é crucial que as pessoas façam parte dos processos e tomadas de decisão na paisagem”, sintetiza a secretária-executiva da Recaa Ana Cláudia Destefani.

Site oficial: https://recaa.org

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