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Imagem: Divulgação
Agosto de 2025 – Bogotá recebe nesta semana o mais importante encontro da Amazônia, a V Cúpula de Presidentes dos países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). No centro das expectativas está a apresentação de um mecanismo inédito para garantir a participação direta dos povos indígenas nas decisões. Além disso, os países amazônicos devem assumir compromissos para frear o risco de colapso do bioma. Na agenda, temas decisivos: proteção indígena, mudanças climáticas, cooperação em ciência e tecnologia, segurança pública, combate a ilícitos transnacionais, mecanismos financeiros e, sobretudo, estratégias para evitar o ‘ponto de não retorno’ da floresta.
O encontro reunirá presidentes, vice-presidentes, ministros, chanceleres e representantes dos governos da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além de líderes indígenas, comunidades locais e afrodescendentes, defensores ambientais e acadêmicos. O ponto alto será no dia 22, com a presença dos presidentes Gustavo Petro e Luís Inacio Lula da Silva, que se reunirão com as autoridades indígenas e a sociedade civil, na Praça de Armas do Palácio de Nariño, para ouvir suas preocupações e reivindicações. Em seguida, será realizada a V Reunião de Presidentes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), onde se espera que os presidentes adotem a Declaração de Bogotá.
A reunião marca o maior evento amazônico antes da COP 30, que acontecerá em novembro, em Belém. Os oito países devem reafirmar o compromisso com a conservação da biodiversidade, o enfrentamento das mudanças climáticas e a promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável para a região.
Um dos pontos centrais das discussões é o alerta lançado por cientistas sobre o chamado ‘ponto de não retorno’, quando a floresta amazônica deixaria de funcionar como floresta tropical, entrando em processo irreversível de degradação, um alerta urgente, mas reversível, para um bioma vital na conversação ambiental do planeta, reversão dos danos climáticos, segurança alimentar mundial e absolvição de carbono.
Até o dia 22, países amazônicos devem consolidar uma posição conjunta que fortaleça a cooperação regional, impulsionando a implementação dos compromissos assumidos, mirando em acordos que permitam enfrentar a crise climática e promover o desenvolvimento sustentável da região.
“A Amazônia enfrenta pressões crescentes decorrentes das mudanças climáticas, e sua preservação é essencial para a estabilidade ambiental da América do Sul e do planeta. Esta Cúpula nos oferece a oportunidade de dar continuidade aos compromissos assumidos e avançar em acordos concretos que reforcem a ação conjunta diante desse desafio global”, afirmou o Secretário-Geral da OTCA, Martin Von Hildebrand.
Povos originários: pilares da conservação da Amazônia
A diretora administrativa da OTCA, Edith Paredes, reforça que a preservação da floresta passa pela valorização dos povos originários e tradicionais. “São eles os verdadeiros guardiões da Amazônia. Manter a floresta em pé é uma decisão coletiva que exige participação ativa desses povos, fortalecimento das instituições, uso sustentável dos recursos naturais e um modelo de desenvolvimento que promova inclusão, equidade e justiça climática”, explica.
A diretora executiva da OTCA, Vanessa Grazziotin, ressalta o papel estratégico do bioma: “A Amazônia é um ecossistema estratégico para o planeta, indispensável à estabilidade climática global, ao regime de chuvas que sustenta a produção de alimentos e energia na América do Sul e à preservação de um patrimônio biológico único. Sua vasta floresta e seus rios voadores mantêm a vida, alimentam economias e resguardam culturas, desempenhando um papel insubstituível para o futuro comum da humanidade.”
De Belém a Bogotá
O encontro também pretende reforçar os compromissos da Declaração de Belém, assinada em 2023, e construir um consenso político e técnico a ser levado à COP 30. A expectativa é que a Declaração de Bogotá estabeleça novas metas e ações para proteger o bioma, mitigar os efeitos do clima e garantir a cooperação entre os países amazônicos.
“A Declaração de Bogotá deve estreitar os laços firmados em Belém, em 2023, com diretrizes para a cooperação na região e com metas e ações previstas para os próximos anos para mitigar os efeitos do clima, evitar o ponto de não retorno e com possíveis impactos positivos para todo o planeta.”, afirma o secretário-geral da OTCA, Martin von Hildebrand.
Nos dias que antecedem o encontro presidencial, a agenda será marcada por dois eventos cruciais para a construção de consensos: a Reunião do Conselho de Cooperação Amazônica (CCA) e a Reunião de Ministros das Relações Exteriores. É nelas que serão alinhadas as resoluções e as bases da futura da Declaração de Bogotá.
Um bioma essencial
A Amazônia ocupa cerca de 40% do território da América do Sul e abriga cerca de 50 milhões de pessoas, incluindo aproximadamente 400 povos indígenas. Com uma biodiversidade única, é fundamental para a regulação do ciclo hidrológico, a manutenção da qualidade do ar e a estabilidade climática global. A floresta retém cerca de 100 bilhões de toneladas de carbono e influencia padrões de chuva que afetam diretamente a agricultura e os ecossistemas de toda a América do Sul, exercendo um papel vital na mitigação das mudanças climáticas e na conservação ambiental global.
Programação
18 a 21 de agosto: Encontro da sociedade civil e comunidades amazônicas
20 de agosto: Reunião do Conselho de Cooperação Amazônica (CCA)
21 de agosto (manhã): Reunião de Ministros das Relações Exteriores
22 de agosto (manhã): Encontro de presidentes com a sociedade civil e povos indígenas
22 de agosto (manhã): V Cúpula de Presidentes da OTCA.
Site Oficial: https://otca.org/pt
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