Proteção ao Cerrado é fundamental para garantir água, energia e alimentos ao Brasil

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Imagem: Divulgação

  • Especialistas alertam que a degradação do Cerrado pode colocar em risco o abastecimento de água, a geração de energia e a produção de alimentos do Brasil, com grandes impactos socioeconômicos negativos;
  • Oito das 12 principais bacias hidrográficas do Brasil estão localizadas no Cerrado, como as nascentes dos rios São Francisco e Paraná;
  • Os rios do Cerrado já perderam 15,4% de sua vazão de água por causa do desmatamento e das mudanças climáticas entre 1985 e 2022;
  • Reserva Natural Serra do Tombador, em Cavalcante (GO), no coração do Cerrado, criada e mantida pela Fundação Grupo Boticário desde 2007, contribui para a conservação da fauna e da flora, previne e mitiga os impactos dos incêndios na região, além de proteger nascentes.
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Setembro de 2023 – Savana com a maior biodiversidade do planeta, considerado berço das águas do país, o Cerrado é também um dos mais ameaçados. Oito das 12 principais bacias hidrográficas do Brasil nascem no bioma, como as nascentes dos rios São Francisco e Paraná. Pressionado pelo desmatamento crescente e uso excessivo da água, especialmente pela agricultura intensiva, o bioma possui cerca de 12 mil espécies de plantas e mais de 2,5 espécies de animais catalogados, entre aves, mamíferos, peixes, répteis, anfíbios e invertebrados.

Especialistas alertam que a degradação do Cerrado pode colocar em risco o abastecimento de água, a geração de energia e a produção de alimentos do Brasil, com grandes impactos socioeconômicos. De acordo com estudo realizado pelo geógrafo Yuri Salmona, da Universidade de Brasília (UnB), os rios do Cerrado já perderam 15,4% de sua vazão de água por causa do desmatamento e das mudanças climáticas entre 1985 e 2022.

Entre agosto de 2022 e julho deste ano, a área de vegetação perdida no Cerrado atingiu 6.359 quilômetros quadrados, o pior índice da série histórica iniciada entre 2017 e 2018, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A maior parte do desmatamento está concentrada na região conhecida como Matopiba, formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, estados com forte expansão do agronegócio.

“A perda da vegetação já interfere – e muito – na disponibilidade hídrica em todo o território. Isso deve causar problemas de abastecimento de água para as cidades, para a geração de energia elétrica e, também, para a produção agrícola. Portanto, os próprios produtores rurais devem ser os maiores interessados na conservação”, alerta Reuber Brandão, membro da RECN – Rede de Especialistas em Conservação da Natureza e professor de manejo de fauna e de áreas silvestres da Universidade de Brasília.

O Cerrado originalmente estava presente nas áreas do Distrito Federal e nos Estados de Goiás, Tocantins, além da Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rondônia, São Paulo, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Paraná.

Importância das Unidades de Conservação

Ciente da importância de manter áreas naturais e suas espécies em equilíbrio como meio mais efetivo para conservar a biodiversidade, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza empreende esforços para a conservação do Cerrado. Atualmente, a instituição mantém a Reserva Natural Serra do Tombador, em Cavalcante (GO), no coração do Cerrado, uma área com 8.730 hectares, equivalente a quase 9 mil campos de futebol. A reserva está localizada em uma região de prioridade extremamente alta para a conservação da biodiversidade, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.

Criada e mantida pela Fundação Grupo Boticário desde 2007, a reserva fica em uma das áreas mais conservadas do Cerrado brasileiro, com objetivo de promover a conservação da biodiversidade e pesquisas científicas. Além disso, a RPPN protege nascentes e fluxos d’água que formam o Rio São Felix, importante afluente do Rio Tocantins.

A Reserva possui 437 espécies de plantas e 531 espécies de animais (49 mamíferos, 357 aves, 49 anfíbios e 76 répteis), sendo várias consideradas espécies emblemáticas do Cerrado que estão ameaçadas de extinção, como a onça pintada, o tatu-canastra, o lobo-guará e o pato-mergulhão.

Além disso, a área contribui para a mitigação das mudanças climáticas, já que a vegetação auxilia na remoção de carbono da atmosfera. Estimativas indicam que a reserva tem capacidade de estocar aproximadamente 212 mil toneladas de carbono.

De acordo com estudo de valoração publicado em 2015, considerando a capacidade produtiva da propriedade, o uso agropecuário geraria receitas estimadas em R$ 510 mil/ano em valores da época, montante significativamente menor do que os valores alcançados pelos benefícios gerados por meio da conservação da área, de aproximadamente R$ 1,3 milhão por ano. Os benefícios consideram principalmente a erosão evitada do solo, além da redução de emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD), e o impacto das contratações e aquisições locais.

Atualmente, os temas prioritários de pesquisa científica na reserva são: ecologia e manejo do fogo (natural e de origem humana); controle e erradicação de espécies invasoras; estabilidade dos solos e combate a processos erosivos.

Entrevistas e temas que podem ser abordados em entrevistas

A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza colocam seus porta-vozes à disposição para entrevistas, lives e debates, possibilitando a abordagem de diversos temas associados ao Dia Nacional do Cerrado, com diversas abordagens possíveis:

  * Análise do Cerrado como um dos biomas mais ameaçados do país
  * Biodiversidade do Cerrado e os desafios da conservação de áreas naturais
  * Importância das Unidades de Conservação no Cerrado
  * Impacto dos processos de queimada no Cerrado
  * Manejo Integrado do Fogo (MIF) como estratégia para a conservação de áreas naturais e mitigação dos impactos dos incêndios

* Turismo Sustentável no Cerrado
  * Negócios de impacto socioambiental positivo e produtos da sociobiodiversidade no Cerrado
  * Importância das RPPNs para o Sistema Nacional das Unidades de Conservação

Especialistas disponíveis para entrevistas:

  * REUBER BRANDÃO – Membro da RECN e professor de manejo da fauna e áreas silvestres da Universidade de Brasília (UnB);
  * RAFAEL LOYOLA– Membro da RECN, diretor executivo do Instituto Internacional para a Sustentabilidade (IIS) e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG).
  * LEIDE TAKAHASHI – Membro da RECN, gerente sênior de Conservação da Natureza da Fundação Grupo Boticário.
  * ANDRÉ ZECCHIN – Biólogo e gerente da Reserva Natural Serra do Tombador, mantida pela Fundação Grupo Boticário em Cavalcante (GO).

Sobre a Fundação Grupo Boticário

Com 33 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país.

Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera.

Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.

Sobre a Rede de Especialistas

A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias.

Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores.

Site oficial: Fundação Grupo Boticário (fundacaogrupoboticario.org.br)

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