Sol, Energias e Mudanças do Clima #12: Já ultrapassamos todos os limites e não podemos descartar bilhões de pessoas

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Daniel Lima é colunista colaborador do editorial AMBIENTAL MERCANTIL ENERGIAS
Daniel Lima é colunista colaborador do editorial AMBIENTAL MERCANTIL ENERGIAS

Imagem: Divulgação #12 Daniel Lima é ECOnomista pela UFAL, Presidente da ANESOLAR – Associação Nordestina de Energia Solar, Coordenador da startup Projeto Nidus e Diretor da RDSOL Rede de Negócios em Energia Solar

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Fevereiro de 2024 – Em 2023, o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicou que a temperatura na superfície da Terra atingiu um valor 1,1º C mais alto. No entanto, no Brasil, esse aumento foi mais intenso. Um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostrou que a alta nas temperaturas no país nesse período foi de, em média, 1,5ºC, e em algumas regiões chegou a 3ºC.

Segundo alguns cientistas, é muito possível que já vivamos num clima que nenhum ser humano tenha vivido antes.

Estamos elevando as temperaturas aos níveis do Plioceno, o que está fora do domínio da experiência humana. É uma mudança tão grande que a maioria das coisas na Terra não teve que lidar com ela. É basicamente um experimento com humanos e ecossistemas para ver como eles respondem. Nada está adaptado a isso.

“Não é apenas a magnitude da mudança climática, é a intensidade da mudança que é um problema”, disse Ellen Thomas, cientista da Universidade de Yale. “Quase todos os meus colegas disseram que subestimamos as consequências. As coisas estão acontecendo mais rápido do que pensávamos, o que não é bom.”

Mudanças anteriores no clima, estimuladas por gases de efeito estufa ou mudanças na órbita da Terra, provocaram mudanças do clima ao longo de milhares de anos. Mas o atual aumento ascendente ocorre a um ritmo nunca visto desde a extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos.

A humanidade está em uma trajetória para vivenciar o fevereiro mais quente já registrado na história, depois de 9 meses de recordes consecutivos de calor. A primeira quinzena de fevereiro de 2024 chocou os observadores do tempo. Ocorreu um aumento nunca visto em milhares de registros de calor em estações meteorológicas em todo o mundo, superando tudo o que existia antes. Na primeira metade de fevereiro de 2024, 140 países quebraram recordes mensais de calor, o que foi semelhante aos números finais dos últimos seis meses mais quentes de 2023 e mais de três vezes em qualquer mês antes de 2023.

Diante desse quadro, onde a população mundial sente na pele os efeitos extremos do clima, as sondagens de opinião sugerem que o público está à frente dos políticos sobre a necessidade de se conter rapidamente as causas das mudanças climáticas. Apesar das opiniões do público, grande parte do debate político e midiático continua a enquadrar a crise climática como um espetáculo secundário onde permanece uma mensagem implícita de que ainda não precisamos mudar.

As mudanças climáticas atuais tem características profundamente coloniais, foram causadas em grande parte pelas zonas temperadas do hemisfério norte e são mais profundamente sentidas nos trópicos e no Ártico.

Em virtude disso, as antigas potências coloniais devem contribuir conjuntamente para fundos destinados a combater o impacto da crise climática no sul global, em vez de apenas se envolverem em negociações entre estados sobre reparações.

O texto da Cúpula de Dubai afirma que a transição energética deve acontecer em linha com o que os cientistas consideram necessário, incluindo a aceleração da ação “nesta década crítica”. O acordo envia outra mensagem importante aos grandes investidores institucionais que gerem bilhões de dólares em ativos para onde devem dirigir o seu dinheiro se quiserem continuar a ser rentáveis nas próximas décadas.

Segundo a ONU, uma transição justa exige uma transformação do nosso sistema econômico, garantindo justiça e inclusão para todos os envolvidos. Reconhece o impacto substancial que a mudança para uma economia sustentável pode ter na vida da população mais vulnerável.

Em alguns países, como no Reino Unido, os tribunais estão sendo acionados por causa dos planos para cumprir metas climáticas, depois de grupos ambientalistas terem classificado as medidas previstas como “uma completa quimera”.

Mas, nem tudo é espinho, também há flores. Segundo um estudo da Universidade de Indiana, realizado no Sudeste dos EUA, a recuperação das florestas atenuou o aquecimento global, onde as temperaturas têm diminuído apesar da inconfundível tendência de aquecimento mais ampla.

Quem sabe esse também não é um caminho a ser seguido. Nem tudo está perdido, ainda há tempo de investir, fazer mudanças e inovar. O que não pode é ser descartado simplesmente bilhões de pessoas.

Sobre o colunista

Daniel Lima, Presidente da ANERSOLAR – Associação Nordestina de Energia Solar
Daniel Lima, Presidente da ANERSOLAR – Associação Nordestina de Energia Solar

Daniel Lima é ECOnomista pela Universidade Federal de Alagoas, Presidente da ANERSOLAR – Associação Nordestina de Energia Solar, Coordenador da startup Projeto Nidus, Diretor Comercial da RDSOL Rede de Negócios em Energia Solar, empresa de fomento e investimento em ativos de energia limpa, criando negócios atrativos e sustentáveis, estabelecendo conexão com diversos atores, para por em prática as soluções mais inteligentes e eficientes em geração de energia. Perfil no Linkedin 
Site oficial: https://rdsol.pro.br

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Crédito:
AMBIENTAL MERCANTIL ENERGIAS | Por Daniel Lima, colunista e colaborador

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