Em 10 anos, 60% das cidades brasileiras pioraram ou ficaram estagnadas em índice que avalia o desenvolvimento sustentável municipal

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Imagem: Divulgação | Nova edição do IDSC-BR reúne 100 indicadores de todos os municípios do país em áreas como educação, saúde, moradia, renda, saneamento, segurança, mudanças climáticas e infraestrutura urbana; lançamento será no dia 8 de agosto, no Sesc Pinheiros (SP).

Agosto de 2025 – O Instituto Cidades Sustentáveis lança no próximo dia 8/8, às 14h, o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades 2025 (IDSC-BR), ferramenta que permite avaliar os 5.570 municípios brasileiros por meio de 100 indicadores socioeconômicos e ambientais. O lançamento ocorrerá no Sesc Pinheiros, em São Paulo, em evento presencial que integra a programação do Fórum Movimentos pela Regeneração – Em direção à COP30.

O índice apresenta uma visão abrangente e integrada de todos os municípios brasileiros em áreas como saúde, educação, renda, moradia, saneamento, segurança e mudanças climáticas, entre outras. É possível verificar o desempenho das cidades de forma geral ou em recortes específicos (regionais e temáticos, por exemplo), assim como observar a enorme desigualdade que separa as diferentes cidades e regiões do país. Os dados foram coletados em bases públicas e oficiais, como o IBGE, DataSUS e Inep.

Resultados

De modo geral, o índice mostra que todos os municípios brasileiros ainda estão distantes de alcançar um nível muito alto de desenvolvimento sustentável. Numa escala de 0 a 100 pontos, nenhuma cidade atingiu pontuação acima de 80; apenas 168 (3% dos municípios brasileiros) ficaram acima de 60 pontos e a maior parte (2.643 municípios, ou 47,5% do total) encontra-se na faixa entre 50 e 59 pontos, como ilustra o mapa abaixo.

As 10 cidades com as melhores pontuações em 2025 (9 estão no estado de SP)

As 10 cidades com as piores pontuações em 2025 (todas estão no bioma Amazônia)

Das 100 cidades com a maior pontuação, 75 estão localizadas no estado de São Paulo e 15, em Minas Gerais. Outras quatro estão no Rio Grande do Sul, três em Santa Catarina, duas no Paraná e uma em Pernambuco. Das 100 cidades com a menor pontuação, 75 estão no bioma Amazônia e 19, no Cerrado. Outras quatro estão na Mata Atlântica e duas, na Caatinga. O estado que concentra o maior número de cidades dentre as 100 menores pontuações é o Maranhão (39 municípios), seguido por Pará (33), Amazonas (17), Bahia (3), Acre e Piauí (2). Paraíba, Pernambuco, Roraima e Tocantins têm uma cidade cada entre as 100 piores pontuações.

Evolução de 2015 a 2025

A comparação entre os dados de 2015 e 2025 mostra ainda que, em dez anos, a pontuação de 60% das cidades brasileiras (3.328 municípios) no IDSC-BR piorou ou ficou estagnada (abaixo).

Capitais

Das 27 capitais brasileiras, 12 apresentam nível médio de desenvolvimeto sustentável (entre 50 e 59,99 pontos), 11 registraram nível baixo de desenvolvimento sustentável (40 a 49,99 pontos) e duas, nível muito baixo (0 a 39,99 pontos).

São Paulo é a capital que apresentou o melhor desempenho, com 57,9 pontos – é a 414ª cidade na classificação geral. Brasília aparece na segunda posição entre as capitais (57,6 pontos e 459ª posição na classificação geral), seguida por Curitiba (57,7 pontos e 475ª na classificaçao geral). Porto Velho é a capital com a pior pontuação geral (38,9 pontos e 5428ª posição na classificação geral), seguida por Macapá (39,7 pontos e 5382ª na classificação geral).

A tabela abaixo mostra a pontuação e a classificação de todas as capitais brasileiras:

Cidades amazônicas

Outros destaques do IDSC-BR mostram que os desafios são ainda maiores para as cidades amazônicas. Dentre os 100 municípios com a menor pontuação, 75 estão na Amazônia Legal. A região é formada por 772 cidades de nove estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Desse total, 677 municípios (87% do total da região) têm nível baixo ou muito baixo de desenvolvimento. Apenas 95 cidades da Amazônia Legal alcançaram 50 pontos ou mais. Nenhuma ficou acima de 60 pontos (ou seja, nível alto de desenvolvimento sustentável).

Agenda 2030

O IDSC permite também uma avaliação dos progressos, avanços e desafios das cidades brasileiras nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU em 2015, com metas para os países cumprirem até 2030.

Os 100 indicadores do índice foram associados e agrupados por ODS, de modo que seja possível verificar a evolução e as fragilidades de cada cidade no cumprimento da Agenda 2030, da qual o Brasil e outros 192 países são signatários. Há uma pontuação geral para o conjunto dos 17 ODS e outra específica, para cada objetivo. Com o índice, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a monitorar e avaliar todas as suas cidades segundo as metas da ONU.

Sobre o Fórum Movimentos pela Regeneração – Em direção à COP30

As atividades do Fórum Movimentos pela Regeneração – em direção à COP30 articulam ações educativas, artísticas e culturais voltadas à sensibilização e mobilização da sociedade civil frente aos desafios socioambientais contemporâneos. Com atividades destinadas a diferentes faixas etárias, o Fórum propõe uma abordagem multidisciplinar que combina reflexão crítica e experiências sensoriais.

A programação inclui debates com especialistas, oficinas formativas, vivências, jogos colaborativos, intervenções performáticas, exibição de boas práticas e apresentações artísticas que exploram, de forma poética e engajada, questões ligadas à crise climática, à justiça ambiental e aos processos regenerativos.

O Fórum acontece de 7 a 10 de agosto, no Sesc Pinheiros, e a programação pode ser conferida neste site. As atividades têm retirada de ingressos pelo aplicativo Credencial Sesc SP a partir das 12h do dia 5/8, e presencialmente no Sesc Pinheiros, a partir das 12h do dia 6/8.

Mais sobre o IDSC-BR

A metodologia do índice foi desenvolvida pela Sustainable Development Solutions Network (SDSN), uma iniciativa da ONU para mobilizar conhecimentos técnicos e científicos da academia, da sociedade civil e do setor privado no apoio de soluções em escalas locais, nacionais e globais. Aplicada em diversos países, foi adaptada para as cidades brasileiras pelo Instituto Cidades Sustentáveis em 2021, quando foi lançado o primeiro piloto do IDSC-BR. Desde então, os dados são atualizados e divulgados anualmente.

O índice apresenta uma avaliação abrangente da distância para se atingir as metas e objetivos da Agenda 2030 nos 5.570 municípios brasileiros, com base nos dados mais atualizados disponíveis nas fontes nacionais e oficiais. A intenção é orientar a ação política de prefeitos e prefeitas, definir referências e metas com base em indicadores e facilitar o monitoramento dos ODS em nível local.
 

Realizado no âmbito do Programa Cidades Sustentáveis, o IDSC-BR conta com o apoio da Caixa e o cofinanciamento da União Europeia, como parte do “Programa de fortalecimento da sociedade civil e dos governos locais para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)“. O projeto tem como parceiros institucionais a Frente Nacional dos Prefeitos e Prefeitas (FNP) e a Estratégia ODS.

Sobre o Instituto Cidades Sustentáveis

O Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) é uma organização da sociedade civil criada em 2007, com o objetivo de fortalecer as instituições públicas e a democracia, bem como promover o debate sobre o enfrentamento das mudanças climáticas. Produzimos conteúdos, metodologias e ferramentas de apoio à gestão pública municipal e ao desenvolvimento de projetos em rede, utilizando como base indicadores de desempenho nas diversas áreas de atuação da administração pública.

A atuação do ICS envolve também a articulação, mobilização e sensibilização de gestores públicos municipais para a implementação de políticas públicas que promovam a melhoria da qualidade de vida da população em seus variados aspectos. Esse trabalho é desenvolvido em duas frentes: a Rede Nossa São Paulo, com foco na capital paulista; e o Programa Cidades Sustentáveis, de âmbito nacional, voltado para todos os municípios brasileiros.

Site Oficial: https://icidadessustentaveis.org.br

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