Sustentabilidade na logística – tuck tuck elétricos e caminhões movidos a gás

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Imagem: Divulgação | Por Wanderley Villarinho, professor dos cursos de Gestão Comercial e de Logística da Faculdade Senac Goiás

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Uma das 10 tendências de consumo para 2022, de acordo com levantamento da consultoria Euromonitor, é a preocupação com o meio ambiente. O estudo mostra que o consumidor espera que as empresas tenham iniciativas que apoiem as pessoas e o planeta.

No contexto da logística, o foco passa a ser menos poluente, entendido como um diferencial competitivo, andando lado a lado com processos de inovação e foco no cliente. Daqui em diante é praticamente mandatório entregar soluções sustentáveis.

Desta forma, as empresas, em particular aquelas ligadas ao serviço de transporte que tiverem uma visão a médio ou a curto prazo sobre combustíveis alternativos colherão bons frutos no futuro. Exemplo disso foi a Manlog, empresa goiana de transporte do setor alimentício, que em dezembro de 2020 comprou seu primeiro caminhão elétrico. De acordo com seu CEO, o investimento abriu portas para novos contratos. 

Outras empresas, como a JBS, além de veículos com geração elétrica, buscaram, também, como fonte alternativa o GNV (gás natural veicular) para parte da sua frota. Isso decorre, talvez, da preocupação em que a infraestrutura de recarga elétrica ainda não está disponível em todo país. Quando comparado com um caminhão a diesel, o modelo movido a GNV emite 17% a menos de CO2 na atmosfera.

Apesar da descarbonização da economia ser uma tendência e já com arcabouço regulatório tanto doméstico quanto internacional direcionando para modelos de negócio e novas formas de produzir com foco na sustentabilidade, alguns pontos devem ser alvo de reflexão:

  1. Nível de desempenho: A avaliação do desempenho dos veículos com fonte alternativa em relação ao seu congênere à diesel será importante para programar o ritmo de incorporação de novos veículos movidos a combustível limpo na frota da empresa. Em relação ao desempenho podem ser levados em conta aspectos ligados à autonomia (considerando mesmo tipo topografia de rota e carga transportada) e a capacidade máxima dessa carga transportada. Para se ter uma ideia, os novos caminhões (7,5 Ton) eCanter da Mitsubishi (MFTBC), em teste, têm garantido uma autonomia de cerca de 100 km por carga.
  2. Infraestrutura de apoio: Qual situação de disponibilidade de postos de abastecimento para essa matriz energética nas rodovias? Neste caso, o uso de veículos elétricos sofre um impacto negativo maior ainda. O veículo elétrico faz muito sentido para cidades que têm infraestrutura de recarga. Já para longas distâncias, torna-se inviável. Talvez uma solução estaria ligada ao atendimento da logística urbana, chamado “last mile“, ou entrega final. Pequenos veículos elétricos passam a ser uma solução mais adequada, visando tanto a sustentabilidade quanto a mobilidade urbana, exemplo são as tuck tuck elétricas. O período em que trabalhei no Sudão e África do Sul, tive a oportunidade de utilizar esse meio de transporte (naquela situação com fonte fóssil de combustão). 
  3. Viabilidade financeira: Qual será o valor desse veículo daqui a 5 anos? Qual o custo de manutenção? Relação custo/benefício também faz parte do processo decisório, juntamente com preocupação ambiental, no tripé de sustentabilidade TBL (triple bottom line). 

A ideia de se ter um ecossistema de transporte sustentável, ainda é um sonho a médio e longo prazo, mas é necessário o primeiro passo. Além disso, haverá, por parte da sociedade, uma maior exigência em relação a soluções relacionadas à novas matrizes energéticas, de forma geral. Porém, existe uma grande resistência dos clientes em pagar por isso. O desafio, como sempre, será fazer mais com menos.

Site oficial: https://www.go.senac.br/

Crédito:
Imprensa | Sesc – Senac Goiás

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