Hidrogênio Verde e Mercado de Carbono #4: “Hidrogênio: exportar para Europa ou atender mercado Brasileiro?”

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Frederico Freitas é Engenheiro Eletricista, PMP® PMI® (USA) e PM4R® pelo BID, e escreve periodicamente como colunista para o canal AMBIENTAL MERCANTIL.
Frederico Freitas é Engenheiro Eletricista, PMP® PMI® (USA) e PM4R® pelo BID, e escreve periodicamente como colunista para o canal AMBIENTAL MERCANTIL.

Imagem: Divulgação | Por Frederico Freitas é Engenheiro Eletricista e Co-fundador da INFOREDES Energy Transition Projects. Colabora periodicamente com artigos na coluna, para AMBIENTAL MERCANTIL NOTÍCIAS.

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Junho de 2023 – Há esta altura, você já deve ter lido que o Brasil tem condições de produzir o Hidrogênio Verde mais barato do mundo! Agora fica a dúvida: vender a produção para a Europa ou atender o mercado Brasileiro? Não é difícil imaginar que, por limitações territoriais e de recursos naturais, a Europa buscará Hidrogênio Verde de outros continentes para atender a sua demanda interna.

Notícias da Primeira Licitação Internacional, promovida pelo Governo Alemão, prevendo contratos de longo prazo para fornecimento de derivados de Hidrogênio Verde tais como: Amônia Verde, Methanol e Sustainable Aviation Fuel (SAF) deixa isto muito claro sendo uma amostra dos primeiros contornos deste mercado gigantesco.

A chave para o Brasil, é saber explorar todo o nosso potencial e abundância de recursos renováveis, potencializando estes recursos que, aliados a uma estratégia logística, podem transformar o Brasil em uma potência mundial do Hidrogênio Verde e Sustentável.

Vejamos:

  • O setor de Biogás está em franca expansão e terá destaque como insumo para produção de Hidrogênio Sustentável.
  • Dados do Panorama Brasileiro do Biogás (CIBIOGAS), dão conta de que, em 2021, o Brasil produziu 2,35 bilhões de Nm³ de biogás. Este número é 10% maior do que a produção do ano anterior, demonstra um aumento na gestão de resíduos e o correto direcionamento de ações para descarbonização deste ecossistema.

A expectativa é de que o volume de produção do ano de 2023 ultrapasse os 3,0 bilhões de Nm³/ano de biogás. Pensar na utilização deste incremento de oferta de Biogás para produção de Hidrogênio Sustentável tem o potencial de alavancar este mercado beneficiando o Agronegócio que pulsa na região centro sul do Brasil.

O setor de Etanol merece destaque!

Temos um setor forte e muito estruturado, que tem investido muito na produção do Etanol de 2ª Geração como estratégia para aumentar a oferta deste Biocombustível 100% Nacional.

Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) mostram que o Etanol de 2ª Geração tem potencial de aumentar em até 50% o volume de produção deste biocombustível, mantendo a área cultivável, ou seja sem precisar de mais terras para o plantio de cana-de-açúcar.

O estado de São Paulo é um grande produtor de Cana-de-Açúcar!

Pensar em uma estratégia de produção de Hidrogênio Sustentável, pela rota do Etanol, para atender o estado mais industrializado do país é uma opção que deve ser estudada em profundidade.

Tudo isto sem deixar de lado a rota da eletrólise! Esta rota dispensa maiores apresentações, uma vez que tem sido a mais comentada nos últimos tempos.

A abundância de recursos naturais da nossa região nordeste (sol, água e vento) aliada à posição estratégica dos Portos do Pecém (CE) e Suape (PE) nos dão uma boa rota marítima para escoar rapidamente a produção do nordeste brasileiro ao mercado europeu.

Em uma análise conclusiva, a chave para o Brasil produzir o Hidrogênio Verde e Sustentável necessário para atender a Europa e, ao mesmo tempo, o nosso mercado interno está diretamente ligada à nossa capacidade montar um Planejamento Estratégico que potencialize as vocações regionais de um país continental.

Sobre o colunista

Eng. Frederico Freitas
Eng. Frederico Freitas

Frederico Freitas é Engenheiro Eletricista, Especialista em Gestão de Negócios, Credenciado PMP® pelo Project Management Institute PMI® (USA) e  PM4R® pelo BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento. Co-Founder da INFOREDES – Energy Transition Projects, uma empresa de base tecnológica e suporte consultivo a projetos de transição energética. Trabalha o desenvolvimento de plantas de produção de Hidrogênio Verde, em escala industrial, voltadas para descarbonização do setor industrial brasileiro.
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