Índices de desmatamento na Amazônia Legal só crescem, e áreas protegidas reforçam seu papel na redução dessa ameaça

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Imagem: Divulgação Projeto Lira | Dados analisados pelo Projeto LIRA mostram a importância de apoiar a gestão de áreas protegidas da Amazônia, fundamentais para a conservação do território.

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Fevereiro de 2021 – A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão. Durante 2019 e 2020 esse território vivenciou as maiores taxas de desmatamento dos últimos dez anos.

Uma das maneiras de amenizar o problema do desmatamento é apoiar a proteção e gestão das áreas protegidas, ou seja, das unidades de conservação e terras indígenas, e das comunidades e modos de vida local e negócios associados a floresta em pé.  É isso que faz o Projeto LiraLegado Integrado da Região Amazônica -, uma iniciativa idealizada pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore, parceiros financiadores do projeto.

Para entender melhor o avanço do desmatamento e como sua gestão está atuando nisso, o Lira analisou dados disponibilizados no portal TerraBrasilis, uma plataforma web desenvolvida pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espacial) para acesso, consulta, análise e disseminação de dados geográficos gerados por projetos de monitoramento da vegetação nativa da região amazônica.

No caso da avaliação da gestão das unidades de conservação, foi usada a metodologia desenvolvida pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que desenvolveu um índice para de avaliação aplicado em uma auditoria nas unidades de conservação da Amazônia, em 2014, que já conta com nova avaliação de 2018 ainda não publicada.

As análises preliminares do Projeto Lira sugerem que as áreas avaliadas como de maior grau de implementação no ano de 2014 sofreram, em média, sete vezes menos com o impacto do desmatamento nos últimos 12 anos, em relação às áreas com menor grau de implementação. Em proporção, enquanto as unidades com baixa implementação tiveram uma média de 5,8% sua área impactada, nas de alta a média é de 0,4%.

Apesar da boa gestão por si só não determinar se uma área está segura frente ao desmatamento, uma gestão mais efetiva proporciona maior capacidade de deter as pressões externas, bem como confere maior resiliência às áreas. 

“São muitos os fatores que contribuem para o desmatamento em áreas protegidas, como sua localização, facilidade de acesso, proximidade a polos madeireiros entre outros. Mas em contextos similares, as áreas que são melhor geridas estarão muito mais protegidas e menos ameaçadas pelo desmatamento que as demais”, diz Angela Pellin, Assessora de Monitoramento e Avaliação do Projeto Lira.

Considerando a importância das áreas protegidas e a necessidade de esforços complementares aos grandes programas de conservação já existentes como o ARPA, o Projeto Lira nasceu com o objetivo de contribuir no aumento da efetividade de gestão de 86 áreas protegidas na Amazônia, dentre elas 43 unidades de conservação e 43 terras indígenas.

Entre as 15 unidades de conservação com as maiores áreas totais desmatadas na Amazônia Legal, entre 2008 e 2020, cinco estão no Projeto, são elas: a Reserva Extrativista Chico Mendes (AC), que totalizou cerca de 300 km² de área desmatada, a Floresta Nacional de Altamira (PA, com 239 km² desmatados), a Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo (PA, 110 km²), Estação Ecológica da Terra do Meio (PA, 101 km²) e o Parque Estadual Guajará-Mirim (RO, com 86 km²). Todas com médio ou baixo grau de implementação, segundo o TCU. 

Dentre as unidades de conservação apoiadas pelo Projeto Lira as áreas que mais perderam vegetação natural nesse período, na maioria, coincidem com as áreas com a maior perda total de vegetação. A exceção é a Floresta Estadual do Iriri (PA) com perda de 9,45% entre 2008 e 2020. Dentre as demais: Parque Estadual Guajará-Mirim (4,01%), Floresta Nacional de Altamira (3,47%), Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo (3,22%) e Reserva Extrativista Chico Mendes (3,10%).

Crédito:
Imprensa| Projeto Lira

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