Com obras que refletem as mudanças climáticas, exposição Zonas de Sombra continua em cartaz na Pinacoteca Municipal de São Bernardo do Campo

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Imagem: Divulgação | Com obras de 09 artistas, exposição tem curadoria de Allan Yzumizawa, Horrana de Kássia Santoz e Jurandy Valença

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Junho de 2023 – Zonas de Sombra é o título e conceito proposto pelos idealizadores do projeto e artistas visuais Aline Moreno e Jeff Barbato aos quais estendem o convite para os curadores Allan Yzumizawa, Horrana de Kássia Santoz e Jurandy Valença afim de formatar a exposição que acontece até o dia 11 de agosto, na Pinacoteca Municipal de São Bernardo do Campo. Ao todo são nove artistas que propõem o debate sobre a atmosfera de incertezas e ambiguidades refletidas na complexidade das urgências climáticas e ecossociais.

O projeto foi contemplado pelo ProAc Expresso Direto de 2021 e tem apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e da Pinacoteca de São Bernardo do Campo.

As obras selecionadas pela curadoria trina   foram pensadas e desenvolvidas para fomentar o debate acerca da destruição ecológica, diagnósticos de futuro, a queima das memórias e assuntos que permeiam o campo da geologia, da natureza e sua preservação, levantando discussões relevantes sobre o meio ambiente.

Nesse contexto de desafios e desequilíbrios , o curador Allan Yzumizawa reflete: “O pensamento ocidental, ao longo de sua história, estabeleceu um antagonismo entre os elementos da natureza e os da cultura. Diante de uma postura de dominação em relação à paisagem, o Homem ocidental impôs sua forma – moderna e reta – de modo a superar os movimentos caóticos e imprevisíveis do Universo.” 

Cada curador propôs reflexões sobre a temática da exposição em um texto partindo das pesquisas de seu trio de artistas.

O trio de artistas escolhido por Allan Yzumizawa é formado por Jeff Barbato, Marília Scarabello e Nathalia Favaro. Jeff Barbato cria relações a partir das cicatrizes em seu corpo e as demarcações de territórios, rios, estradas, a linha férrea, ou seja, tecnologias consideradas grandes fissuras do ponto de vista do artista, podendo unir ou separar determinado fragmento de terra. Em zonas de sombra, além de falar das marcas de seu próprio corpo, Jeff incorpora ao seu processo o extenso percurso da linha férrea Sorocabana, os cursos dos Ribeirões dos Meninos e dos Couros – ambos localizados na cidade de São Bernardo e que estão parcialmente soterrados pelo concreto da cidade. 

A relação com a terra e a exploração é uma temática abordada por Marília Scarabello,  que na obra Uma porção de terra #2 (2023) apresenta o extrativismo e especulação imobiliária em detrimento ao cultivo do solo. Nathalia Favaro, apresenta três trabalhos, um deles realizado a partir do projeto cinzas da floresta, em que a artista desenha utilizando cinzas dos biomas brasileiros da Amazônia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. No vídeo Intervalo (2019) gravado na floresta amazônica, a artista captura formas das árvores e plantas por meio de suas sombras. 

A curadora Horrana de Kássia Santoz comenta que “Zonas de Sombra não impõe uma sentença, um juízo final, estéril de existências e coletividades, posto que acena para capacidade humana, de conceber um devir sustentável, pois, neste caso e nesta exposição, o fim é fértil”.

A partir dessa perspectiva, ela selecionou os artistas  Gustavo Prata, Juliana Brandão e Licida Vidal para compor o seu núcleo curatorial dentro de zonas de sombra.

As obras de Gustavo Prata, como o próprio artista diz, “atestam a subjetividade  de um indivíduo fruto da claustrofóbica quantidade de informações e excesso de referências de uma cidade como São Paulo”. Gustavo se apropria de materiais industriais e impressos carregados de informação visual para reconfigurá-los e lhes conceder corpos metafóricos, buscando polifonia visual em meio ao caos.

Juliana Brandão aborda o que chama de reconexão do ser humano com a natureza, seu ciclo de vida e de morte e propõe uma interação sutil resultante do movimento de quem se aproxima de seus trabalhos. Já Licida Vidal traz estruturas construídas a partir de tecidos embebidos em argila e instaladas em formato de bolsa. A proposta parte da hipótese da escritora Ursula Le Guin de que, embora a primeira ferramenta criada pelos seres humanos tenha sido a lança, a humanidade, antes disso, teria que ter criado a bolsa. 

Ambas artistas trabalham o processo de transformação da matéria por indução, Juliana com construções de aspecto endurecido, porém, avivadas a partir da ação humana e Licida partindo da matéria orgânica de sementes e dejetos de sua composteira,  para criar um organismo que se desenvolve em seu próprio tempo, que se aviva no tempo da natureza dentro de suas bolsas instaladas na exposição zonas de sombra.

O terceiro núcleo, leva a curadoria de Jurandy Valença, e é formado pelos artistas Aline Moreno, Elton Hipólito e Gina Dinucci, em uma perspectiva do chiaroscuro, o curador discorre: “As obras de Aline Moreno, Elton Hipólito e Gina Dinucci abordam questões afetivas e pessoais, artísticas e políticas que trazem à luz a zona de sombras que vai além daquela – geologicamente falando – que se manifesta como um ‘obstáculo’. Me refiro também aqui às sombras luminosas do chiaroscuro, palavra italiana que designa ao mesmo tempo luz e sombra, o claro e o escuro existindo ao mesmo tempo. Cada uma ocupando o seu lugar.”

Por meio de pinturas e colagens criadas a partir de imagens de satélite, Aline Moreno reflete sobre montanhas simbólicas que compõem o imaginário de paisagem e horizontalidade. Elton Hipólito por sua vez, parte das investigações sobre a memória, arruinamento e pertencimento, para levantar a dualidade do termo “tombamento”. Através de pinturas de patrimônios destruídos, escorados por caibros, o artista faz paralelos sobre o contínuo abandono dos bens nacionais e sobre as relações de pertencimento e identidade nacional.

Caracterizados pela multiplicidade de meios, operações e técnicas, os trabalhos de Gina Dinucci envolvem reflexões sobre memória, relações humanas, dinâmicas urbanas e situações políticas. Em zonas de sombra, Gina apresenta quatro trabalhos feitos a partir de diferentes técnicas, suportes e fazeres propondo reflexões sobre como lidamos com o ouro de maneira banal, consumindo e desejando um símbolo de violências e tragédias humanas e ambientais.

Zonas de Sombra, fica em cartaz até 11 de agosto de 2023 com entrada gratuita e acessibilidade para pessoas com deficiência visual por meio de audiodescrição das obras. O projeto se estenderá para o ambiente virtual através do seminário online previsto para ocorrer durante a mostra e terá sua memória preservada na confecção e distribuição gratuita do catálogo ao fim da mostra.

SERVIÇO

Zonas de Sombra 

  • Período expositivo: Até 11 de agosto. Terças, das 9h às 20h; quartas às sextas, das 9h às 17h. O espaço abre no último sábado de cada mês.
  • Local: Pinacoteca Municipal de São Bernardo do Campo – R. Kara, 105 – Jardim do Mar
  • Ingressos: Entrada Gratuita
  • Informações: instagram.com/zonasdesombra
  • E-mail: zonasdesombra@gmail.com

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