Vamos falar de Geotecnia #2: Verão, época de chuvas – uma análise dos riscos associados às instabilidades de encostas brasileiras

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Engenheiro civil Arthur Teixeira Askinis, colunista
Engenheiro civil Arthur Teixeira Askinis, colunista

Imagem: Divulgação | Por Arthur Teixeira Askinis, Engenheiro Civil formado pela FEI (2015) e especialista em Fundações e Geotecnia em obras imobiliárias pelo Instituto Mauá de Tecnologia. Atualmente é coordenador da Divisão Técnica de Geotecnia do Instituto de Engenharia

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Dezembro de 2023 – No Brasil, com a chegada do verão também temos a época de chuvas e muito comumente os casos de instabilidade de encostas.  Uma encosta pode ser definida como uma porção de terreno inclinado, podendo ser natural ou fruto de intervenção humana. Um conceito comumente difundido na comunidade geotécnica é de fator de segurança.

O fator de segurança é a razão entre as forças resistentes e as forças atuante, ou seja, FS=1,0 temos o equilíbrio entre as forças, ou seja, a eminência da ruptura.

Foto: Talude, Diferenças – Site Ebanataw

A NBR 11682/2009 – norma de estabilidade de encostas determina um FS mínimo em função do nível de segurança contra danos a vidas humanas e nível de segurança contra danos materiais e ambientais separando em Risco baixo, médio e alto.

Quanto maior o risco, maior o FS exigido. Esse fator de segurança mais elevado representa uma margem maior entre resistências e solicitações, cabe aqui salientar que fator de segurança não mede o risco. O fator de segurança é determinístico enquanto o Risco é probabilística. Em uma coluna futura iremos falar mais sobre Risco e FS, seguindo a diante.

Atualmente analisamos os FS com ajuda de softwares computacionais.

Essas encostas têm alguns fatores que influenciam na estabilidade: altura, inclinação, solo e nível d’água… Esse é um tema muito complexo.  As soluções mais difundidas são o retaludamento, solo grampeado e a cortina atirantada. Você provavelmente já viu inúmeras vezes essas soluções.

Exemplo 1:

Foto: Arquivo Pessoal | Divulgação

Um exemplo aqui de uma encosta que na condição atual tem um FS baixo e será necessária uma intervenção. Supondo que no exemplo abaixo o nível de segurança a perda de vidas humanas seja baixo e o nível de segurança contra danos materiais e ambientais seja médio o FS mínimo é de 1,3, ou seja, é necessária uma ação para estabilizar essa encosta pois o FS atual é de 1,1.

Exemplo 2:

Foto: Arquivo Pessoal | Divulgação

Uma das opções é o retaludamento, aqui abatendo a inclinação do talude para aumento da estabilidade, nesse caso com uma inclinação de 1V:1H, ou seja, 45º. Note na figura abaixo que agora foi atingido o FS estipulado pela norma.

Esse é um exemplo de estabilização de encosta. Podendo ainda ser de outros tipos. Essas intervenções são muito comum em rodovias, na figura a baixo uma foto de uma obra que trabalhei onde usamos a técnica de cortina atirantada e solo grampeado. Para terem uma noção de escala eu estou de azul no centro da contenção!

Por fim, voltando a questão das chuvas, existem estudos que mostram a correlação da pluviometria e o escorregamento em regiões serranas. Um dos efeitos é o aumento do nível d’água e a redução das forças estabilizadoras, levando algumas vezes a ruptura das encostas.

O assunto é extremamente complexo e essa foi uma abordagem geotécnica introdutória sobre o assunto. Existem questões sociais, urbanísticas, defesa civil, hidrológicas entre outras.

Dica de Vídeo

Deixo uma recomendação de vídeo sobre o assunto abaixo. Esse é um dos meus assuntos preferidos e que mais tenho atuado e novamente pontuo sobre a complexidade do assunto.

Sobre o colunista

Arthur Teixeira Askinis é Engenheiro Civil especializado em Geotecnia.
Arthur Teixeira Askinis é Engenheiro Civil especializado em Geotecnia.

Arthur Teixeira Askinis é um Engenheiro Civil formado pela FEI (2015) e especialista em Fundações e Geotecnia em obras imobiliárias pelo Instituto Mauá de Tecnologia. Atualmente atua como coordenador da Divisão Técnica de Geotecnia do Instituto de Engenharia, promovendo palestras e simpósios sobre o tema, evidenciando seu compromisso com a disseminação de conhecimento e avanço na área de engenharia geotécnica.

Perfil do Arthur Teixeira Askinis no LinkedIn.

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Informamos que os conteúdos publicados pelos nossos colunistas são observações e reflexões pessoais e independentes, elaborados através das suas próprias opiniões, experiências e visão de mundo. Por isso, os conteúdos publicados são de responsabilidade dos mesmos; não refletindo, necessariamente, a opinião da redação da Ambiental Mercantil.

Crédito:
AMBIENTAL MERCANTIL | Por Por Arthur Teixeira Askinis, colunista e colaborador

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