BAIXAR PDF: Instituto Trata Brasil divulga “PERDAS DE ÁGUA 2023”, novo estudo sobre a disponibilidade hídrica e avanços do saneamento

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O Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulga a nova edição do estudo.
O Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulga a nova edição do estudo.

Imagem: Divulgação | Estudo que atualiza o cenário de perdas de água no Brasil aponta que cerca de 8 mil piscinas olímpicas de água tratada são desperdiçadas diariamente, enquanto 33 milhões de brasileiros vivem sem o recurso

  • Água perdida no país poderia abastecer todas as 17,9 milhões de pessoas que residem em favelas do Brasil por cerca de um ano e meio.
  • O Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulga a nova edição do estudo: “PERDAS DE ÁGUA 2023 (SNIS 2021): DESAFIOS PARA DISPONIBILIDADE HÍDRICA E AVANÇO DA EFICIÊNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL”.
  • O estudo foi elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano base 2021) e compreende uma análise do Brasil, de suas cinco macrorregiões, das 27 Unidades da Federação e também dos 100 municípios mais populosos do país, que figuraram no Ranking do Saneamento 2023.
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Junho de 2023 – Recurso essencial e básico para a população, o acesso à água potável impacta diretamente a qualidade de vida do cidadão. No Brasil, ainda existem 33 milhões de brasileiros que sofrem com a ausência de água tratada. A situação torna-se ainda mais preocupante quando analisada a grande ineficiência no controle de perdas do recurso hídrico, em que mais de 40% da água é desperdiçada antes de chegar nas residências do país – entre algumas causas de perdas, estão: vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados.

Diante desse cenário, o Instituto Trata Brasil, em parceira com a GO Associados, divulga a nova edição do estudo: “PERDAS DE ÁGUA 2023 (SNIS 2021): DESAFIOS PARA DISPONIBILIDADE HÍDRICA E AVANÇO DA EFICIÊNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL”. O estudo foi elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano base 2021) e compreende uma análise do Brasil, de suas cinco macrorregiões, das 27 Unidades da Federação e também dos 100 municípios mais populosos do país, que figuraram no Ranking do Saneamento 2023.

Entre os gargalos a serem superados pelo país, a universalização do saneamento básico passa pela eficiência no controle de perdas de água. O relatório aponta que o volume total de água não faturada em 2021 (cerca de 7,3 bilhões de m³) equivale a quase oito mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente ou mais de sete vezes (7,4) o volume do Sistema Cantareira – o maior conjunto de reservatórios do Estado de São Paulo.

Para entender o impacto do controle de perdas, considerando-se somente as perdas físicas (vazamentos), o volume (3,8 bilhões de m³) seria suficiente para abastecer aproximadamente 67 milhões de brasileiros em um ano. Esta quantidade não somente equivale a pouco mais de 30% da população do país em 2021, como também representa cerca de duas vezes o número de habitantes sem acesso ao abastecimento de água nesse ano, em torno dos 33 milhões. Além disso, seria possível abastecer os 17,9 milhões de brasileiros que vivem nas favelas brasileiras por um ano e meio. Ao meio ambiente, a redução dessas perdas implicaria a disponibilidade de mais recurso hídrico para a população sem a necessidade de captação em novos mananciais. Com o cenário de mudanças climáticas, os desafios para a disponibilidade hídrica nos mananciais se tornam cada vez mais evidentes.

Benefícios sociais com a redução das perdas

Outra novidade no relatório deste ano é a tabela que resume as principais estatísticas comparativas a partir da redução de perdas de água não faturada, desagregadas por estado. Assim, é possível observar que a redução no volume de água não faturada de 40,9% para os 25% previstos pela Portaria 490/2021 resultaria no potencial de abastecimento de água potável para mais de 25,7 milhões de brasileiros em um ano, mais de três quartos da quantidade de habitantes sem acesso ao abastecimento de água em 2021.

Destaques Municipais Negativos

São 36 municípios que perdem mais de 45% da água potável nos sistemas de distribuição. Entre os municípios com as maiores perdas, aparecem três municípios do Norte, um do Nordeste e outro do Centro-Oeste: a capital de Rondônia, Porto Velho, apresentou o pior desempenho, com 77,21% de desperdício de água potável; na sequência apareceram Macapá (AP), com 76,13%, Rio Branco (AC), com 70,72%, Várzea Grande (MT), com 70,71% e São Luís (MA), que perde 60,73%.

Ganhos econômicos com a redução das perdas de água potável

Para calcular os ganhos econômicos ao país pela redução de perdas, o estudo apresentou uma análise de três cenários: o otimista, o realista e o pessimista. Cada um deles responde à média nacional do nível de perdas a ser alcançada em 2034: 15% (cenário otimista), 25% (cenário realista) e 35% (cenário pessimista).

É válido mencionar que mesmo os 15%, enquanto meta, ainda se situa acima de índices já alcançados por países como Estados Unidos e Austrália, ou municípios como Nova Iorque, Toronto, Tóquio, Copenhague e Cingapura. Portanto, entende-se que, embora desafiador, seja possível alcançar indicadores iguais ou inferiores ao montante. Exceto pelo cenário pessimista, tais objetivos são mais ambiciosos do que o estabelecido pelo Plano Nacional de Saneamento (Plansab) em 2013, que previa um índice de perdas de 31% em 20233. Já o cenário realista tido como base foi estabelecido pela Portaria 490/2021.

No Cenário Realista (25%), é possível constatar que existe um potencial de ganhos brutos com a redução de perdas de água de R$ 54,8 bilhões ao país até 2034. Caso sejam considerados os investimentos necessários para a redução de perdas, o benefício líquido gerado pela redução de perdas é da ordem de R$ 27,4 bilhões em 13 anos.

A universalização do saneamento básico está diretamente atrelada aos esforços para eficiência no controle e redução de perdas de água. Enquanto era esperada uma evolução em relação ao tema, a realidade é que a situação de perdas apresenta piora ano após ano. Desta forma, o estudo reforça que, para o cumprimento da meta prevista pelo Novo Marco Legal do Saneamento, de que 99% da população deve ser abastecida com água potável até 2033, o combate às perdas será imprescindível para o acesso pleno do recurso a todos os brasileiros. Para tanto, o país precisará fomentar políticas públicas, projetos e inovações e aumentar o ritmo de investimentos com a implantação de programas estruturados de redução de perdas de água a fim de atingir a meta estabelecida pela Portaria 490/2021 do MDR de se alcançar 25% em perdas na distribuição até o ano de 2034.

“Em mais uma edição do estudo, podemos ver que a situação de perdas se torna cada vez mais preocupante. Com uma piora nos últimos cinco anos, 40,3% da água potável, recurso fundamental para a vida de crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos, é perdido nos sistemas de distribuição e não chega de forma oficial para milhares de residências no país. Estamos falando de um volume de água tratada desperdiçada diariamente que é equivalente a 8 mil piscinas olimpíadas. Para alcançar os 35 milhões de brasileiros que vivem sem o recurso, a universalização passa pela redução de perdas” – ressalta Luana Pretto, Presidente Executiva do Trata Brasil.

“O maior manancial do Brasil é a nossa incompetência em produzir e distribuir água com maior eficiência. Segundo o nosso mais recente Estudo de Perdas de 2023, mesmo dentre os 100 municípios mais populosos do país, que abarcam mais de 40% da população brasileira, somente oito atendiam, em 2021, às metas de redução de perdas de água até 2033. Tais valores são ainda mais preocupantes quando se considera a totalidade do Brasil, pois praticamente todos os indicadores são piores do que no conjunto municipal analisado. Portanto, é imperativo que as autoridades competentes despendam esforços no sentido de orientar os participantes do setor a reduzirem suas perdas de água em prazo hábil, proporcionando não somente o atendimento às metas do Novo Marco, mas também reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e promovendo um saneamento básico mais sustentável” – Gesner Oliveira, Sócio Executivo da GO Associados.

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Site oficial: https://tratabrasil.org.br

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