Alemanha lança Nova Estratégia Nacional de Hidrogênio para impulsionar o crescimento do mercado a uma nova fase

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O documento reconhece que, até que haja produção suficiente de hidrogênio verde, é viável utilizar outras variantes, como o hidrogênio de baixo carbono a partir de resíduos ou gás natural associado ao CCS.
O documento reconhece que, até que haja produção suficiente de hidrogênio verde, é viável utilizar outras variantes, como o hidrogênio de baixo carbono a partir de resíduos ou gás natural associado ao CCS.

Imagem: Divulgação | Por Simone Horvatin, jornalista (MTB 0092611/SP) especializada nos setores ambientais e de energias em colaboração para AMBIENTAL MERCANTIL NOTÍCIAS

  • Alemanha quer alcançar a neutralidade de carbono até 2045 e seguir um caminho ambicioso de redução de emissões
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Julho de 2023 – O ministro da Economia e Ação Climática, Robert Habeck, ressaltou a importância dessa atualização da Estratégia Nacional de Hidrogênio, enfatizando que ela estabelece uma base sólida para uma nova fase de crescimento e desenvolvimento no mercado de hidrogênio, demonstrando o compromisso do país com a transição para uma economia mais sustentável e com a mitigação dos impactos das mudanças climáticas.

Uma das principais metas da nova estratégia é garantir o fornecimento seguro no início da expansão do mercado de hidrogênio, buscando a complementaridade entre as diversas rotas de produção. Dessa forma, o país almeja alcançar a ambiciosa meta de neutralidade climática até 2045.

O documento reconhece que, até que haja produção suficiente de hidrogênio verde, é viável utilizar outras variantes, como o hidrogênio de baixo carbono a partir de resíduos ou gás natural associado ao CCS. Apesar dessa abertura para diferentes cores de hidrogênio, ainda faltam detalhes sobre as especificações do hidrogênio azul e critérios relacionados às suas emissões, mas o governo se compromete a trabalhar nisso.

A nova estratégia, publicada em julho de 2023, representa um avanço significativo em relação à abordagem original de 2020, que se limitava ao uso de hidrogênio verde produzido por eletrólise. Agora, o país busca diversificar suas fontes de hidrogênio, incorporando o hidrogênio azul e turquesa, que são produzidos a partir do gás natural por meio de captura e armazenamento de carbono (CCS), bem como o hidrogênio laranja, obtido a partir de resíduos, embora o tipo específico de resíduo não tenha sido especificado.

A maior parte do hidrogênio necessário para atender a demanda interna da Alemanha terá que ser importada, o que levou a uma atualização estratégica que estabelece a meta de duplicar a capacidade doméstica de produção de hidrogênio verde até 2030, passando de 5 gigawatts (GW) para 10 GW. Mesmo com esse aumento na produção interna, estima-se que o país ainda precise importar entre 50% e 70% do hidrogênio necessário, incluindo o hidrogênio verde produzido no Brasil.

Para fortalecer a importação de hidrogênio de outros países, a Alemanha está buscando utilizar instrumentos de financiamento, como o Banco Europeu de Hidrogênio, visando impulsionar ainda mais a indústria global do hidrogênio.

Visando a expansão desse setor promissor, a Agência de Cooperação Alemã GIZ anunciou um projeto inovador de construção de uma planta piloto de hidrogênio verde e seus derivados a partir de resíduos da criação de suínos, localizada no Paraná.

O secretário de Estado do Ministério de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (BMZ) da Alemanha, Jochen Flasbarth, destacou que a estratégia do país está focada no “cinturão solar” do mundo, priorizando a cooperação com nações que possuem um alto potencial de geração de energia eólica e solar para a produção de hidrogênio verde.

Nesse contexto, a Alemanha já estabeleceu parcerias estratégicas nessa agenda com países como o Brasil e várias nações africanas. A região do Norte da África, em particular, desponta como um potencial fornecedor significativo de hidrogênio verde para a Europa, dadas as condições favoráveis de geração de energia renovável nessa área.

Essa colaboração promissora abre novas perspectivas para o futuro da indústria do hidrogênio e a busca por soluções sustentáveis para as necessidades energéticas globais.

A Alemanha tem planos ambiciosos para desenvolver sua infraestrutura de transporte de hidrogênio, com o objetivo de construir aproximadamente 1.800 km de infraestrutura até 2027/2028. Além disso, a estratégia prevê a adição de cerca de 4.500 km de gasodutos dedicados em toda a Europa, conhecidos como “European Hydrogen Backbone”.

Apesar dos investimentos na infraestrutura terrestre, o documento destaca que, pelo menos até 2030, a importação de hidrogênio e seus derivados será em grande parte realizada por navios. No curto prazo, o hidrogênio seria transportado via amônia, enquanto no médio e longo prazo, outras formas de transporte, como metanol sintético, LOHC (Liquid Organic Hydrogen Carrier) e hidrogênio líquido, poderiam desempenhar um papel importante.

Essa abordagem diversificada de transporte é fundamental para viabilizar a importação e exportação eficiente de hidrogênio, permitindo que a Alemanha e outros países europeus alcancem seus objetivos de transição para uma economia de baixo carbono, ao mesmo tempo que garantem o suprimento de hidrogênio necessário para impulsionar suas economias e alcançar suas metas de neutralidade climática.

Baixar PDF em alemão sobre Nova Estratégia Nacional de Hidrogênio da Alemanha

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Frederico Freitas é Engenheiro Eletricista, PMP® PMI® (USA) e PM4R® pelo BID, e escreve periodicamente como colunista para o canal AMBIENTAL MERCANTIL.
Frederico Freitas é Engenheiro Eletricista, PMP® PMI® (USA) e PM4R® pelo BID, e escreve periodicamente como colunista para o canal AMBIENTAL MERCANTIL.
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