Amazônia: há anos o mundo vem assistindo um ‘reality’ marcado por infrações, crimes e ilegalidades; na esperança de um final feliz

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Líderes públicos se usam de termos como “investimentos em infraestrutura e desenvolvimento econômico”, porém…

…podem promover “investimentos” que, na realidade, facilitam a exploração de recursos naturais e o desmatamento ilegal. A região amazônica desempenha um papel fundamental na economia dos países que a abrigam, seja por meio da agricultura, pecuária, turismo ou outras atividades econômicas. No entanto, é essencial encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. Em algumas situações, líderes de governos locais constroem estradas, ferrovias e hidrovias na Amazônia que facilitam o acesso a áreas remotas.

Melhorias para quem? Uma reflexão sobre Beneficiários

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O que pode parecer melhorias para alguns, na verdade, para outros podem significar violência e invasões em seus territórios (indígenas), exploração de recursos naturais e a facilitação do desmatamento ilegal em detrimento da preservação ambiental. Esse é um desafio persistente em várias partes da Amazônia, avaliar quem se beneficiará, pois a definição de “melhorar a infraestrutura” pode variar dependendo da perspectiva de qual lado se está: do predador dos recursos ou de quem quer realmente preservar.

Estradas e infraestrutura para quem?

Ainda em nome de “investimentos em infraestrutura e desenvolvimento econômico”, governantes constroem estradas, ferrovias e hidrovias na Amazônia que facilitam o acesso a áreas remotas (mas também levam à fragmentação do habitat), facilitando a invasão de áreas anteriormente intocadas, tornando-as mais suscetíveis ao desmatamento. Isso ocorre porque a infraestrutura frequentemente atrai colonos e empreendedores que buscam oportunidades econômicas na região. O desenvolvimento econômico e sustentável deve ser uma realidade, mas de forma que a floresta amazônica, a biodiversidade e os povos indígenas estejam incluídos no planejamento e protegidos.

Biodiversidade e Pesquisas Científicas

Pela ótica da biodiversidade, a floresta amazônica fornece uma ampla gama de serviços ecossistêmicos, incluindo polinização de culturas, purificação de água, controle de pragas e muitos outros, que são fundamentais para a vida na Terra. Por essa razão, a Amazônia desempenha um papel de destaque também nas pesquisas científicas em diversas disciplinas.

A biodiversidade da Amazônia oferece oportunidades únicas para a descoberta de novas espécies, plantas medicinais e substâncias químicas valiosas. A Amazônia também abriga inúmeras comunidades indígenas com conhecimentos tradicionais valiosos, que podem contribuir para pesquisas sobre etnobotânica, medicina natural e práticas de manejo sustentável. Portanto, a pesquisa científica na Amazônia é fundamental para o avanço do conhecimento e para o desenvolvimento de estratégias de conservação e uso sustentável desse ecossistema vital.

A Amazônia é um laboratório natural para a pesquisa científica em áreas como ecologia, biodiversidade, climatologia, medicina e antropologia. Muitas descobertas importantes têm sido feitas na região, contribuindo para o avanço do conhecimento humano.

A Amazônica como regulador climático

A floresta tropical desempenha um papel relevante na regulação do clima global, armazenando grandes quantidades de carbono e atuando diretamente nos padrões climáticos em escala global. Por isso a torna um foco importante para estudos relacionados às mudanças climáticas. A floresta amazônica atua como um sumidouro de carbono, absorvendo grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e liberando oxigênio. Isso ajuda a regular o clima global, mitigando as mudanças climáticas. Entretanto, as mudanças climáticas estão afetando a Amazônia, tornando-a mais suscetível a secas e incêndios. Isso pode levar a um processo de autossustentação, conhecido como “savanização”, em que a floresta se transforma em savana devido às mudanças nas condições climáticas.

(G1, agosto de 2023): Seca no Amazonas deixa cidade em emergência, afeta navegação e dificulta acesso a água potável https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/08/30/seca-no-amazonas-deixa-cidade-em-emergencia-afeta-navegacao-e-dificulta-acesso-a-agua-potavel.ghtml

A Floresta Amazônica fornece água ao continente sul-americano por meio das correntes de umidade conhecidas como “rios voadores”

Foto: Bruno Kelly, Amazônia Real

A Floresta Amazônica é conhecida por liberar grandes quantidades de vapor de água na atmosfera por meio do processo de evapotranspiração. Esse vapor é então transportado pelos ventos em direção a outras áreas do Brasil e de países vizinhos, contribuindo para o suprimento de água e as chuvas em regiões distantes da Amazônia. Em outras palavras, a Amazônia atua como um “bombeamento” natural de umidade, alimentando rios voadores que levam a água para outras partes do continente sul-americano.

Os “rios voadores” são correntes de umidade atmosférica que transportam grandes quantidades de água na forma de vapor pelos céus. Essas correntes são essenciais para o transporte de umidade de regiões úmidas para regiões secas, desempenhando um papel crucial no ciclo hidrológico global. Na Amazônia, essa relação entre os rios voadores e a região é de grande relevância.

A interação entre a Floresta Amazônica, os rios voadores e o clima é complexa e vital para a estabilidade do sistema climático regional e global. Qualquer alteração significativa na Amazônia, como o desmatamento, pode afetar a capacidade da floresta de liberar vapor de água na atmosfera, impactando assim os padrões de chuva em diversas regiões, incluindo aquelas fora da própria Amazônia. Portanto, a preservação da Amazônia não apenas beneficia a biodiversidade local, mas também desempenha um papel crítico na regulação do clima e na manutenção dos ecossistemas em toda a América do Sul. Isso é crucial para a agricultura, a pesca e o abastecimento de água potável para milhões de pessoas na América do Sul.

Os desafios enfrentados pela Amazônia são urgentes e de proporções globais. O equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental é fundamental para o futuro da região e do planeta. A preservação da Amazônia é um imperativo para a biodiversidade, o clima e a humanidade como um todo. Enfim, a luta pela Amazônia é de todos nós.

Sobre a autora

Simone Horvatin é jornalista internacional, residente há mais de 23 anos na Alemanha e empreendedora das plataformas de conteúdo, notícias e marketplace AMBIENTAL MERCANTIL. Apesar de ser uma plataforma comercial, a jornalista considera apoiar o jornalismo investigativo, pois é um compromisso com a verdade e com o meio ambiente. Apoiar a divulgação de conteúdos investigativos e científicos (sem fins lucrativos) que visam informar e promover a conscientização do coletivo, apoiar a verdade, justiças sociais e ambientais. A plataforma Ambiental Mercantil – O canal mais ambiental do Brasil é pioneira no Brasil, a única plataforma dedicada exclusivamente para promover tecnologias, produtos e serviços dos setores ambientais e de energias renováveis.

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